O Jogo em Números – Rebotes “fáceis” para Andre Drummond?

Ricardo Stabolito Jr. vai atrás de dados para verificar afirmações sobre “dificuldade” dos rebotes coletados pelo pivô do Cavaliers

Fonte: Ricardo Stabolito Jr. vai atrás de dados para verificar afirmações sobre “dificuldade” dos rebotes coletados pelo pivô do Cavaliers

Andre Drummond é o “rei” dos rebotes na NBA atual. Ele caminha a passos largos para, mesmo após ter sido protagonista de uma troca absurda na trade deadline, liderar a liga no quesito pela quarta vez em cinco anos. Parece inquestionável, né? Pelo contrário: o pivô do Cleveland Cavaliers sempre teve esse domínio envolto por contestações de parte dos fãs e analistas da liga.

Um dos comentários mais comuns de detratores do ex-jogador do Detroit Pistons é que sua posição como maior reboteiro da liga há anos sustenta-se nos chamados “rebotes fáceis” – ou seja, aqueles que pega sem concorrência. Dizem que, no final das contas, ele acumula médias absurdas pegando a maioria dos rebotes “na boa”. Mas será que isso é realmente verdade?

Para tirar essa prova, nós exploraremos a estatística de rebotes contestados – um dado relativamente novo registrado pela NBA, que contabiliza só aqueles rebotes que são pegos, de fato, com um adversário próximo do seu raio de alcance. Aqui, vamos analisar como Drummond e outros pivôs importantes se saem quando realmente precisam competir por seus rebotes.

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Nós listaremos os dados dos 16 atletas que atualmente registram média igual ou superior a 10.0 rebotes por partida na (paralisada) temporada, para estabelecer padrão de comparação com o titular do Cavaliers. A tabela a seguir apresenta a média de rebotes do jogador, sua média de rebotes contestados por jogo e a porcentagem que esses representam do total, segundo o site oficial da NBA. Eis o que temos:

 

Jogador

Rebotes/jogo Contestados/
jogo
Contestados (%)
Andre Drummond 15.2 6.9

45.3 (4º)

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Hassan Whiteside

14.2

6.9

48.4 (1º)

Clint Capela

13.8

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6.6

48.0 (2º)

Giannis Antetokounmpo

13.7

4.3

31.2 (16º)

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Rudy Gobert

13.7

4.9

35.5 (15º)

Domantas Sabonis

12.4

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5.0

39.8 (11º)

Deandre Ayton

12.0

5.3

43.9 (7º)

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Joel Embiid

11.8

4.5

37.7 (12º)

Jonas Valanciunas

11.2

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5.0

44.8 (5º)

Nikola Vucevic

11.0

4.6

41.6 (9º)

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Karl-Anthony Towns

10.8

5.1

47.6 (3º)

Bam Adebayo

10.5

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3.8

36.4 (14º)

Nikola Jokic

10.2

4.4

43.4 (8º)

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John Collins

10.1

4.1

40.4 (10º)

Tristan Thompson

10.1

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4.5

44.7 (6º)

DeAndre Jordan

10.0

3.7

37.1 (13º)

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A princípio, o índice não somente ajuda a derrubar a teoria dos “rebotes fáceis” de Drummond, mas até aumenta o valor de seus rebotes por terem porcentagem de contestação muito acima da média dos jogadores que estão no topo da estatística (41.61%). Mas, se você seguir a cartilha de um bom cético, lembrará que isso só diz respeito à atual temporada, né? E o resto, hein?

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Bom, se formos atrás do histórico recente do jogador de 26 anos em comparação com os outros atletas que tiveram média de (no mínimo) dez rebotes por partida nas últimas temporadas, os seus índices de contestados tornam-se (ainda) mais impressionantes. Na verdade, esse é o primeiro em cinco anos que ele pode não liderar os maiores reboteiros da liga em porcentagem de rebotes contestados:

 

Temporada

Rebotes/jogo Contestados/
jogo

Contestados (%)

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2019-20

15.2

6.9

45.3 (4o)

2018-19

15.6

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7.6

48.5 (1o)

2017-18

16.0

7.4

46.0 (1o)

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2016-17

13.8

6.8

49.2 (1o)

2015-16

14.8

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7.6

51.7 (1o)

 

No fim das contas, os números de rebotes contestados – a melhor estatística que temos para analisar a dificuldade dos rebotes coletados por um jogador da NBA – embasam o total contrário do que a maioria dos críticos de Drummond alegam: o pivô do Cavs é realmente o maior reboteiro da liga na atualidade e também é, do ponto de vista histórico recente, aquele que coleta o maior volume de rebotes “difíceis”, “marcados”, entre os líderes da liga no quesito em tempos recentes.

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