É normal ver um atleta com pouco espaço em uma equipe e, de repente, ele brilhar por outra. Na NBA, diversos jogadores foram esnobados por times, mas eles tiveram a chance de dar a volta por cima em um lugar diferente. Para ter uma ideia, o caso de Bol Bol, hoje no Orlando Magic, é só mais um de vários episódios ao longo dos anos.
Então, vamos mostrar aqui cinco jogadores que simplesmente foram esnobados por alguns times e tiveram a oportunidade da redenção na NBA. Começamos, claro, pelo ala do Magic.
Bol Bol
Filho de Manute Bol, Bol Bol chegou como uma incógnita. Na noite do Draft de 2019, por exemplo, ele se irritou por ser apenas a 44ª escolha pelo Miami Heat. No entanto, ele sequer jogou por lá. No dia seguinte do recrutamento, o jogador foi para o Denver Nuggets por uma escolha em 2022.
Apesar de a direção do Nuggets apostar em seu talento, não havia muito espaço para ele lá. A direção entendia que o atleta poderia se tornar um prospecto sólido, mas apostou suas fichas em Michael Porter. Então, Denver decidiu que iria passar ele adiante.
Sem perspectivas na equipe do Colorado, o melhor para ele era seguir em frente em um novo lar.
Primeiro, o Nuggets tentou uma troca com o Detroit Pistons. Entretanto, por Bol não passar nos testes físicos, a negociação foi vetada. Pouco mais de uma semana depois, o jogador foi para o Boston Celtics.
Tudo bem, o time de Massachusetts quer foco total na busca pelo título, então é natural não ter espaço para Bol no elenco. Em fevereiro de 2022, o Celtics o negociou com o Orlando Magic.
Embora o Magic seja uma equipe em reconstrução, já existem alguns jovens promissores ali. Então, meio que não fazia muito sentido.
A questão é que Bol não é o seu cara típico cara grande. Ele tem 2,18 metros, sim, mas sabe arremessar de longa distância, consegue partir para cima da defesa adversária e concluir. Na defesa, por exemplo, ele se destaca com 2,34 metros de envergadura.
O técnico Jamahl Mosley deu a ele uma chance como titular e, de lá, não saiu mais. Em 21 jogos, Bol possui médias de 13.5 pontos, 7.9 rebotes, 2.0 tocos e um aproveitamento de 41.8% nos arremessos de três.
Gerald Wallace
Bem, Gerald Wallace começou sua carreira no Sacramento Kings, mas praticamente não jogou nos três primeiros anos. Apesar de atuar em 138 partidas por lá, ele tinha média inferior a dez minutos por noite. Ou seja, só entrava em quadra quando as partidas estavam resolvidas.
No entanto, a NBA promoveu a entrada do Charlotte Bobcats e, como sempre faz, realizou um Draft de expansão entre os jogadores “esnobados” dos times. Basicamente, a liga pediu que cada equipe assegurasse um determinado número de atletas e, aqueles que não tivesse interesse, liberasse para o recrutamento.
Wallace foi selecionado pelo Bobcats e sua vida na NBA estava por mudar.
Logo no primeiro ano, ele registrou 11.1 pontos e 5.5 rebotes, provando que tinha talento. Nas temporadas seguintes, Wallace ganhou mais espaço, liderou a liga em roubos de bola e, em 2009/10, foi para o Jogo das Estrelas. Na época, ele fazia 18.8 pontos, 10.0 rebotes, 1.5 roubo de bola e 1.1 bloqueio.
Então, na campanha seguinte, Wallace começou a cair de produção e não se firmou mais em nenhum lugar. Ele passou por Portland Trail Blazers, Brooklyn Nets e Boston Celtics, antes de encerrar a carreira em 2015.
Tobias Harris
O ala Tobias Harris iniciou sua carreira no Milwaukee Bucks, onde não era muito aproveitado. De acordo com relatos da época, o técnico Scott Skiles não gostava muito dele. Então, Harris basicamente não pisava em quadra. Mas sua sorte mudou.
O jogador, que tinha média de 4.9 pontos e 2.0 rebotes em seu segundo ano pelo Bucks, saiu em troca para o Orlando Magic. Na mesma temporada, mas pelo time da Flórida, seus números pularam para 17.3 pontos, 8.5 rebotes e 1.3 bloqueio. Em julho de 2015, ele estendeu seu contrato com o Magic e pensava em ficar lá por vários anos.
No entanto…
Skiles foi contratado como técnico do Magic.
Meses depois, Harris foi para o Detroit Pistons em troca. Por que, será?
Embora Harris nunca tenha feito parte de times no Jogo das Estrelas, ele se tornou um titular sólido na NBA, sendo um dos jogadores de maiores salários da liga, o maior entre os esnobados.
