Jumper Brasil Discute – Os novatos da NBA

Integrantes do site e convidados debatem desempenho dos calouros da temporada, apontando surpresas e decepções até agora

Fonte: Integrantes do site e convidados debatem desempenho dos calouros da temporada, apontando surpresas e decepções até agora

O que podemos dizer, até o momento, da classe de calouros de 2019 da NBA? É para falar sobre o desempenho dos estreantes da liga que estamos aqui hoje.

O Jumper Brasil reuniu quatro integrantes de sua equipe e o convidado especial Renan Ronchi, do podcast “Na Era do Garrafão” (@ronchi565) para debater sobre os novatos que brilham, surpreendem, decepcionam e até que não jogaram ainda nessa temporada. Quais são os grandes destaques da turma? E quem poderia/vai entregar mais? É o que a gente discute agora…

 

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1. Simples e direto: quem é o melhor calouro da temporada até o momento?

Ricardo Stabolito Jr.: Ja Morant. Mais do que liderar a classe em média de pontos e assistências, o armador tem sido eletrizante no comando de um Grizzlies que vai se provando mais perigoso aqui e ali do que analistas previam. Todos tinham ideia de que ele era bom, mas chegar jogando assim na NBA é para poucos.

Michel Moral: Ja Morant. Não há um concorrente à altura hoje: ele lidera a classe em pontos e assistências, além de ser um jogador com uma enorme capacidade de criação de jogadas. Já deu demonstrações nesse início de temporada que pode ser um grande jogador na NBA.

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Renan Ronchi: Ja Morant. Impressiona como ele adaptou-se rapidamente ao papel de “motor” de um time na NBA. O encaixe do jovem Grizzlies ajuda, mas não foi à toa que Steve Kerr comparou-o a Allen Iverson: sua explosão atlética, jogadas em velocidade e arremessos difíceis tem mostrado que a franquia tem uma futura superestrela em mãos.

Lucas Torres: Ja Morant. O armador do Grizzlies não demorou para “traduzir” a capacidade de atacar o aro com a sua condição atlética incomum, justificando as comparações com Russell Westbrook no basquete universitário. E, mais do que “apenas” explosão e agressividade, ele já demonstra visão de quadra de elite – principalmente, em situações de pick and roll e transição.

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Gustavo Lima: Ja Morant. Chegou à Memphis com a missão ingrata de substituir um ídolo do Grizzlies e vem mostrando muita personalidade, correspondendo às expectativas (lidera a classe em pontos e assistências por jogo). Tanto está bem que já recebeu elogios de companheiros de elenco e adversários.

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2. O novato que mais o surpreende nesse início de temporada é…

Ricardo Stabolito Jr.: Kendrick Nunn. Acho que não há muita competição aqui: Eric Paschall tem sido ótimo e Nicolo Melli pode ser considerado a descoberta europeia da temporada, mas, mesmo lembrando de sua trajetória universitária, confesso que já tinha esquecido do novo titular do Heat. Saiu absolutamente do nada para fazer a diferença em Miami.

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Michel Moral: Eric Paschall (foto). Ele é um jogador forte e explosivo, capaz de defender perímetro e garrafão. Não era esperada tamanha produtividade de uma 41ª escolha do draft, de imediato, e fica difícil ler essa descrição e não o comparar ao ídolo do Warriors em que joga, Draymond Green – são as mesmas características e também uma seleção de segunda rodada.

Renan Ronchi: Eric Paschall. Pouco badalado no draft, ele vem se provando uma promessa de grande potencial ao ser obrigado a atuar muitos minutos em função das lesões do Warriors. Tem energia e intensidade vista em Draymond Green, é acima da média nos rebotes e mostra-se um pontuador sólido, além de trazer a versatilidade tão desejada no basquete atual.

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Lucas Torres: Kendrick Nunn. Ele sequer foi selecionado no draft de 2008, passou uma temporada na G-League e agora é titular importantíssimo de um forte Heat. Já havia dado indícios que poderia ser um pontuador útil na NBA durante a excelente performance na Liga de Verão desse ano, mas aposto que ninguém que não vivesse o cotidiano da equipe esperava isso tudo.

Gustavo Lima: Kendrick Nunn. Poucos conheciam o armador, que já foi cestinha na NCAA, “esnobado” no draft de 2018 e “esquecido” na G-League em sua curta carreira. Havia mostrado confiança e deixou ótima impressão na pré-temporada, tornando-se peça importante para uma equipe qualificada do Leste. É a maior surpresa desse início de campanha.

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3. Hoje, qual é o melhor calouro de quem pouco estamos falando na NBA?

Ricardo Stabolito Jr.: Brandon Clarke. É fácil apontar que ele lidera a classe na maior parte das métricas avançadas relacionadas a eficiência, mas o que mais importa é que continua com um estilo de jogo que simplesmente transparece vitórias. Esse garoto será melhor e vai receber mais atenção ao passo que o Grizzlies avançar em sua reconstrução.  

