O coronavírus segue abalando as estruturas da NBA, com três partidas sendo canceladas nessa semana por conta dos protocolos de saúde e segurança. Mas, mesmo para atletas que já foram infectados e estão curados da pandemia, a experiência ainda não terminou por completo. O astro Jayson Tatum, do Boston Celtics, revelou ainda sentir os efeitos da COVID-19 em momentos de jogos mesmo mais de um mês depois de testar positivo para a doença.
“Essa doença mexeu um pouco com a minha respiração. Eu vivenciei instantes em que, para não dizer que tive dificuldades para respirar, senti que fiquei cansado e ofegante muito antes do normal em partidas recentes. Notei que, desde que tive a COVID, tem sido muito mais fácil ficar sem ar e extenuado correndo a quadra. É uma coisa que já melhorou desde meu jogo de retorno, mas com que ainda lido de tempos em tempos”, contou o jovem talento, em entrevista coletiva nessa terça-feira.
A declaração de Tatum, obviamente, não pegou a franquia de surpresa. Os médicos e comissão técnica do Celtics monitoram as condições de saúde do ala a cada treino e partida, especialmente com o calendário muito corrido da NBA na atual temporada, depois dos relatos de falta de ar leve. Para o jogador de 22 anos, esse é apenas um indicativo de que a recuperação da COVID-19 é mais complexa do que o esporte e a medicina podem imaginar.
“Nós já conversamos sobre esse assunto e, como disse, não é algo que sinto o tempo inteiro. É só instantes pontuais em que puxar o ar fica um pouco difícil, algo que não tinha antes. Eu acho que, no fim das contas, essa recuperação é um longo processo. Falei com outros jogadores e eles passaram pela mesma coisa. Passa com o tempo, dizem. É algo em que estou trabalhando, mas, para atletas, deve levar mais tempo”, ponderou o craque, que ficou afastado por duas semanas em janeiro.
Apesar da situação ainda instável, Tatum voltou jogando em alto volume para o Celtics: o tempo de quadra, na verdade, aumentou de 34.6 para 36.0 minutos por jogo. Nessa mesma comparação, o líder do Celtics passou de média de 26.9 pontos com 43.8% de aproveitamento nos arremessos de longa distância para 24.5 pontos acertando 36.5% dos tiros de três. O técnico Brad Stevens reconhece que, no momento ruim vivido por Boston, tem problemas para administrar a minutagem do jogador.
“Às vezes, o meu filho de 15 anos pergunta por que o Jayson não estava em quadra em tal momento. Pergunta por que o Jaylen Brown não jogou mais tempo. Eles precisam descansar também, né? Não dá para atuar 48 minutos em todos os dias, então temos que achar um equilíbrio. Só digo uma coisa para vocês: é muito mais fácil encontrar o equilíbrio quando se está com 15 vitórias a mais do que derrotas do que campanha de 50% de aproveitamento”, explicou Stevens, admitindo ter um desafio em mãos.