Quem são os atletas que recebem mais do que deveriam em 2020-21? Muitos jogadores são supervalorizados NBA, mas o Jumper Brasil preparou uma lista com os dez principais da atual temporada. A lista se baseia em salários da atual campanha, mas, também, no que eles fizeram para receber seus contratos. Um exemplo seria Blake Griffin, hoje no Brooklyn Nets. Mas Griffin foi dispensado pelo Detroit Pistons e teve um corte em seus vencimentos. Veja como ficou:
10- Andrew Wiggins (Golden State Warriors) – US$29.5 milhões
Andrew Wiggins passa longe de ser um jogador ruim, antes de qualquer coisa. Ótimo defensor, Wiggins foi a primeira escolha do draft de 2014 e prometia ser um astro. Não foi e não é. O negócio é o salário. São US$29.5 milhões em 2020-21 em um contrato que vai bater em US$33 milhões daqui duas temporadas. Isso é valor de All Star. OK, Wiggins já fez 23.6 pontos em sua terceira campanha como profissional, mas, talvez, esta seja a sua melhor em vários níveis, mesmo com cerca de cinco pontos a menos. Com a pressão toda voltada para Stephen Curry, ele arremessa 47.2% dos lances de quadra e 38% em três pontos (melhores da carreira). Em um outro time, Wiggins poderia, eventualmente, ter motivos para um salário desses, mas nem no Minnesota Timberwolves isso acontecia. Então, é só supervalorizado mesmo.
9- Cody Zeller (Charlotte Hornets) – US$15.4 milhões
No topo do pódio dos irmãos Zeller, Cody Zeller, do Charlotte Hornets, conseguiu a proeza de perder posição para um ala e, hoje, o time praticamente não joga com um atleta da posição pela ineficácia de seus pivôs. Zeller obteve seus melhores números na temporada passada (11.1 pontos e 7.1 rebotes) e está em seu último ano de contrato. Quando você dá a um jogador um acordo de vários anos, é esperado que ele corresponda em quadra. Ainda que não seja exatamente um problema enorme na defesa (não é um grande protetor de aro, mas é atlético e consegue fazer coberturas), Zeller nunca fez nada próximo de uma nota 6 na NBA. Depois de oito temporadas, o jogador não demonstra nada além de alguma intensidade e não consegue arremessar de jeito nenhum: 41.8% de aproveitamento entre um e três metros da cesta, 32.3% até a linha de três e 15.4% em três pontos na atual temporada. Não dá, Zeller.
8- Steven Adams (New Orleans Pelicans) – US$29.5 milhões
Steven Adams é um sujeito que deve ter poucos haters. Sempre “sincerão”, o pivô é amado em Oklahoma City, por onde jogou em seus sete primeiros anos, por ser aguerrido, batalhador e profissional. Mas isso vale quase US$30 milhões? Por sorte, ele estendeu seu contrato com o New Orleans Pelicans por um valor mais “modesto”: US$35 milhões por duas temporadas. Em seu melhor ano na NBA, ele obteve 13.9 pontos e 9.5 rebotes. Desculpe, eu gosto muito dele, mas não tem defesa o que o Oklahoma City Thunder fez em outubro de 2016: US$100 milhões por quatro anos. Adams é um defensor, no máximo, esforçado. Pode ajudar e faz seu trabalho, mas seu contrato atual é muito supervalorizado.
7- Ricky Rubio (Minnesota Timberwolves) – US$17 milhões
Vamos combinar, né? Ricky Rubio não deveria estar no Minnesota Timberwolves. Melhor ainda, não deveria ter voltado. Após passagens por Utah Jazz e Phoenix Suns, o espanhol retornou ao Timberwolves três anos após sua saída. Sabe o que aconteceu depois de ele ter deixado os três? O Timberwolves foi aos playoffs em 2017-18, enquanto Jazz e Suns brigam pelo primeiro lugar da conferência Oeste em 2020-21. Coincidência? Talvez, mas pode significar que ele simplesmente não faz seu time vencer. Na carreira, Rubio possui 44.5% de vitórias. Pode ser, ainda, que seus times não eram tão bons, mas, também, que ele seja uma das causas do problema. Dezessete milhões de dólares mais rico, Rubio faz os piores números da carreira em pontos (8.4), rebotes (3.2), o terceiro pior em assistências (6.5) e em aproveitamento de três pontos (31.1%). Ele tem contrato até a próxima temporada.
6- Gary Harris (Orlando Magic) – US$19.1 milhões
Lembra quando Gary Harris não era conhecido apenas por ser um grande defensor e fazia 17.5 pontos? Bons tempos. Infelizmente, isso não acontece mais. Harris virou quarta, quinta, sexta opção de ataque no Denver Nuggets e sofreu com contusões até ser trocado. Foi para o Orlando Magic, assim como Otto Porter. Diferentemente de seu colega de time, Harris ainda tem mais um ano de contrato e vai receber cerca de US$20.5 milhões. Ainda pode ser útil, ainda tem campo para voltar a produzir. No entanto, após 12 jogos pelo Magic, ele tem aproveitamento de 35.1% em três pontos e 34.4% no geral. Estranho, não?