Khris Middleton
Veja, Khris Middleton é, hoje, um All Star na NBA. Mas em seu primeiro ano na liga, o Detroit Pistons não levou muita fé em seus talentos. Então, a direção resolveu trocar o ala para o Milwaukee Bucks.
Você já sabe o resultado disso, né?
Middleton foi para três das últimas quatro edições do Jogo das Estrelas, foi campeão da NBA e fez parte do time que venceu a medalha de Ouro nas Olimpíadas de Tóquio. Tudo bem que ele é aquele caso do ciclo que joga mal, sofre críticas, começa a jogar bem, se torna subestimado, joga tão bem que é comparado a Michael Jordan e volta a jogar mal.
Apesar de ser uma brincadeira, é uma sequência que sempre está presente na vida do atleta.
Hoje, ele se recupera de lesão e sua ausência foi muito sentida na derrota para o Boston Celtics durante a semifinal do Leste de 2021/22.
Jermaine O’Neal
Como esse cara foi subestimado? Durante seus quatro primeiros anos na NBA, Jermaine O’Neal era, literalmente, um dos jogadores mais esnobados da liga. Em 211 jogos, ele atuou por apenas 11 minutos por noite.
Mas em 2000, O’Neal foi trocado, ao lado do que sobrava de Joe Kleine para o Indiana Pacers pelo veterano Dale Davis. Enquanto Kleine sequer jogou pelo Pacers, Davis ainda era um bom defensor, aos 31 anos, vindo de sua única aparição em Jogos das Estrelas.
Por sua nova equipe, O’Neal ganhou espaço imediatamente. Fez 12.9 pontos, 9.8 rebotes e 2.8 bloqueios em cerca de 32 minutos. Isso, aos 22 anos.
Na temporada seguinte, veio o primeiro Jogo das Estrelas e, de quebra, o prêmio de jogador que mais evoluiu, com 19.0 pontos, 10.5 rebotes e 2.3 tocos. Até 2007, foram seis convocações consecutivas e um dos melhores salários da NBA.
Aos 30 anos, entretanto, as lesões começaram a ficar mais frequentes e ele já não tinha mais o mesmo vigor físico. Só que O’Neal se adaptou, passou a atuar apenas como pivô e jogou até os 35, passando por Toronto Raptors, Miami Heat, Boston Celtics, Phoenix Suns e Golden State Warriors.
Outros jogadores esnobados por times na NBA
- Tracy McGrady
Tracy McGrady, talvez, seja o melhor entre todos. No entanto, o então primo de Vince Carter já mostrava ser talentoso no Toronto Raptors quando decidiu ir para o Orlando Magic. Aliás, como o Magic faz isso? Foi por lá que McGrady iniciou os seus melhores anos na NBA, foi cestinha da liga duas vezes e se tornou um super astro. Foram sete convocações para o Jogo das Estrelas, sete vezes nos times ideais da liga e, hoje, é um Hall da Fama.
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Chauncey Billups
O atual técnico do Portland Trail Blazers passou por Boston Celtics, Toronto Raptors e Denver Nuggets sem ser muito notado. Embora tivesse tempo de quadra, Chauncey Billups não era exatamente a primeira escolha de seus treinadores. No entanto, em 2003, ele foi para o Detroit Pistons e, por lá, foi campeão da liga e três vezes All Star. Depois, voltou ao Nuggets em outro patamar e participou de outros dois Jogos das Estrelas. No total, ele fez parte de três times ideais da NBA e dois de defesa.
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Rasheed Wallace
Muito polêmico, Rasheed Wallace teve vida curta no então Washington Bullets, mas já mostrava ser talentoso. Embora não seja um clássico jogador esnobado, pois tinha muito tempo de quadra em seu primeiro ano na NBA, Wallace foi trocado antes do início de sua segunda temporada para o Portland Trail Blazers. Lá, ele foi muito bem e foi para o Jogo das Estrelas em duas oportunidades. Mas no Detroit Pistons, ao lado de Billups, Sheed venceu um título e foi mais duas vezes para o All Star Game.
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Kyle Lowry
Por fim, o veterano Kyle Lowry, do Miami Heat. Lowry teve um início “devagar demais” se comparar aos outros nomes da lista. O armador tinha tempo de quadra no Memphis Grizzlies e Houston Rockets, mas era visto apenas como um bom reserva. Em 2010/11, veio a primeira chance como titular e, desde então, seu status na liga melhorou. Mas a mudança mesmo aconteceu após o seu segundo ano de Toronto Raptors. Então, foram cinco anos consecutivos no Jogo das Estrelas, um título pelo time canadense. Desde a campanha passada, Lowry joga pelo Heat.
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