Você já viu todos os buzzer beaters que decidiram séries de playoffs da NBA?

Arremessos decisivos em jogos de eliminação de confrontos de mata-mata só aconteceram dez vezes em mais de sete décadas da liga

Fonte: Arremessos decisivos em jogos de eliminação de confrontos de mata-mata só aconteceram dez vezes em mais de sete décadas da liga

Quem não gosta de um buzzer beater, aquele arremesso no estouro do cronômetro para decidir uma partida? É, provavelmente, o auge da emoção que se pode ter em um jogo de basquete: a euforia do vencedor contrastando com a total perplexidade do derrotado. Mas existe um outro fator crucial, além da vitória e emoções, que faz com que esses arremessos sejam tão especiais: a raridade.

O site Basketball Reference registra só 774 buzzer beaters em 74 anos de história da liga. Isso quer dizer que você vai ter, quando muito, uns dois chutes decisivos por mês na NBA. Não é fácil ver um desses – e, por isso, eles ficam (ainda) mais notáveis. E o número cai a um número mínimo, obviamente, quando falamos em playoffs especificamente.

Na verdade, só existem dez ocorrências de buzzer beaters em jogos de eliminação de playoffs em mais de sete décadas de história da NBA – ou seja, arremessos que não só decidiram jogos, mas colocaram o ponto final em séries. Você já parou para pensar que, então, tivemos uma sorte cavalar no mata-mata do ano passado? Dois deles aconteceram lá.

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Você conhece todos os buzzer beaters que decidiram séries de playoffs da NBA? O Jumper Brasil vai te contar essas histórias:

 

Kawhi Leonard (12/05/2019)

Semifinal do Leste: Raptors vs. Sixers (Jogo 7)

O mais recente também é, provavelmente, o mais emocionante dos buzzer beaters para encerrar séries de playoffs que a NBA já viu. Kawhi Leonard levou o Raptors à segunda final de conferência de sua história – e, mais tarde, ao inédito título – com um arremesso dos mais dramáticos: encurralado no corner, esticando o braço para evitar o toco de Joel Embiid, com quatro quiques no aro antes de cair. Épico.

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Curiosidade: é o único buzzer beater da história em um sétimo jogo de confronto de playoffs.

Kawhi Leonard: “Foi sensacional. É uma sensação que nunca experimentei antes. Ter conseguido acertar esse arremesso e sentir o que senti hoje foi uma benção divina”

J.J. Redick (Sixers): “O arremesso pareceu curto. Parecia curto, cara. Há muitas emoções diferentes quando a bola começa a bater no aro e subir e girar. É difícil explicar”

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Damian Lillard (24/04/2019)

Quartas-de-final do Oeste: Blazers vs. Thunder (Jogo 5)

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Dois dos melhores armadores dessa geração. Uma série cheia de polêmicas e bate-boca. Um arremesso tão absurdo que sempre soou destinado a cair. Damian Lillard colocou um enfático ponto final na campanha do Thunder – e na histórica passagem de Russell Westbrook pela franquia – com um tiro de 37 pés que levou Portland ao delírio, além de causar um aceno de tchau e uma encarada icônica para a tela. Só mais um dia para Dame.

Curiosidade: os 50 pontos de Lillard é a maior pontuação de um jogador em uma partida onde converteu um buzzer beater na história dos playoffs da NBA.

Damian Lillard: “Era longe? Eu parei ali, fiquei olhando para a cesta e parecia um alcance confortável para mim. Houve bastante conversa e provocação nessa série, muita coisa foi dita, e esse arremesso foi a palavra final”

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Paul George (Thunder): “Foi um arremesso ruim”

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Damian Lillard (02/05/2014)

Quartas-de-final do Oeste: Blazers vs. Rockets (Jogo 6)

Damian Lillard sabe mesmo como destruir sonhos. Em sua segunda temporada na NBA, o armador liderou o Blazers a uma classificação sem mando de quadra sobre o favorito Rockets na primeira rodada dos playoffs de 2014. E o panorama do tiro, na verdade, deixa tudo mais impressionante: o time perdia por dois pontos e, se o jovem astro tivesse errado a bola de três, iria fazer um sétimo jogo em Houston.

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Curiosidade: Lillard é um dos seis atletas da história com múltiplos buzzer beaters em jogos de playoffs. O único outro jogador em atividade na lista é LeBron James.

Damian Lillard: “Esse foi, definitivamente, o maior arremesso da minha carreira. Até agora…”

Dwight Howard (Rockets): “Isso dói. Não sei se as pessoas sabem o quanto dói. Quando você deixa tudo o que tem em quadra e alguém mata as suas chances com um arremesso assim é um golpe difícil de absorver”

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John Stockton (02/05/1997)

Final do Oeste: Jazz vs. Rockets (Jogo 6)

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O maior arremesso da história do Jazz foi obra de um dos jogadores mais decisivos da NBA na década de 1990: John Stockton fez a cesta que calou Houston e levou a franquia de Salt Lake City às finais da NBA pela primeira vez. O coadjuvante desse lance é Karl Malone, que faz um infame bloqueio em movimento em Clyde Drexler de deixar qualquer um dos que você reclama hoje em dia com inveja.

Curiosidade: Stockton acertou mais de 42% dos seus arremessos de três pontos na temporada 1996-97. Ele tentou 2.2 chutes de longa distância na campanha.

