Chegou a hora: o Jumper Brasil apresenta a sua previsão da final da NBA na “bolha”: o favorito do Oeste, Los Angeles Lakers, enfrenta a surpresa do Leste, Miami Heat.
Los Angeles Lakers (1º) X (5º) Miami Heat
Confrontos na temporada regular
LAKERS |
vs. |
HEAT |
2 |
Geral | 0 |
95 | 08/11/2019 |
80 Publicidade
|
113 | 13/12/2019 |
110 |
O caminho nas conferências
LAKERS |
x | HEAT |
Blazers (4-1) | 1a rodada |
Pacers (4-0) Publicidade
|
Rockets (4-1) |
Semifinal | Bucks (4-1) |
Nuggets (4-1) | Final |
Celtics (4-2) Publicidade
|
Datas do confronto
30/09: Heat vs. Lakers – 22h (transmissão na ESPN e Bandeirantes)
02/10: Heat vs. Lakers – 22h (transmissão na ESPN e Bandeirantes)
04/10: Lakers vs. Heat – 20h30 (transmissão na ESPN e Bandeirantes)
06/10: Lakers vs. Heat – 22h (transmissão na ESPN e Bandeirantes)
09/10: Heat vs. Lakers – 22h* (transmissão na ESPN e Bandeirantes)
11/10: Lakers vs. Heat – 20h30* (transmissão na ESPN e Bandeirantes)
13/10: Heat vs. Lakers – 22h* (transmissão na ESPN e Bandeirantes)
*Se necessário
Horários de Brasília
Los Angeles Lakers (52-19 / 12-3)
O Lakers foi o favorito ao título em que pudemos confiar nessa temporada: um time que iniciou a campanha com expectativas de chegar longe e, apesar das oscilações características de uma competição tão longa com uma parada de quatro meses no meio das partidas, comportou-se com segurança e estabilidade. Sua trajetória nos playoffs, em especial, teve a marca de uma equipe que administrou o seu inegável favoritismo muito bem. Entre um sustinho ou outro, foi dominante em suas séries.
O impressionante da jornada angelina nos playoffs é que a dominância estabeleceu-se usando formações diferentes, mexendo em rotações e fazendo ajustes pontuais a cada adversário. É provável que não precisasse mostrar tanta versatilidade assim para derrotar os adversários até aqui – teria tido mais trabalho, certamente, mas poderia derrotá-los –, mas a verdade é que o elenco liderado por LeBron James mostrou mais versatilidade do que se imaginava.
Frank Vogel utilizou JaVale McGee (Blazers), Dwight Howard (Nuggets) e Markieff Morris (Rockets) como parceiros do astro Anthony Davis ao longo do mata-mata, adaptando-se a diferentes situações – o super small ball de Houston, o jogo bem focado nos armadores de Portland, a marcação de Nikola Jokic contra Denver. A equipe conseguiu integrar o veterano Rajon Rondo sem problemas no andamento dos playoffs. A impressão é que o elenco “cresceu” nas últimas semanas.
É verdade que, contra Blazers e Rockets, tomaram um pequeno susto na primeira partida. O Nuggets venceu de forma categórica o jogo 3 das finais do Oeste. Mas, em retrospecto, fica a sensação de que o Lakers melhorou a cada etapa e nunca esteve realmente ameaçado.
Miami Heat (44-29 / 12-3)
O Heat que jogou na “bolha” é muito diferente daquela equipe que vimos antes da paralisação da NBA. Esse é um time que mudou, para muito melhor, em termos de quinteto inicial e rotação – Jae Crowder e Andre Iguodala chegaram, Goran Dragic tornou-se titular absoluto, Kendrick Nunn e Meyers Leonard quase não entram em quadra. Aquela versão do começo da temporada era o bastante para ser surpresa positiva da temporada. A versão de Orlando é um contender avassalador.
