Chegou a hora das mudanças no Boston Celtics

Campanhas incostantes e sem perspectiva de título tornam Celtics um mero coadjuvante

hora mudanças Boston Celtics Fonte: TIM NWACHUKWU/AFP

Não é por nada, não, mas o Boston Celtics virou um time coadjuvante nas últimas temporadas e, agora, é hora de fazer mudanças drásticas. Após ser finalista de conferência em 2019-20, a equipe de Massachusetts não tem brigado por nada. Nem é só pela campanha passada, mas pelo que faz em 2021-22. Não existem perspectivas, tampouco garantias de que vai se classificar para os playoffs de forma direta. Não com o atual elenco, pelo menos.

O time que estava na “bolha”, há pouco mais de um ano, tinha Gordon Hayward, Kemba Walker, Daniel Theis, além de Marcus Smart, Jayson Tatum, Al Horford e Jaylen Brown. Acontece que, de lá pra cá, as reposições não foram ao mesmo nível. Podemos ponderar, entretanto, sobre Dennis Schroder. Mas sua contratação foi mais por conta de o mercado ter fechado para ele do que qualquer coisa. Todas as outras contratações são questionáveis.

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Hayward saiu por uma TPE (trade player exception) valiosa, mas transformou isso em um “aluguel” de Evan Fournier e Josh Richardson. Walker foi envolvido em uma troca com o Oklahoma City Thunder, mas trouxe Horford de volta. Theis, então titular, saiu ainda na temporada passada para o Chicago Bulls em uma negociação que resultou em Mo Wagner e Luke Kornet, que já não estão mais na equipe, além de uma nova TPE. Por fim, chegou Schroder, “ignorado” pelo mercado. Sinceramente? Zero mérito da diretoria em sua contratação. Conseguiu alguém que estava disponível e disse: “só tenho isso para oferecer, se quiser, a vaga é sua”.

Hora de mudanças no Boston Celtics

Não existem dúvidas. Se o Boston Celtics quer brigar por algo, a hora é agora, precisa abrir mão do que ainda tem, sem desapego e partir para mudanças. Com tantas peças disponíveis no mercado, é bom que Brad Stevens abra o olho e estude suas possibilidades.

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Antes de qualquer coisa, no entanto, é preciso dizer: Jayson Tatum não rende tão bem ao lado de Jaylen Brown. E vice-versa. Até o momento, Brown jogou metade das partidas, por lesão na coxa. A primeira delas aconteceu no início do mês passado e o tirou de oito partidas. E, quando voltou (entre 22 de novembro e 1° de dezembro), foi muito mal. Ele obteve médias de 14.6 pontos, 4.4 rebotes, 1.8 assistência e 29.6% de aproveitamento em três pontos. Terrível.

Entretanto, Brown possui mercado. Foi All Star na temporada passada, é jovem (25 anos) e ainda tem como evoluir, mas isso não vai acontecer ao lado de Tatum. Seu salário, de US$24.8 milhões, é compatível a outros jogadores que podem ser negociados por aí. Indiana Pacers e Portland Trail Blazers, principalmente, estão prontos para iniciarem uma reconstrução em seus elencos. O Philadelphia 76ers tem Ben Simmons sendo disponibilizado, então, opções não faltam.

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Agora, outro que pode sair é Marcus Smart. Embora ele seja um dos melhores defensores de perímetro da liga, Smart não pode ser o principal organizador de um time na NBA. Não estou dizendo, entretanto, que ele é um jogador ruim na função. Ele pode ser o segundo armador, podendo receber a bola para arremessar ao invés de criar o próprio arremesso. Para ter uma ideia, o armador converteu 31 cestas de três em 100 arremessos na situação de catch and shoot (receber e arremessar), mas fez apenas quatro em 20 quando criou o próprio lance.

Nomes concretos

O Boston Celtics precisa de um armador de ofício para que Dennis Schroder possa sair do banco, mas quem? Com Ben Simmons disponível, seu valor de mercado não é tão grande quanto a diretoria do Philadelphia 76ers sonha. Caso contrário, ele já teria sido trocado. Simmons é um excepcional defensor, com grande capacidade de organização. O australiano recebe US$31.6 milhões e, assim, é possível uma negociação um por um, envolvendo Jaylen Brown.

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Mas se Simmons chega, você precisa de um arremessador. Apesar de Bradley Beal não ser o arremessador dos sonhos na atual temporada (26.2% em três pontos), ele cogita deixar o Washington Wizards para testar o mercado na próxima offseason. No entanto, Jayson Tatum e ele querem jogar juntos há algum tempo. O problema, todavia, é o salário: US$34.5 milhões.

Então, é necessário fazer um exercício de adivinhação. Para trocar Marcus Smart (US$14.3 milhões), são necessárias duas coisas. Primeiro, é preciso aguardar até o dia 25 de janeiro, quando Smart poderá ser negociado. Depois, tem que adicionar outras peças como Juancho Hernangomez (US$6.9 milhões, com contrato até 2022-23), as duas trade exceptions (Kemba Walker e Daniel Theis), totalizando US$11.8 milhões, além do próprio Smart.

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O Wizards, sabendo que pode perder o jogador em poucos meses, não é mais totalmente dependente de Beal, principalmente em 2021-22. O jogador, segundo maior cestinha da temporada passada, faz 22.6 pontos na atual campanha. Portanto, se a diretoria de Washington não quiser perder o atleta de graça (tem player option), a troca pode fazer sentido.

O entrave, talvez, seja o fato de o Wizards ocupar, atualmente, o quinto lugar no Leste.

Se essas trocas saírem…

Vamos entender uma coisa. É a hora de mudanças no Boston Celtics. O time é o décimo colocado em sua conferência com 13 vitórias em 26 jogos. Manter o atual elenco não vai levar a equipe de Massachusetts a lugar algum. Bradley Beal é um cara que pode fazer 40 pontos em qualquer noite, além de ajudar na organização ofensiva, algo que Jaylen Brown não faz. Ben Simmons é um upgrade na defesa e na armação em relação a Marcus Smart. Se é para acertar menos de 30% de três, é melhor não arremessar.

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O Celtics já vem jogando com Robert Williams e Al Horford no garrafão, mas o veterano espaça a quadra e, em momentos de formações mais baixas, ele assume o pivô. Assim, Jayson Tatum seguiria jogando como ala, ao invés de ala-pivô.

Claro, abrindo uma vaga no elenco, o time ainda pode buscar, na agência livre, peças de reposição. James Ennis está louco para jogar. O mesmo acontece com o veterano Patrick Patterson e o xodó da torcida, Isaiah Thomas.

Com um time desses, o Celtics, certamente, poderia pensar em voos mais altos.

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