5- Kevin Love (Cleveland Cavaliers) – US$31.2 milhões
Outro jogador que vive lesionado é Kevin Love, do Cleveland Cavaliers. Em algum momento, desde que assinou a extensão com o Cavs, Love valia isso tudo? Vamos relembrar. O ala-pivô era a terceira opção ofensiva da equipe quando chegou em troca com o Minnesota Timberwolves, atrás de LeBron James e Kyrie Irving. Ainda assim, ele conseguiu fazer parte do Jogo das Estrelas em duas oportunidades. Mas, desde então, o atleta viu Irving e James indo embora, deixando-o sozinho em um time sem chances de playoffs. Em 2017-18, ele perdeu 60 partidas por contusões. Na campanha, passada, entretanto, apenas nove. Menos mal. Mas, em 2020-21, jogando por apenas 24 minutos por noite, Love produz números horrorosos: 11.5 pontos, 6.8 rebotes e aproveitamento de 40.4% nos arremessos em 21 jogos. Seu contrato vai até 2022-23, quando receberá US$28.9 milhões. Enquanto isso, a diretoria do Cavaliers vai continuar em busca de um parceiro para trocas.
4- Otto Porter (Orlando Magic) – US$28.4 milhões
Finalmente, está chegando a hora de Otto Porter receber o que realmente vale. A diretoria do Washington Wizards deve ter enlouquecido, só pode. Pagar US$106.5 milhões por quatro anos a um jogador que, em seu melhor ano, fez 14.7 pontos e 6.4 rebotes e 44.1% de aproveitamento em três pontos. Mais do que isso, o Wizards cobriu uma oferta do Brooklyn Nets por ele. Bom arremessador? Sim. Vale US$28.4 milhões por ano? Nunca. Ainda bem que ao fim da temporada isso acaba e Porter vai ter que se readequar. Se receber mais do que U$15 milhões anuais, alguém já estará pagando muito. Dado para enfatizar: em 2020-21, cada ponto de Porter valeu US$104.8 mil. Parabéns, Wizards.
3- James Johnson (New Orleans Pelicans) – US$16 milhões
Sabe aquela piada de como é que o cavalo foi parar em cima do telhado? James Johnson tem situação semelhante. Como é que ele recebeu esse contrato? Ótimo defensor, Johnson nunca foi titular absoluto em lugar algum. Explicações mais ou menos plausíveis para isso: ele fez a melhor temporada da carreira no ano anterior (12.8 pontos, 4.9 rebotes, 3.6 assistências, 1.0 roubada e 1.1 bloqueio); seu agente é bom demais; defende bem; tem um agente incrível; sabe tocar cavaquinho nos vestiários; é agenciado por alguém que sabe como negociar. E é isso. Ele está em seu último ano de contrato, acumula passagens por oito equipes e ficarei muito surpreso se ele receber um contrato acima do mínimo para veterano na próxima campanha.
2- John Wall (Houston Rockets) – US$41.2 milhões
Tudo bem, John Wall recebeu a extensão contratual em 2017, após três anos seguidos com médias superiores a dez assistências, jogando, pelo menos, 77 partidas por temporada e com quatro convocações consecutivas para o Jogo das Estrelas. Fazia algum sentido ele ter um contrato bem maior, claro. Mas, como se tratava de estender previamente, seu salário (US$170 milhões por quatro anos) só passou a valer tais valores a partir de 2019-20. Nas próximas três temporadas após a assinatura, ele atuou, no total, em 73 jogos. Sim, em três anos, 73 embates. Wall ficou afastado das quadras por toda a campanha passada e foi trocado pelo Washington Wizards para o Houston Rockets antes do início de 2020-21. Foram 40 jogos disputados, com médias de 20.6 pontos, além de três menores marcas da carreira em: assistências (6.9), roubadas de bola (1.1), aproveitamento nos arremessos (40.4%). Seu acordo é válido até 2022-23, quando ele terá opção de receber US$47.3 milhões! Lesão no tendão de Aquiles é terrível para jogador de NBA e sua temporada ainda foi em um nível razoável, mas por mais de US$40 milhões por ano, é terrivelmente acima do que devia receber.
1- Al Horford (Oklahoma City Thunder) – US$27.5 milhões
É uma lástima Al Horford estar na lista. Ele é bom demais para estar aqui e, isso, eu entendo. Mas o que o Philadelphia 76ers fez na temporada passada ao dar a ele o contrato de US$109 milhões por quatro anos, ainda precisa ser explicado. Já tentei entender, pelo fato de Joel Embiid não conseguir jogar todas as partidas, por Horford ser muito técnico e ótimo defensor, ou que o time quis enfraquecer o garrafão do Boston Celtics, mas não. Não tem nada que justifique. Foi trocado para o Oklahoma City Thunder, mas está encostado por lá e não joga desde o dia 24 de março. Tudo bem que o Thunder está em modo tank, mas enquanto esteve em quadra, o time era um dos melhores em defesa na temporada. Seu contrato, pasme, vai até 2022-23, quando ele terá 36 anos.
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