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Michel Moral: Brandon Clarke. Ele já havia sido subestimado ao ser escolhido só na 21ª posição do draft – tanto que foi eleito MVP da Liga de Verão e, apesar de possuir menos holofotes voltados para si, é um dos destaques entre os novatos. Tem potencial para ser um dos melhores defensores da NBA e ainda contribui ofensivamente por sua condição atlética.

Renan Ronchi: Brandon Clarke. Se Ja Morant é o maior destaque do Grizzlies por suas jogadas explosivas e arremessos decisivos, o ala-pivô discretamente é um dos estreantes mais eficientes desse ano – lidera os calouros em indicadores como win shares e true shooting percentage, revelando-se um excelente complemento para o armador.

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Lucas Torres: Jaxson Hayes. O pivô era considerado um projeto em longo prazo, mas, por conta das lesões no Pelicans, precisou ser utilizado como titular já agora. E, desde então, tem superado expectativas com muita presença defensiva e ótimo trabalho espaçando a quadra verticalmente como ameaça para pontes aéreas. Tem tudo para ser um astro na NBA, assim que ficar um pouco mais forte.

Gustavo Lima: Eric Paschall e Brandon Clarke. O primeiro vem “salvando” a temporada catastrófica do Warriors até o momento, mostrando tudo o que nós já imaginávamos: era um steal para os californianos. Já o segundo é outra escolha sólida, que chegou pronto para contribuir na NBA e destaca-se na segunda unidade de Memphis (líder em tocos e segundo melhor reboteiro do time).

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https://www.youtube.com/watch?v=05YgZFVOWeg

 

4. E quem encaixa-se no perfil contrário: o estreante de pior rendimento mais “badalado” nesse início de campanha?

Ricardo Stabolito Jr.: Coby White. Sim, eu vou atrás de polêmica: o armador do Bulls tem recebido bastante atenção nas boas atuações, mas faz uma temporada extremamente inconstante no papel mais simples que um calouro pode assumir: arremessar quantas bolas conseguir. É o atleta que sai do banco para “esquentar” o ataque, mas seu time produz quase 4.0 pontos a menos por 100 posses de bola enquanto ele está em quadra. Seu desempenho não é ruim, só é pior do que parece.

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Michel Moral: Jarrett Culver (foto). Eu confesso que, ainda mais com esse começo surpreendente do Timberwolves, esperava um rendimento um pouco melhor do calouro. É óbvio que não dá para tirar conclusões ainda, mas, os seus números individuais e aproveitamento de arremessos não empolgam para um ala-armador.

Renan Ronchi: Jarrett Culver. Embora tenha conquistado uma vaga como titular do Timberwolves, ele apresenta limitações ofensivas que estão prejudicando a sua equipe no momento. Precisa tornar-se um finalizador mais consistente para que o time possa mudar de patamar.

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Lucas Torres: Darius Garland. Ele vem tendo enorme dificuldade em seu melhor atributo (arremesso) e, como na última temporada da NCAA, não causa impacto criando para os companheiros. O fato de ter ficado de grande parte da campanha universitária e perdido a offseason de treinos por conta de uma cirurgia no joelho, porém, acabam justificando sua performance abaixo da crítica.

Gustavo Lima: Cam Reddish. Ele ainda não conseguiu mostrar seu talento em um jovem Hawks, mesmo sendo titular em 13 dos 15 jogos da franquia. Possui pífios 29% de aproveitamento nos arremessos de quadra e cometeu mais turnovers do que distribuiu assistências até agora na NBA.

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5. Zion Williamson deverá estrear nas próximas semanas. Ele ainda tem chances de competir pelo prêmio de novato do ano ou já é uma “causa perdida”?

Ricardo Stabolito Jr.: Sim. Zion, nesse panorama, tem a grande conveniência de ser o prospecto mais badalado da classe: se fosse Ja Morant quem estivesse para estrear agora e a esperança do Pelicans “voando” desde o início de campanha, eu duvido muito que haveria alguma chance de reviravolta.

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Michel Moral: Sim, tem chances. É possível porque já chega na NBA na condição de astro, o que significa que tudo o que fizer ganhará uma maior proporção e será mais visto. Para que isso venha a acontecer, porém, não pode ter mais lesões: ele precisaria participar de algo próximo de 2/3 da temporada.

Renan Ronchi: Sim, sem dúvidas. Dependerá de como Zion vai se encaixar nesse Pelicans, mas, certamente, será bastante envolvido no ataque da equipe. Baseado no que já mostrou durante a pré-temporada e o seu teto potencial, é possível crer que vai chegar causando grande impacto na NBA.

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Lucas Torres: Sim. Ao contrário do que a campanha pode sugerir, o Pelicans tem uma boa equipe e segue com chances de ir aos playoffs da NBA se conseguir ficar saudável, na minha avaliação. Caso a estreia de Zion coincida com um embalo da equipe, ele voltará imediatamente à narrativa do prêmio de novato do ano.

Gustavo Lima: Sem dúvidas. Zion é o maior talento da classe de novatos e, com todo o seu arsenal, tem tudo para brigar pelo prêmio se alcançar uns 50 jogos na temporada. A grande interrogação é se ele vai conseguir manter-se saudável, de fato, até o fim da temporada regular.

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