É oficial! Lakers já tem desempenho similar a líderes na NBA

Time californiano supera péssimo início, emenda vitórias e começa a subir na classificação

Lakers líderes NBA Fonte: Adam Pantozzi / AFP

O Los Angeles Lakers começou a temporada perdendo dez dos 12 primeiros jogos. Tudo se encaminhava para mais uma campanha vexatória, mas o desempenho do Lakers nas últimas semanas o coloca ao lado de líderes da NBA. Embora ainda seja cedo para afimar, o time californiano vem com performances parecidas com as dos candidatos ao título. Então, quer dizer que já podemos cravar a equipe nos playoffs? É o que vamos explicar aqui.

A pressão em Los Angeles é muito acima do normal na liga. Qualquer coisa ganha proporções bem maiores do que em franquias sem tanta tradição. É até normal, mas as coisas parecem estar dando certo por lá. E com Russell Westbrook em quadra.

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Há muito pouco tempo, estávamos falando (todos os dias) que a presença de Westbrook era um problema para a equipe.

Bem, até era. No entanto, bastou o técnico Darvin Ham explicar o seu plano que o time começou a jogar basquete. E de qualidade.

O armador, MVP de 2016/17, chegou em Los Angeles para ser o terceiro astro, ao lado de LeBron James e Anthony Davis. Entretanto, o encaixe não deu certo (já explico isso), os erros de ataque ganharam mais destaque do que suas grandes jogadas e Westbrook caiu em desgraça.

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Encaixe

O tal encaixe é bem simples de explicar: você não tira a bola das mãos de astros. Entendeu?

É assim com James Harden, seja lá onde ele estiver, é assim com Kevin Durant e o mesmo acontece com LeBron. Não tem como funcionar.

Harden, por exemplo, mostrou ao mundo da NBA que não funcionava quando o Houston Rockets contratou Ty Lawson. Repetiram o erro com Chris Paul e seguiram errando com o mesmo Westbrook. A não ser que seja um exímio arremessador de três, seu time não pode dividir a bola com dois jogadores se um deles está entre os citados.

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Lawson teve 33% de aproveitamento no arremesso de três quando jogou com Harden. Paul acertou 38% em seu primeiro ano, mas caiu para 35.8% no Rockets. Por fim, Westbrook foi ainda pior: 25.8%.

Ah, mas como dá certo com Kyrie Irving?

Bem, é que Irving não demanda tanto a bola e sabe arremessar de longa distância. Embora a atual campanha esteja fora da curva (32.8%), ele já teve seis temporadas com, pelo menos, 40% de aproveitamento.

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Funcionou com LeBron (e, por isso, insistiram tanto em sua contratação) e funciona com Durant.

Ao contrário de Frank Vogel, que retirou a bola das mãos de Westbrook em 2021/22 quando viu que não estava dando certo, Ham entregou a ele, mas com ressalvas.

Banco de reservas

Imagine você, um astro da NBA, MVP, com quatro temporadas atingindo médias de triplos-duplos aceitando ser reserva. Não é bom para a reputação, é pior ainda para o ego. Mas Ham conseguiu dobrar Westbrook. Claro que teve resistência, reclamação, mas houve um acerto ali.

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Nos três primeiros jogos, o camisa 0 produziu 10.3 pontos, 4.3 assistências e teve um aproveitamento horrível em arremessos: 28.9% nos de quadra e 8.3% em três.

Pobre aro!

Então, Ham o fez vir do banco e seus números aumentaram bastante: 15.3 pontos, 8.3 assistências e acertou 42.3% dos arremessos. É óbvio que tem erro de ataque e arremesso de três ruim, mas isso faz parte do pacote.

Ônus e bônus.

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A questão principal é que Westbrook deixou de ser um fardo e está, de fato, ajudando o time. Ele até ficou dois jogos seguidos sem cometer um turnover sequer, algo inédito em sua carreira. E isso faz seus companheiros melhores.

Seus erros de ataque, de forma geral, causam contra-ataques para o oponente, pegam a defesa despreparada e realmente comprometem. Mas quando ele controla a parte ofensiva, cuida da bola, o resultado é um impacto positivo e imediato.

Para ter uma ideia disso, 15 dos 33 pontos do Lakers no primeiro quarto contra o Washington Wizards foram gerados por ele em cestas e assistências. É isso o que a equipe quer, é o que ela precisa para vencer.

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Mas a transformação não passa apenas por Westbrook…

LeBron James

O cara chegou ao Lakers para deixar o time entre os líderes da NBA todos os anos, mas não vinha conseguindo. Bem, até deu certo em um ano, quando a equipe foi campeão. Mas fora isso, há mais o que lamentar do que comemorar.

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É óbvio que LeBron é fantástico. Próximo de completar 38 anos, ninguém na história da liga fez algo similar. Para ter uma ideia, no momento, ele produz 26.1 pontos, 8.6 rebotes e 6.6 assistências, além de 46.6% nos arremessos e 35 minutos.

Com a mesma idade, Karl Malone, um dos jogadores mais fortes fisicamente de todos os tempos, já fazia 22.4 pontos, 8.6 rebotes, 4.3 assistências e acertava 45.4% dos arremessos em cerca de 38 minutos.

Ou seja, o que James faz é absolutamente incrível.

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Só que, ao contrário de Malone, ele pode “passar a tocha” para alguém.

Para entender como fazer o Lakers ser competitivo, LeBron teve de se machucar e perder cinco partidas.

