Nesta sexta-feira, Michael Jordan completa 60 anos e, apesar de tantos anos após sua aposentadoria, ainda é o rei da NBA. Sim, na semana passada LeBron James se tornou o maior cestinha de todos os tempos, mas existem muitos fatores para determinar quem é o melhor. Entre as principais justificativas, estão os seis títulos que conquistou pelo Chicago Bulls.
Aliás, ainda existe uma diferença entre maior e melhor. E, para definir esse tipo de coisa, é importante indicar tudo o que eles fizeram em suas carreiras. Seja LeBron, Jordan ou qualquer outro jogador que esteja no topo, é preciso saber qual foi o impacto deles na liga.
E nem acho que precisa ter um lado, sabe? Assim como no futebol, durante muito tempo houve a discussão entre Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. Invariavelmente, as pessoas tinham um lado e, no fim, ninguém estava totalmente errado. Mas a pergunta que eu faço é: será que não dá para a gente gostar dos dois?
Eu vi as carreiras de Jordan e James. Enquanto o primeiro eu acompanhei após 1989, LeBron já consegui pegar todo o seu período. No fim das contas, vi mais jogos do astro do Los Angeles Lakers. Mas para estudar a NBA como um todo, aprendi muito mais coisas depois de sua aposentadoria, pesquisando, analisando movimentos em quadra e sua importância fora dela.
Recentemente, escrevi um artigo sobre o que eles representaram e ainda representam para a liga. Como Jordan retornou ao basquete no Washington Wizards e ele parou em 2002/03, não houve um hiato sem uma “cara” que a NBA quisesse emplacar. LeBron iniciou sua carreira logo depois, em 2003/04. Ou seja, o legado de Jordan se misturou com o início de James.
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As comparações sempre vão existir. E são saudáveis, desde que você aponte argumentos em cima da mesma base de dados e informações. Prêmios individuais, eleições para times ideais, tudo precisa entrar na conta antes de fecharmos algo.
Mas nós já fazemos isso há algum tempo. Claro que, com o recorde de pontos que LeBron conquistou, faz parte do que colocamos para jogo. Ele produz, aos 38 anos, números de MVP: 30.0 pontos, 8.4 rebotes, 7.0 assistências. Ninguém, na história da NBA, conseguiu algo minimamente similar.
Certo.
Isso aí é um detalhe muito importante.
Enquanto isso, Jordan fez, na mesma idade, 22.9 pontos, 5.7 rebotes e 5.2 assistências. Mas aí temos de levar algumas coisas em consideração. Detalhes que nem todo mundo utiliza para comparar os dois.
Ele se aposentou em 1997/98 e retornou às quadras em 2001/02. Ou seja, foram três temporadas inteiras fora. E foi para um outro time, em uma situação completamente diferente do que tinha no Chicago Bulls.
Se você viu The Last Dance, vai se lembrar que, quando ele volta da primeira aposentadoria, após jogar beisebol, seu corpo ainda não estava pronto para jogar na NBA. Então, imagine ficar três anos sem jogar nada, perder todo o ritmo, em um elenco muito menos qualificado. Mesmo assim, Jordan teve cinco jogos de 40 pontos ou mais, incluindo um com 51.
Portanto, Michael Jordan voltou como um verdadeiro rei e a NBA o reverencia até hoje.
Duas décadas atrás…
O All-Star Game de 2003 foi um dos melhores de todos os tempos. Talvez, o segundo melhor, atrás apenas do de 1992. Naquela partida, Jordan não seria titular. Aliás, ele sequer começou a sua última temporada no quinteto inicial do Wizards. Então, pela votação dos fãs, ele não entrou. Mas dias depois, a liga anunciou os reservas com o seu nome entre eles.
Jogo completo no Youtube: aqui.
Só que, no dia do jogo, Vince Carter cedeu sua vaga para Jordan. O ídolo começou como titular e fez 20 pontos. A potencial cesta da vitória do Leste foi dele, mas não foi bem assim que aconteceu. Restavam cinco segundos após ele deixar o placar em 138 a 136 no tempo regulamentar. Mas no lance decisivo, Jermaine O’Neal fez falta em Kobe Bryant, que empatou e foi para a prorrogação.
Então, depois de duas prorrogações, o Oeste venceu e Jordan não conquistou o MVP. Ele era o principal candidato, até por tudo o que estava acontecendo ali.
Mudança no estilo de jogo
A NBA passou por diversas transformações ao longo das décadas. São 76 temporadas, né? O basquete que Wilt Chamberlain jogava é completamente diferente do que Jordan atuou. Agora, LeBron está em uma fase em que os arremessos de três são a base de tudo. Então, é preciso analisar tudo para definir qualquer coisa.
Afinal, quem é o rei da NBA: Michael Jordan ou LeBron James?
Embora James se autoproclame como “O Rei”, Jordan alcançou prêmios e números maiores. Sim, LeBron é o maior cestinha de todos os tempos, mas no geral, ainda é Jordan. O parâmetro da liga sempre foi média por partida. Apesar de James ter mais pontos no total, sua média é inferior.
Temporadas: LeBron, 20 a 15
Títulos na NBA: Jordan, 6 a 4
Finais da NBA: LeBron, 10 a 6
MVP: Jordan, 5 a 4
All NBA: Jordan, 18 a 11
All Defensive: Jordan, 9 a 6
Títulos individuais*: Jordan, 13 a 2
All-Star Games**: LeBron, 19 a 14
Pontos por jogo: Jordan, 30.1 a 27.2
Rebotes por jogo: LeBron, 7.5 a 6.2
Assistências por jogo: LeBron, 7.3 a 5.3
Roubos de bola por jogo: Jordan, 2.3 a 1.5
Bloqueios por jogo: empate, 0.8
Aproveitamento em arremessos: LeBron, 50.5% a 49.7%
Lances livres: Jordan, 83.5% a 73.5%
Aproveitamento em cestas de três: LeBron, 34.4% a 32.7%
* Jordan conquistou dez vezes o título de cestinha da temporada, além de três em roubos de bola. LeBron liderou a NBA uma vez em pontos e uma em assistências.
** Jordan só não foi ao Jogo das Estrelas em uma oportunidade. Em 1994/95, ele retornou da aposentadoria após o ASG daquela temporada.
Veredito?
Apenas para perceber, existe um equilíbrio muito grande entre os dois. Enquanto Jordan era um cestinha, que liderava seus times carregando em pontuação, James é um jogador mais completo ofensivamente. Não estou falando só de números, mas de seus impactos em quadra.
Se você quiser colocar LeBron como o melhor de todos os tempos, tudo bem. Você tem argumentos para tal. Mas se quiser indicar Jordan, você também tem. Como o primeiro ainda está em atividade e existe, ainda, o aproveitamento de títulos em finais, não consigo eleger James. É algo para analisar após a sua aposentadoria.
Mas, com 60 anos, Michael Jordan ainda é o cara, aquele que mudou a liga. É possível que ele seja ultrapassado? Sim, claro. Não existe essa de imbatível. Estamos falando de uma junção do individual com o coletivo e analisando como o jogo mudou em 20 anos. E isso não muda o fato de podermos exaltar ambos.
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