Tanto avassalador foi que Miami conseguiu vitórias expressivas nos playoffs em séries que, pelos retrospectos, deveriam ter sido mais difíceis. Varreu um Pacers muito disciplinado e que teve a quarta melhor campanha do Leste. “Destruiu” o dono do melhor recorde da temporada e time do MVP da temporada, Bucks, em cinco jogos. Mostrou mais problemas para superar o Celtics, nas finais do Leste, mas mostrou (muito) mais organização e poder de decisão do que o oponente.
O Heat não se moldou aos adversários, exibindo a versatilidade deu seu elenco, no caminho até a decisão como fez o Lakers. Seu elenco não precisa, na verdade, dar essa mostra: é quase uma unanimidade que o elenco montado por Pat Riley é um dos mais completos da NBA. Trata-se de combinação notável de jovens talentosos e veteranos provados, jogadores que atuam com e sem a bola nas mãos, defensores versáteis e especialistas ofensivos.
Uma mudança drástica ocorreu, porém, para mudar o patamar dos comandados de Erik Spoelstra: a entrada de Dragic no lugar de Nunn trouxe um criador de jogadas em pick-and-roll que virou o cestinha do time e vive, possivelmente, o momento mais brilhante da carreira. Quebrou todas as defesas que encontrou até agora com uma impecável tomada de decisão.
Análise do confronto
O primeiro passo natural para que a torcida do Lakers sinta-se confiante nessa final seria recorrer ao retrospecto da temporada regular: a equipe venceu os dois duelos entre os finalistas na fase de classificação. Mas a verdade é que, hoje, isso significa muito pouco como parâmetro de previsão: as duas partidas aconteceram há quase um ano e o Heat passou por muitas mudanças. Para se ter uma ideia, dois titulares daquela equipe quase não entram em quadra nesses playoffs.
Esse finalista é um outro Miami em relação àquele da temporada regular – que, na verdade, possui recursos interessantes para testarem os angelinos como ninguém ainda o fez nos playoffs. Primeiramente, esse é o time mais físico que o Lakers já enfrentou nos playoffs. A equipe comandada por Frank Vogel tem atropelado seus adversários com uma postura agressiva e combativa. Deverá encontrar, aqui, um oponente mais duro, resistente e que vai cansá-lo mais nessa abordagem.
Afastar, em especial, LeBron James do garrafão é a chave para o Heat ter sucesso na defesa. O Lakers é o time que mais pontua na área restrita na pós-temporada e o craque é responsável por quase metade desses pontos. Por sorte, o Heat tem um grupo de defensores físicos o bastante para tentar combater o estilo “rompedor” do veterano: Jimmy Butler, Jae Crowder e Andre Iguodala. Bam Adebayo, além disso, é um dos marcadores mais versáteis da liga e pode encarar trocas contra LeBron. Isso não quer dizer sucesso, mas, pelo menos, te dá opções.
É certo que os angelinos tentarão atacar os marcadores mais frágeis de Miami em trocas, como Duncan Robinson e Goran Dragic, mas, em condições normais, eles são um adversário ideal para “esconder” esses atletas. Afinal, o campeão do Oeste é basicamente constituído por LeBron, Anthony Davis, um pivô mais “pesado” (opcional) e os chutadores – que, via de regra, não são atacantes versáteis. A torcida de Los Angeles já teve provas demais do que acontece quando Danny Green precisa bater bola, né?
A lógica não é tão complicada: Robinson, a princípio, vai ter vida muito mais fácil para manter-se em quadra marcando Kentavious Caldwell-Pope posicionado na linha de três pontos do que um Jaylen Brown, por exemplo, que tem recursos ofensivos mais vastos. O Lakers está disposto a mudar o seu plano de jogo e tentar pick-and-rolls menos ortodoxos (LeBron-Pope, digamos) apenas para explorar esses atletas?
E a mais importante das armas de Miami, provavelmente, é a defesa zona. Esse é um trunfo que todos já sabem estar sob a manga de Erik Spoelstra, mas pode ser mais eficiente contra Los Angeles pelo fator novidade, já que os angelinos lidaram muito pouco com esse tipo de marcação na “bolha”. Além disso, isso permite que Adebayo fique mais próximo da cesta e funcione como o principal protetor de aro para as infiltrações de LeBron.