É mais ou menos como aconteceu com Westbrook: tem a reputação e o ego. E ainda tem o fato de que ele está correndo atrás do recorde de cestinha de todos os tempos. No entanto, James entendeu que é por um bem maior. A bola precisa ir para as mãos de Anthony Davis.

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Anthony Davis em nível MVP

Durante quase duas décadas, você ouviu falar que LeBron faz temporadas de MVP, mas não leva. Bem, na verdade, ele até ganhou quatro, mas poderia ter, pelo menos, mais dois ou três. Só que agora, quem é o MVP do Lakers é Anthony Davis.

James se machucou contra o Los Angeles Clippers e ficou de fora por cinco partidas. A primeira sem ele seria diante do Sacramento Kings.

Aliás, o Kings faz uma grande temporada e já falamos disso.

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Mas aquele jogo ficou marcado como a volta de Davis ao estrelato. Ele nem brilhou, mas já era “o cara” do Lakers, um dos líderes que a NBA viu desaparecer nos últimos anos.

Foram 24 pontos, 14 rebotes e três bloqueios, mas já mostrava sinais do que estava por vir.

O Lakers perdeu aquele jogo para o Kings, é bem verdade. O time liderava por 114 a 112 quando restavam dois minutos para o fim, não pontuou mais e o oponente venceu por 120 a 114.

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Mas na próxima partida, a mentalidade era de “o time de Davis”.

Contra o Brooklyn Nets, foram 37 pontos e 18 rebotes. No jogo seguinte, 38 pontos e 16 rebotes, seguido de 30 pontos e 18 rebotes no outro.

Enfim, desde o encontro com o Nets, ele possui as incríveis médias de 35.3 pontos, 15.6 rebotes e 2.9 bloqueios em nove jogos. O Lakers venceu oito dos últimos dez, mesma campanha de Boston Celtics, Phoenix Suns e New Orleans Pelicans, líderes da NBA neste período.

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Darvin Ham

Tudo passa pelo bom trabalho do técnico Darvin Ham. As excelentes performances de Davis, o entendimento de LeBron e Westbrook, mas ainda tem alguns detalhes.

Ham administra bem os minutos de jogadores periféricos como Austin Reaves, Lonnie Walker, Patrick Beverley e Dennis Schroder. Todos possuem importância no esquema do treinador.

Walker, por exemplo, deixou o San Antonio Spurs como um jogador, digamos, ruim. Como explicar os mais de 16 pontos por jogo que está tendo no Lakers? Reaves, que entrou no elenco e era visto apenas como o favorito da torcida por ser aguerrido, produz cerca de dez pontos e acerta 40% de três. Até Troy Brown, que não tinha espaço algum no Chicago Bulls ou Washington Wizards, se torou peça importante.

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Tudo isso se deve ao que Ham faz no time.

Claro que não está perfeito, longe disso. O Lakers tem apenas o 22° ofensive rating da NBA, bem longe dos líderes da liga, mas as coisas estão realmente melhorando no ataque.

É um recorte pequeno, diante de Portland Trail Blazers, Milwaukee Bucks e Washington Wizards, seus últimos três jogos, mas é um parâmetro. Neste período, o Lakers anotou uma média de 130.3 pontos e converteu 35 cestas de três em 89 tentativas (39.3%).

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Nos rankings da liga, a equipe é apenas a 13ª que mais pontua e apenas a 26ª em aproveitamento em três pontos.

Trocas?

Hoje são 5 de dezembro de 2022 e posso me arrepender disso daqui meia hora, mas o Lakers não precisa trocar Westbrook. Talvez, negociações pontuais, como um pivô reserva em melhores condições físicas que Thomas Bryant. Mas, de modo geral, a equipe está funcionando com o que tem hoje.

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Aquela troca por Buddy Hield e Myles Turner até seria boa se Westbrook não estivesse cumprindo um bom papel no último mês ou se Davis não tivesse abraçado a ideia de ser pivô e dominando. Além disso, teria de envolver escolhas de Draft. Por fim, o Indiana Pacers faz boa campanha e não sei se seria o ideal abrir mão dos dois.

Até uma negociação por Bradley Beal foi ventilada e a direção também aguardava uma posição sobre DeMar DeRozan e o Chicago Bulls. Mas pelo que está acontecendo agora, trocar Westbrook seria um erro.

Briga pelo que, afinal?

Posso até estar sendo otimista demais (e olha quem nem para o Lakers eu torço), mas existe uma pequena possibilidade de os astros do Lakers estarem certos. Recentemente, eles disseram que o time está uma troca por dois jogadores de brigar pelo título.

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Vamos lembrar que o Boston Celtics (sim, torço pelo rival do Lakers) era o décimo colocado na conferência Leste no dia 30 de dezembro. O final, todo mundo já sabe, né? O Celtics só foi brecado pelo Golden State Warriors na decisão da NBA.

Mas não estou cravando que algo similar vá acontecer. Não é isso. É que já vimos este filme outras vezes.

Por exemplo, o Atlanta Hawks e o Washington Wizards eram 11° e 12° do Leste em 10 de março de 2021 e ambos foram aos playoffs. O Hawks, aliás, foi para a final do Leste contra o Milwaukee Bucks.

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Então, sim, o Lakers possui chances de brigar por vaga direta e ficar entre os líderes da NBA. Ou seja, se posicionar entre os seis primeiros. O Warriors é o sexto hoje, com três vitórias a mais e uma derrota a menos. E é bom lembrar que os atuais campeões estavam na décima primeira posição do Oeste até o dia 25 de novembro.

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