Jumper Brasil Discute – Esses astros estão ajudando?

Integrantes do site e convidados debatem impacto de determinados astros para desempenho ruim de seus times na temporada

Fonte: Integrantes do site e convidados debatem impacto de determinados astros para desempenho ruim de seus times na temporada

Quem não gosta de uma boa polêmica, né? Pois, hoje, o Jumper Brasil vai meter a mão em algumas feridas!

Não é um fenômeno tão incomum ver equipes que, na ausência de suas referências técnicas, acabam encontrando seu melhor basquete atuando de formas diferentes. Estamos aqui para tratar alguns desses casos. Convidamos quatro dos integrantes de nossa equipe e um convidado especial (Pedro Henrique Quiste, do “4 the win”) para observar o impacto de alguns astros – ou melhor, da ausência deles.

Quem faz seu time melhor e só vive uma fase ruim? E será que algum deles faz, de fato, mal para uma equipe da NBA? É o que vamos debater hoje…

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1. O Pistons é um time melhor sem Blake Griffin?

Gustavo Freitas: Não. Diria que é um time mais consistente porque vários atletas compartilham o papel que, na teoria, seria de Griffin. Tínhamos Andre Drummond mais “cestinha”, Luke Kennard distribuindo o jogo – e, ainda assim, o Pistons não tinha campanha positiva. Acredito que, se ele fosse trocado pela peça certa (um armador?), essa equipe até poderia ser mais competitiva.

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Pedro Henrique Quiste: Não. A grande questão é que Griffin vem de cirurgia (de novo) e precisa recuperar seu ritmo, o que pode demorar. A velocidade da equipe é menor quando ele está em quadra, mas o cenário ideal seria tentar integrá-lo para fazer o jogo voltar a fluir em sua presença. Talvez, mesmo assim, o Pistons possa parar e pensar em trocá-lo, quem sabe…

Ricardo Romanelli: Não. A falta de talento do plantel do Pistons é enorme, ainda mais em termos de criadores. Sendo assim, ainda é melhor depender de Griffin na fase descendente da carreira do que jogar de outra forma. Há de ressaltar-se que as peças ao redor do astro não o melhor complemento para o seu jogo, então não podemos responsabilizá-lo por performances coletivas irregulares.

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Pedro Nery: Não. O início de temporada até poderia passar essa sensação, mas Griffin é o coração desse time e carregou a franquia até os playoffs no ano passado. O Pistons é, de certa forma, bastante dependente dele e concentra muito o jogo em suas mãos, então é natural que mude o estilo em sua ausência. Mas, desfalcado do ala-pivô, as chances de Detroit aparecer nos playoffs diminuem consideravelmente.

Ricardo Stabolito Jr.: Não. Por mais que o time tenha apresentando um basquete melhor em sua ausência até agora, eu recuso-me a crer que um elenco tão carente seja melhor sem Griffin. O Pistons só precisa adaptar-se ao fato de ter mais atletas que podem atuar com a bola nas mãos e criar oportunidades na atual temporada, além de não depender tanto de um atleta sem ritmo de jogo após uma cirurgia.

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https://www.youtube.com/watch?v=u4PDr5J3__k

 

2. A ausência de Deandre Ayton ajuda o bom início de temporada do Suns?

Gustavo Freitas: Sim, talvez. Mas creditaria mais o bom início do Suns a outros fatores: a chegada de Ricky Rubio “desafogou” Devin Booker como organizador, Aron Baynes é técnico e consegue segurar o rojão na ausência de Ayton, existe o trabalho de Monty Williams à beira da quadra. Acho que o jovem pivô só tem a acrescentar, na verdade.

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Pedro Henrique Quiste: Não – e o fato dos últimos jogos do Suns já terem sido um pouco decepcionantes pode deixar isso claro. Ayton tem uma boa gravidade no garrafão e poderia oferecer ainda mais espaço para os seus companheiros. Eu não o vejo como solução para o problema defensivo de Phoenix, mas, ofensivamente, é uma arma muito boa e até subestimada.

Ricardo Romanelli: Sim. O estilo de jogo de Ayton não se encaixa muito bem com o predominante na NBA e acaba por tirar arremessos do perímetro – atletas como Devin Booker e Kelly Oubre Jr. – para poder jogar. Ele precisará se reinventar para ser primeira opção de um time vencedor, o que espera-se de uma primeira escolha de draft.

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Pedro Nery: Não. A surpresa já passou e uma má sequência veio para o Suns, que perdeu sete dos últimos dez jogos. A volta de Ayton, que treina e vem mantendo a forma, agregará muito para que essa equipe siga na briga por playoffs. E, até a sua volta, o calendário ajuda: Phoenix vai pegar vários adversários ruins no período.

Ricardo Stabolito Jr.: Sim. O Suns melhorou nesta temporada porque mudou o perfil do elenco: são menos jovens que precisam da bola nas mãos e ainda estão aprendendo a jogar na NBA e mais veteranos que sabem como vencer jogos. São substituições como Aron Baynes no lugar de Ayton que, para mim, têm toda cara de terem feito essa equipe mais competitiva na reta inicial de campanha.

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3. O Spurs funcionaria melhor sem DeMar DeRozan?

Gustavo Freitas: Sim, de certa forma. DeRozan é um astro e sempre “funcionou” na NBA, mas a NBA de hoje é muito exigente quanto ao arremesso de três pontos – algo que, de fato, não tem. Seu contrato só vai até a temporada que vem. Então, penso que trocá-lo enquanto tem valor e estatísticas respeitáveis seria o caminho. Essa temporada de San Antonio pede uma negociação.

