LeBron e astros da NBA posicionam-se contra Jogo das Estrelas

Grandes nomes da liga seguem De’Aaron Fox e manifestam-se contrários à realização da partida festiva em um ano de pandemia

lebron playoffs lakers tornozelo Fonte: AFP

Após idas e vindas, o All-Star Game parece muito bem encaminhado para acontecer no primeiro fim de semana de março. Alguns dos mais importantes nomes da NBA, porém, estão fazendo questão de manifestar que são contrários à realização do evento em um ano de pandemia e com o calendário bem “apertado” da temporada. LeBron James e outros astros, quando questionados sobre o assunto, criticaram a decisão da liga e da Associação dos Jogadores de promover o Jogo das Estrelas nesse ano. 

“Nós tivemos uma offseason curta e acertamos que não haveria Jogo das Estrelas, então existiria uma pequena pausa para descansar e recalibrar as energias para a reta final da temporada. Então, do nada, você quebra um acordo e agenda o jogo dessa forma? Para mim, isso é um ‘tapa na cara’ de todos nós. Tenho zero energia e empolgação para essa partida. Na verdade, eu não entendo porque faremos isso”, desabafou o craque do Los Angeles Lakers, em entrevista nessa sexta-feira. 

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Atual campeão, o Lakers é o maior prejudicado pela abolição de parte da pausa do Jogo das Estrelas para realização do evento em si: o elenco teve apenas 71 dias de férias, a menor offseason da história das quatro grandes ligas esportivas norte-americanas. Mas outros tantos jogadores também estavam aguardando a parada para poderem rever os parentes e amigos, além do óbvio momento de descanso. O atual MVP da liga, Giannis Antetokounmpo, admite que era um desses atletas. 

“Eu acho que todos os jogadores estavam ansiosos por esses dias pela pausa. Hoje, nós não podemos ver as nossas famílias. Eu não estou preocupado com o All-Star Game porque, no fim das contas, quero ver o meu irmão mais novo na Espanha ou recebê-lo aqui. Isso é o importante para mim nesse período. Realmente estou sem energia e empolgação para esse tipo de evento também”, afirmou o craque grego, um dos astros que seguiu a opinião de LeBron sobre o Jogo das Estrelas. 

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O acerto entre a NBA e a Associação de Jogadores que levou à definição da temporada com 72 jogos disputados em cerca de cinco meses foi traçado com a projeção de que a pausa do Jogo das Estrelas, na verdade, seria apenas uma parada geral sem o evento em março. Nunca houve, porém, uma promessa formal de que esse seria o destino da partida festiva. Para o astro James Harden, essa mudança de planos é o exemplo de uma série de decisões tomada contra a vontade dos atletas. 

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“Há muita coisa acontecendo no planeta e estamos tentando reduzir a pandemia, então por que fazer esse evento? Eu sei a razão para termos o jogo, mas, especialmente com esse calendário apertado, sinto que tudo está sendo forçado goela abaixo dos atletas. A gente só quer uma semana para relaxarmos, ficarmos com nossas famílias e um pouco longe do basquete, pois estamos em uma maratona de várias partidas por semana”, justificou o armador recém-adquirido pelo Brooklyn Nets. 

A intenção da NBA seria realizar todos os concursos do All-Star Weekend (habilidades, arremessos de três pontos e enterradas) no mesmo dia do jogo principal, como uma espécie de abertura para o grande evento da noite. Seria uma forma de, ao mesmo tempo, diminuir o período em que os atletas precisariam ficar à disposição da liga e reduzir os riscos ligados à reunião deles em Atlanta. Independentemente disso, Kawhi Leonard sabe o que é a prioridade na controversa decisão. 

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“Eu acho que todos sabem porque vamos disputar essa partida, né? É uma questão de dinheiro. É uma oportunidade de fazer mais dinheiro, na realidade. E estão colocando dinheiro acima da nossa saúde, basicamente. É isso. Nós estamos disputando jogos, sim, mas ainda há uma pandemia lá fora matando pessoas. Estamos vivendo sob uma série de protocolos e regras. Mas, para ser sincero, isso não me surpreende nem um pouco”, reconheceu o líder do Los Angeles Clippers. 

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A intenção inicial da liga era simplesmente eleger os all-stars da temporada, como uma forma de reconhecimento e respeitando eventuais bônus de performance existentes em contratos de jogadores, mas não fazer o jogo por uma medida de segurança. A redução dos casos de COVID-19 na liga em fevereiro, no entanto, trouxe a sensação de que a partida pode ser realizada com riscos mínimos. O veterano Carmelo Anthony discorda dessa noção e vê o plano original como a forma certa de proceder no momento. 

“Eu não acho que é certo termos um Jogo das Estrelas na situação em que o mundo se encontra. Não acho que precisamos de algo assim nesse momento. Seria ótimo poder reconhecer aqueles que merecem ser eleitos para o evento, os all-stars, mas acho que realizar a partida também é um pouco demais para o curto período de tempo com que estamos trabalhando nessa temporada e a situação de saúde que estamos vivendo”, opinou o ala do Portland Trail Blazers. 

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Ser contrário à realização do Jogo das Estrelas, porém, não significa recusar-se a ir para Atlanta participar do evento no momento. Tal possibilidade, na verdade, não passa pela cabeça de nenhum jogador: pelo acordo coletivo de trabalho da NBA, entre as inúmeras punições possíveis, a liga possuiria o direito de impor uma pesada multa em qualquer atleta que se negasse a participar. Antetokounmpo está pronto para saber separar sua posição de contrariedade de uma efetiva ausência. 

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“No fim das contas, se a NBA disser que temos que aparecer, nós vamos fazer o nosso trabalho. Sempre vou estar lá quando for chamado porque dou o exemplo. E só espero que, se tivermos o jogo, tenhamos público. Não vejo a razão de fazermos tudo isso se não tivermos fãs no ginásio. Mas, no fim das contas, eu simplesmente não queria fazer isso. Quero descanso, não quero esse evento”, detalhou o líder do Milwaukee Bucks, que, certamente, será um dos eleitos all-stars. 

O armador De’Aaron Fox foi o primeiro atleta a dizer publicamente que era contra a “reunião” em Atlanta, mas, com chances de ser selecionado para a partida festiva pela primeira vez, deixou claro que não pretende qualquer tipo de “boicote”. LeBron James segue em uma postura semelhante, mas avisa sobre o que a NBA deve esperar dele e possivelmente outros astros no Jogo das Estrelas. “Se isso realmente acontecer, eu estarei lá fisicamente, mas não mentalmente”, avisou o quatro vezes MVP da liga.  

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