Da NBA para a Euroliga: não é só chegar e sair arrebentando

Correspondente em Israel, Rodrigo Salomão traz a crônica da sexta rodada da Euroliga

Fonte: Correspondente em Israel, Rodrigo Salomão traz a crônica da sexta rodada da Euroliga

Da NBA para a Euroliga: não é só chegar e sair arrebentando

É muito natural pensarmos que, quando um jogador de uma liga de maior qualidade chega a uma num patamar abaixo, tudo vai fluir muito bem, automática e naturalmente. Mas não é bem assim. Muito longe disso. O fato de um atleta ter passado pela NBA nos últimos anos não é credenciamento garantido para o sucesso na Europa. Dragan Bender que o diga.

O croata foi um dos principais reforços do Maccabi Tel Aviv para esta temporada, depois de uma apagada passagem pelo Milwaukee Bucks, e logo entrou no time titular há cerca de um mês. Mas a adaptação tem sido mais dura do que o esperado. Mesmo sendo europeu e já tendo jogado no próprio Maccabi (de onde foi draftado pelo Suns como escolha nº 4), Bender admitiu que tem sido muito difícil entrar na rotação europeia de jogar (e lidar) com o basquetebol. Após a derrota para o Fenerbahce em casa (65-75), o ala conversou com a imprensa e falou sobre o assunto:

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“O tipo de jogo que joguei nos últimos quatro anos é diferente do que o da Europa. É uma abordagem diferente, pois treinamos mais e não jogamos tantos jogos. A copa israelense começou agora e está nos dando mais tempo de jogo, e eu sou uma das novas caras. Precisamos de jogar mais jogos e mostramos nas últimas partidas que temos condições de enfrentar qualquer equipe de igual pra igual”, afirmou.

Curiosamente, do outro lado da quadra estava Igor Kokoskov, seu treinador no Phoenix Suns em 2018. Sucessor de Obradovic na equipe turca, o técnico também falou aos jornalistas depois da partida. Foi a sua terceira vitória em seis jogos na liga. Mas o que mais impressionou foi a eficiência do time nos arremessos de longa distância: incríveis 50% de aproveitamento da linha dos três pontos. Herança dos tempos de NBA? Certamente, com grande ajuda de Jarell Eddie, chamado pelo comandante de “arremessador de elite”. O jogador, que tem passagens por Wizards, Suns, Celtics e Bulls, chegou à Europa em 2018 (Estrasburgo e Murcia) e, desde então, tem 45% de aproveitamento do perímetro:

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Igor Kokoskov, treinador do Fenerbahçe. Foto: Rodrigo Salomão

“Jarell Eddie é um dos melhores arremessadores que já treinei desde que estou no ramo do basquete. É um chutador de elite. Ele muda o jogo e muda o espaçamento. Ele só precisa de um pouco de espaço e o arremesso sai. Eddie significa muito para o nosso grupo, ele é uma voz presente em nossos treinamentos e sua capacidade de liderança é excelente. Estamos entusiasmados por ele fazer parte deste grupo, é um grande personagem”, avaliou Kokoskov.

Muito cedo para impressões na Euroliga, ainda mais numa temporada atípica em todos os sentidos. Mas é curioso notar como funciona quando dois universos tão distantes se mesclam dentro de uma quadra de basquete. São tantos detalhes que só nos fazem ter a certeza de que esse esporte é apaixonante em qualquer canto do planeta.

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