Qual foi a melhor era, aquela que produziu os melhores jogadores, no basquete norte-americano? Essa é uma pergunta bastante difícil de ser respondida, como produto do revanchismo de gerações comum na sociedade – e cada pessoa, obviamente, tende a defender sua época. Para a lenda Julius Erving, as facilidades da NBA atual formam atletas que são acostumados a mordomias inexistentes no passado.
“Eu acho que muitas condições com que lidávamos no passado mantinham a humildade na liga intacta. Você sentia-se honrado em ser um atleta profissional, não merecedor de privilégios. Dependíamos muito mais dos técnicos e estafe dos times para deslocar entre cidades e tínhamos que pegar o primeiro voo comercial na manhã após as partidas, por exemplo”, afirmou o ídolo do Philadelphia 76ers, em entrevista à rede CBS Sports.
De fato, naturalmente, muitas coisas mudaram no modus operandi da liga nas últimas quatro ou cinco décadas. Franquias possuem jatos particulares, instalações modernas, numerosas equipes de preparadores físicos e equipamentos de ponta para preparação entre jogos. Erving não acredita que isso seja ruim, evidentemente, mas vê um cenário que criou atletas muito diferentes (e, em alguns aspectos, piores) do passado na NBA.
“A verdade é que não tínhamos muitas das conveniências que existem agora, mas isso não é necessariamente ruim. Eu acho que o único problema é que tais condições têm tornado os jogadores da liga da atualidade menos ‘durões’ do que quem jogou até a década de 1980. Vejo que existe até admiração dos fãs, no entanto, por esse estilo soft de atletas, então que seja!”, concluiu o ex-atleta de 71 anos.
Erving é um ícone do basquete, um dos melhores jogadores de todos os tempos, com histórico bastante particular no esporte: passou pela extinta ABA antes de chegar à NBA. Campeão e MVP das duas ligas, somando 16 seleções para o Jogo das Estrelas, o “Dr. J” acumulou médias de 24.2 pontos, 8.5 rebotes, 4.2 assistências, 2.0 roubos de bola e 1.7 tocos em mais de 1.200 jogos disputados nas duas competições.
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