Os fãs da NBA vão ficar, na melhor das hipóteses, “órfãos” do melhor basquete do mundo por um mês. Após reunião com donos das 30 franquias, o comissário Adam Silver revelou que a decisão de suspender a temporada só deverá ser reavaliada dentro de 30 dias. O período vai servir para discutir procedimentos que permitam a volta segura das atividades diante da ameaça do coronavírus possível.
“O que determinamos é que esse hiato vai durar, provavelmente, um mínimo de 30 dias – e ainda não temos informação e conhecimento para sermos mais específicos do que isso. Queremos oferecer orientações aos nossos atletas, times e torcedores que levarão aproximadamente esse tempo, no mínimo, para serem averiguadas”, afirmou o executivo-mor da liga, na noite dessa quinta-feira.
Pode-se dizer que, dentro do possível, a NBA estava preparada para lidar com os impactos do coronavírus: o assunto era motivo de debate entre os altos dirigentes da liga desde a última semana. Por isso, quando o primeiro caso da doença surgiu no meio dos atletas, com o pivô Rudy Gobert, Silver teve segurança para tomar uma decisão firme e definitiva prontamente.
“A verdade é que, até poucos dias atrás, nossos especialistas não tinham certeza se estávamos tratando de um problema de saúde pública a ponto de esvaziar nossas arenas. As coisas mudaram rapidamente. Pudemos tomar uma decisão rápida, no fim das contas, porque já tínhamos conversado com todos os donos de franquias sobre a possibilidade de suspensão em dias anteriores”, contou.
Nos próximos dias, a NBA trabalhará com regras ainda mais restritas para conter o avanço do coronavírus em sua comunidade. As equipes foram instruídas a parar as suas atividades totalmente até a próxima segunda-feira. Desse ponto em diante, a tendência é que os times respeitem período de quarentena de 14 dias em relação ao último caso registrado para voltarem a operar normalmente.
“A grande questão agora é: existe um protocolo que podemos adotar, com ou sem torcedores nas arenas, que permita voltarmos a jogar? Continuaremos a estudar cenários com infectologistas e especialistas em saúde pública que possam levar ao retorno das atividades. Esse é o objetivo, mas nós não podemos comprometer a segurança de ninguém para alcançá-lo”, ponderou o comissário.
Sem condição de realização de partidas, não há temporada. E, sem temporada, não existe um campeão. Silver sabe que os torcedores também estão preocupados em como a NBA vai recomeçar, do ponto de vista competitivo. Uma sugestão popular é que a campanha seja retomada diretamente dos playoffs, com a classificação atual. Mas, hoje, essa é uma resposta nem o maior dirigente da liga possui.
“É possível que a temporada não seja continuada. Eu não sei o que faremos. Tudo é possível. Mas, mesmo que tenha passado um mês ou seis semanas, podemos recomeçar a competição de onde paramos. É claro que significaria que as finais seriam disputadas em julho ou agosto. Mas, hoje, é prematuro sugerir que podemos estar perdendo uma temporada inteira”, concluiu Silver.