John Stockton: “Geralmente, nessas jogadas decisivas, todo mundo fica louco e não faz nada do que foi combinado. Vão para os pontos errados da quadra, matam o lance, não fazem o que foi desenhado. Então, essa foi uma exceção: todo mundo fez exatamente o que deveria fazer. E a bola caiu”

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Michael Jordan (17/04/1993)

Semifinal do Leste: Bulls vs. Cavaliers (Jogo 4)

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Não há muito o que dizer: o Cavs era a vítima favorita de Michael Jordan. Trata-se de um lance esquecido por empalidecer diante do que veio quatro anos antes, mas é isso mesmo: depois do célebre “The Shot”, o maior jogador de todos os tempos viajaria novamente até Cleveland nos playoffs para converter mais um buzzer beater que iria eliminar o time de Ohio.

Curiosidade: Dois dos três buzzer beaters de Jordan em playoffs fecharam séries eliminando o Cavaliers da temporada. Sofrimento não tem limite.  

Michael Jordan: “Eu tenho tido sorte demais em Cleveland por algum motivo que desconheço. Vai entender… E foi um fadeaway. Eu não tinha acertado um único fadeaway a noite inteira”

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Lenny Wilkens (técnico do Cavs): “Deem crédito a Michael. Ele converteu um arremesso bem difícil. A bola saiu das mãos dele e ele já sabia que tinha acabado com nossa temporada. O homem decidiu. Isso é o que os grandes fazem”

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Michael Jordan (07/05/1989)

Quartas-de-final do Leste: Bulls vs. Cavaliers (Jogo 5)

O Bulls havia sido sexto colocado do Leste e, por isso, não tinha mando de quadra na série. O Cavaliers, com um dos melhores times de sua história, venceu os seis confrontos da temporada regular contra Chicago. Chegou nos playoffs e… Michael Jordan teve a palavra final, com um dos arremessos que definiram a sua gloriosa carreira. Não à toa que, entre tantos tiros decisivos, esse foi “The Shot”.

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Curiosidade: Jordan tem nove buzzer beaters registrados ao longo da carreira. E, para choque de zero pessoas, essa é a maior marca da história da NBA.

Michael Jordan: “Desenhamos uma jogada em que eu ia para a bola, mas só dava tempo de bater uma vez e chutar. Era um cenário de vida ou morte. Eu ia fazer o possível para pegar a bola. Eu tinha que receber aquele passe. Tinha que acertar”

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Derrick McKey (05/05/1989)

Quartas-de-final do Oeste: Sonics vs. Rockets (Jogo 4)

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Parece que o Rockets não tem sorte com buzzer beaters mesmo, né? Dessa vez, os texanos conseguiram empatar o jogo faltando um segundo, com uma cesta de três pontos de Sleepy Floyd, só para ser derrotado no estouro do cronômetro, com uma cesta de Derrick McKey – que, por sinal, era um sophomore na época. Ótimo passe no lateral do ex-armador Nate McMillan, hoje técnico do Indiana Pacers.

Curiosidade: McKey é o único jogador nessa lista que não está ou estará um dia no Hall da Fama.

Derrick McKey: “Eu não sei se o lance deu certo, se todo mundo se movimentou da forma que deveria. Só sei que, quando recebi a bola, já não dava tempo para nada. Só dei um toquinho e funcionou”

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Ralph Sampson (21/05/1986)

Final do Oeste: Rockets vs. Lakers (Jogo 5)

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A história virou um pouco aqui e o Rockets chegou à segunda final de sua história com uma dose considerável de sorte. Em um jogo nervoso, com várias confusões e brigas (incluindo uma entre o jovem Hakeem Olajuwon e o futuro executivo Mitch Kupchak), Ralph Sampson acertou um arremesso milagroso – e muito esquisito – para calar a torcida do então campeão Lakers, tido como franco favorito no início da série.

Curiosidade: Reza a lenda que Sampson tentou por anos repetir o seu inusitado arremesso em treinamentos sem nunca conseguir.

Ralph Sampson: “Eu acho que muita gente só me conhece por esse arremesso. Foi, provavelmente, a melhor experiência da minha carreira”

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JoJo White (12/04/1974)

Semifinal do Leste: Celtics vs. Braves (Jogo 6)

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Essa é a única das séries decidida com buzzer beaters em lances livres. JoJo White sofreu falta enquanto tentava fazer o arremesso no estouro do cronômetro contra outro integrante do Hall da Fama, Bob McAdoo. Ele só precisava converter um dos tiros, mas anotou os dois. Enquanto o Celtics comemorava, dono e torcedores do Braves perseguiram os árbitros até os vestiários para reclamar da marcação.

Curiosidade: Embora tenha marcado 18 pontos, esses foram os únicos dois lances livres que JoJo White cobrou naquela partida.

Tom Heinsohn (técnico do Celtics): “Cara, eu acho que essa foi uma marcação de uma baita coragem dos juízes”

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Tom Heinsohn (05/05/1960)

Final do Leste: Celtics vs. Warriors (Jogo 6)

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O mesmo Heinsohn que seria treinador do Celtics mais de uma década depois foi o responsável pelo primeiro buzzer beater para fechar uma série de playoffs, em um tapa no zerar do relógio contra o então Philadelphia Warriors – que, além de um de seus adversários mais icônicos (o mítico Wilt Chamberlain), tinha outros três membros do Hall da Fama (Paul Arizin, Guy Rodgers e Tom Gola).

Curiosidade: Esse é o único dos buzzer beaters citados de que não existe nenhum registro visual disponível.

Tom Heinsohn: “O Convention Hall era um caldeirão e eles tinham o grande Wilt Chamberlain. Não era nada fácil. Acabou que chegamos àquele sexto jogo, estava empatado e consegui um ‘tapinha’ no estouro do cronômetro para vencer a série. Quando o juiz disse que valeu, eu vi 11.000 torcedores chatos dos caras calados pela primeira vez. Foi o momento mais divertido da minha vida”

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