Comparados antes do draft, De’Aaron Fox segue trajetória semelhante à de John Wall

Lucas Torres observa como atual versão do armador do Kings assemelha-se a astro do Wizards em seu terceiro ano na NBA

Fonte: Lucas Torres observa como atual versão do armador do Kings assemelha-se a astro do Wizards em seu terceiro ano na NBA

Uma das comparações de maior repercussão nos processos pré-draft dos recrutamentos recentes foi a do então armador da Universidade de Kentucky, De’Aaron Fox (Sacramento Kings), com a antiga estrela do programa – John Wall (Washington Wizards), em 2017.

Mais pelo fato de ambos terem brilhado sob o comando do treinador John Calipari, tais comparações se baseavam na tremenda velocidade e explosão compartilhada por eles, elemento que os impulsiona a serem letais na infiltração e na transição, seja para colocar pressão no aro ou liberar os companheiros em cenários de drive and kick’ e drive and dish.

Hoje, três anos depois, revisitamos a comparação para observar como a atual versão de Fox se assemelha ao estágio de Wall em seu terceiro ano na NBA.

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O armador do Kings tem confirmado as expectativas ao repetir um impacto semelhante ao de Wall como slasher – utilizando seu atleticismo para estabelecer sua presença no garrafão adversário e manufaturar cestas fáceis na área pintada e no lance-livre.

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Em seu terceiro ano, Wall foi à linha do lance-livre uma média de 6.2 vezes por partida (quarto entre os armadores na temporada 2012-13) – número que Fox supera em 0.6 pontos percentuais em 2019-20 (oitavo entre os armadores).

Efetivos para chegarem com frequência à área pintada, Fox com sua ótima variação de velocidades e agilidade para mudar de direção, e Wall com um atleticismo e uma habilidade de criar linhas de infiltração a partir do contato físico significativamente maior, os dois possuem ‘pontos fortes’ diferentes nesses cenários.

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O primeiro faz um trabalho melhor ao usar um trabalho de pernas avançado, recorrendo a movimentos como o alargamento da passada para desacelerar e tirar o timing do protetor de aro para fugir de contestações na hora de finalizar (63.1% de aproveitamento com uma média de 6.1 tentativas na área restrita contra 55.5% em 5.0 tentativas de Wall).

Já o segundo utiliza sua envergadura de elite para enxergar seus companheiros por cima da defesa adversária em cenários de infiltração, bem como seu maior conforto para passar a bola com apenas uma das mãos em situações de drible vivo, para levar vantagem sobre Fox como playmaker (7.6 assistências e 3.2 desperdícios de bola em 2012-13; contra 6.8 assistências e 3.1 desperdícios de bola do armador do Kings).

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A mesma superioridade no âmbito da envergadura permite que Wall seja um playmaker defensivo mais disruptivo nas linhas de passe e na proteção do aro – elemento que é, no entanto, de certa forma compensado por uma atuação mais efetiva de Fox como defensor individual, onde exibe maior disciplina posicional em relação ao armador do Wizards, que vira e mexe era punido por ‘aceitar riscos’ ao tentar provocar turnovers (Wall permitiu um acréscimo de 3.1% no aproveitamento médio dos seus adversários nos arremessos de quadra; já Fox ficou no ‘0x0’ – permitindo um crescimento de efetividade de 0.3%).

No frigir dos ovos, ambos eram – para a NBA atual – defensores acima da média no grupo dos jogadores de suas posições.

Bastante similares nos pontos fortes – a despeito das especificidades dos jogos de cada um, os ex-armadores de Kentucky também compartilham o mesmo ‘calcanhar de aquiles’: a dificuldade para se estabelecer como um arremessador confiável do perímetro.

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Ultra-velozes e explosivos quando embalados, ambos se beneficiariam sobremaneira de cenários nos quais a defesa é obrigada a tentar pressioná-los no perímetro por conta de suas habilidades de punir coberturas baixas de maneira consistente com pullups na linha dos três pontos ou até com um arremesso ‘mortal’ na meia distância.

Até aqui, no entanto, Fox tem divergido pouco da trajetória de dificuldades como shooter que tem acompanhado Wall durante toda sua carreira.

Apesar de ter convertido promissores 37.1% de uma média de 2.9 tentativas longas em 2018-19, Fox parece ter saído da exceção para voltar à ‘regra’ ao repetir os 30.7% de aproveitamento de sua temporada regular de novato, agora em 2019-20 (3.4 tentativas). Número que, embora superior aos 26.7% (só 0.9 tentativa), ainda lhe causa dificuldades semelhantes com as que se apresentavam para Wall na época (e se apresentam ainda hoje).

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Um pouco mais ‘respeitável’ que seu comparativo na linha dos três pontos, o armador do Kings também leva vantagem nas bolas de meia distância – fundamentais para punir drop coverages e cenários de re-screen, matando 41.2% contra 37.8% de Wall.

Similares em seus estilos de jogo – pontos fortes e fracos, ambos também possuem uma trajetória de carreira semelhante à altura de seus terceiros anos na liga.

Assim como Fox, Wall ainda não havia sido convocado para o jogo das estrelas em seu terceiro ano (jogou seu primeiro All-Star Game no ano seguinte, em 2013-14) e – no âmbito coletivo – também não havia impulsionado sua equipe para uma classificação dos playoffs.

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Há quem se apoie nas comparações para descrever prospecto. Há também quem nem queira vê-las pela frente. Ficamos no meio do caminho. Elas não são o bastante, mas servem para oferecer uma ‘noção mais palpável’ do prospecto àqueles que ainda não tiveram a oportunidade de vê-lo atuar e, em alguns casos, como claramente é o de Fox e Wall, para traçar possíveis trajetórias similares de carreira e de impacto na NBA.

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