Aos poucos, no entanto, a grande performance do Heat na “bolha” também começa a mostrar as “rachaduras” que podem ser aproveitadas pelo Lakers. Os números do quinteto titular já não são tão bons quanto há alguns meses (Jae Crowder, em particular, não vem jogando bem e não ficaria surpreso se perdesse a titularidade durante as finais). O time só supera seus adversários por 1.4 pontos a cada 100 posses de bola com seus titulares em quadra, um número bem modesto.
É preciso lembrar também que o Celtics encontrou os caminhos para enfrentar a defesa zona do campeão do Leste ao longo das finais de conferência e foi surpreendente como Spoelstra seguiu agarrado ao sistema. Não foi mostrada muitas alternativas ou vontade de variar.
Fechar o caminho de LeBron até à cesta e impor um jogo mais físico contra Anthony Davis tende a abrir espaço para os arremessos dos coadjuvantes de Los Angeles – e, se alguém vai vencê-lo, melhor apostar que não sejam os astros rivais mesmo. O problema é que, depois de um início bastante lento na “bolha”, o elenco de apoio angelino tem sido bastante afiado oferecendo espaçamento para os craques da companhia. Você dirá que eles não são regulares. Sim, é verdade. Mas, se eles estiverem com a mão certeira, é difícil imaginar essa equipe perdendo.
O Lakers também encontrou opções durante os playoffs para deixar Adebayo “ocupado” ou punir o uso de um jogador mais baixo: do espaçamento de Markieff Morris à força que Dwight Howard tem sido nos rebotes, esse time vem conseguindo encontrar ótima produção dos parceiros de Davis. A defesa zona pode forçá-los a atuar com formações mais ágeis, mas, na verdade, ter Davis como um pivô transforma a equipe da Califórnia em uma potência ofensiva ainda maior. Ficar com Adebayo “plantado” no garrafão, nesse sentido, pode ser um feitiço contra o feiticeiro.
Por fim, um dos meios fundamentais para parar o Heat – e isso foi mostrado pelo Celtics também – é desacelerar Dragic. E o Lakers possui boas condições de fazê-lo, já tendo se saído muito bem na marcação de astros como Damian Lillard, James Harden e Jamal Murray nos playoffs do Oeste. Não se trata do trabalho que um jogador faz sozinho, mas o time mostrou-se hábil e afiado para dobrar marcação nesses atletas e tirar a bola de suas mãos antes que pudessem criar jogadas. Contra Miami, esse deve ser o caminho também – e, certamente, ninguém vai se importar em deixar Crowder livre, na fase que vive.Como já citado, o Heat é o melhor time da “bolha”: não há quem tenha mostrado melhor basquete, coletivamente, do que os comandados de Erik Spoelstra. Agora, isso é o bastante para levantar o título contra um adversário que vemos como um favorito desde o início, lidando com esse favoritismo de forma segura? No fim das contas, isso é o bastante para superar um matchup complicado contra um rival universalmente visto com mais pedigree de campeão?
A diferença entre Heat e Lakers pode ser muito, mas muito menor do que algumas previsões dão a entender quando citam um favoritismo convicto para os angelinos. Eu não acho que exista uma diferença tão grande, particularmente. Mas tenho que admitir que, em uma série equilibrada, ter os dois melhores jogadores em quadra vira uma vantagem pesadíssima.
Relembre o que aconteceu nas finais de conferência: Anthony Davis convertendo o arremesso decisivo do jogo 2 e, três partidas mais tarde, LeBron James dominando o último quarto contra o Nuggets jogando por sua vida são prova do que eu estou tentando dizer. Ter os melhores jogadores é o que desequilibra a balança nessas situações. E o Lakers é quem os tem nessa série.
Palpite: Lakers em seis jogos
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