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Pedro Henrique Quiste: Não. Eu realmente não gosto de jogadores baseados no midrange (coisa pessoal), mas, embora nunca arremesse de três pontos, DeRozan faz uma temporada bastante eficiente. Se tivesse que escolher entre os principais jogadores do elenco, hoje, eu negociaria Aldridge para tentar usar um time mais veloz e jovem.

Ricardo Romanelli: Sim. Assim como Ayton, DeRozan depende de um time inteiro que jogue em função de si atuando em um estilo que vai na contramão da NBA. Ele precisaria ser uma força ofensiva de elite na liga para justificar isso, o que não é. E tenho certas dúvidas sobre seu encaixe como segunda ou terceira peça para outras equipes, pois precisa da bola nas mãos e isso sempre limitará o coletivo.

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Pedro Nery: Não. Apesar da crise de identidade do Spurs, a dúvida entre apostar em jovens e veteranos, não acho que seja a hora de DeRozan sair. Ofensivamente, ele vem jogando muito bem. San Antonio só não está conseguindo defender como antes – e, mesmo que não se trate um bom marcador, o Raptors já evidenciou ser possível ter um sistema defensivo sólido com sua presença.

Ricardo Stabolito Jr.: Não. Acho que, se eu dissesse sim, teria que responder o mesmo para qualquer jogador do Spurs: trata-se de um elenco quase inteiro de peças que simplesmente não se encaixam. DeRozan é uma dessas peças, mas, tecnicamente, é superior à maioria delas.

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https://www.youtube.com/watch?v=Ety0croOplw

 

4. O desfalque de De’Aaron Fox impulsionou a recuperação do Kings nesta temporada?

Gustavo Freitas: Não. Mais caso de coincidência do que qualquer outra coisa. Fox está em ascensão, mas vinha cometendo muitos erros de ataque antes de lesionar. Quando Cory Joseph assume a armação, o time melhora porque é um cara que faz o “politicamente correto”: não comete tantos erros, a bola roda mais e as ações já não ficam tão centralizadas.

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Pedro Henrique Quiste: Eu vou me abster dessa. Devo ter visto um ou dois jogos do Kings na temporada, sem condições de avaliar direito.

Ricardo Romanelli: Não. O Kings, como um todo, começou a temporada devagar e precisou assimilar novos jogadores, novo treinador com uma filosofia distinta do seu antecessor. A recente lesão de Marvin Bagley III trouxe necessidade de ainda mais adaptações em um concorrido Oeste. Sacramento até melhorou depois das lesões, mas, quando os desfalques voltarem, a tendência é evoluir mais.

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Pedro Nery: Não. A mudança de técnico prejudicou muito o início de temporada do Kings, que deixou de jogar um basquete bem rápido – que favorecia Fox. Com Luke Walton, Sacramento aposta em um basquete cadenciado e mais troca de passes. É natural que leve tempo para que os jogadores se acostumem. O novo treinador vai ter que dosar os dois estilos de jogo, quando o armador retornar.

Ricardo Stabolito Jr.: Sim. O Kings é um time melhor com De’Aaron Fox, não me entendam errado. Porém, nesta temporada, a equipe deu um passo enorme para trás – troca de treinador sem sentido tem essas coisas – e voltou a ser uma das mais lentas da NBA, o que não “casa” com o jogo do armador. Cory Joseph é um melhor encaixe nesse cenário: burocrático, preciso, mero executor de jogadas.

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5. O Nets é uma equipe melhor sem Kyrie Irving?

Gustavo Freitas: Sim e não. Irving é um dos melhores armadores da liga, então é não. O que acontece é que, com sua lesão, Spencer Dinwiddie passa a assumir esse protagonismo com uma melhor divisão do altíssimo volume ofensivo do titular com outros atletas do elenco, criando um jogo mais coletivo naturalmente. E, assim, mesmo sem grandes nomes, o Nets vence. Então, é sim também.

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Pedro Henrique Quiste: Não. É uma equipe diferente: o time move bem mais a bola e joga de forma mais coletiva, dando mais espaço para “coadjuvantes”, mas sente falta de um jogador que possa ser uma fonte de pontuação todas as noites (além de Spencer Dinwiddie). Como acontece na primeira questão, eu realmente não acredito que alguém seja melhor sem o seu all-star.

Ricardo Romanelli: Não, embora pareça que sim. O Nets, assim como o Kings, passou por muita adaptação com as mudanças da offseason e integrando um armador que domina a bola. A lesão de Irving trouxe mais protagonismo para Spencer Dinwiddie, que está mais familiarizado com o time. Assim, não tenho dúvidas de que a melhor versão da equipe incluirá o astro integrado, entrosado com o sistema de jogo de Brooklyn.

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Pedro Nery: Não. Já ficou claro, na temporada passada, que o Nets precisa de um atleta que chame a responsabilidade quando o ataque fica “engessado”. Antes era D’Angelo Russell, agora é Kyrie Irving. O sistema defensivo pós-alteração não se acertou ainda, tanto é que trata-se da equipe que menos força turnovers dos rivais. Ataques de meia-quadra exigem mais do que deveria das individualidades.

Ricardo Stabolito Jr.: Sim. Irving é um craque, mas, como outros dessa lista, um encaixe especialmente difícil para uma equipe que surpreendeu jogando basquete voluntarioso – o contrário da personificação e volume do jogo do armador. É uma questão de perfil da equipe, não de qualidade individual. Mas sejamos sinceros: o Nets só oferecerá algum perigo ao topo do Leste com o craque em ação.

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