Por temporada, são abertas 60 vagas para que estudantes de universidades americanas ou do exterior disputem a uma vaga na NBA, a liga americana de basquete. O processo, conhecido como draft – “recrutamento”, em português –, é a porta de entrada mais tradicional e segura para os atletas que desejam atuar na liga profissional e atrai centenas de candidatos.
“Todo ano há renovação na NBA, mas não tem muito espaço para entrar, seja porque há jogadores com contratos garantidos ou porque o número de atletas que se aposenta não é igual aos que querem entrar. O draft é como se fosse um grande moedor de carne. Você precisa estar no lugar certo na hora certa”, conta o brasileiro Jonathan Tavernari, que passou pelo basquete universitário americano e, hoje, atua na Itália.
O draft representa para os atletas a oportunidade de apostar todas as suas fichas na realização do seu sonho: participar da mais famosa liga de basquete do mundo. Apostar, afinal, é parte integrante do esporte e também pode ser estendido à torcida, que aposta em suas equipes favoritas. Se você conhece a 1xBet, uma das principais plataformas de apostas disponíveis no Brasil, sabe do que estamos falando. O problema é que o resultado de uma aposta pode ou não ser favorável ao apostador e, no caso dos atletas que pleiteiam uma vaga na NBA, a sorte nem sempre está ao seu favor.
Para que seja possível ter uma noção mais clara dos números, a primeira divisão da liga universitária (NCAA) possui 68 equipes. No entanto, também é possível que atletas da segunda (64 equipes) e até mesmo da terceira divisão (62 equipes) sejam convocados a atuar na NBA. Além disso, todos os jogadores acima de 23 anos que atuam no exterior são elegíveis. O processo, claramente, é extremamente competitivo e seleciona apenas os melhores entre os melhores – o que, ainda assim, não garante o sucesso dos jogadores na liga profissional.
Ao todo, 22 atletas brasileiros já atuaram na NBA. O mais recente foi Didi, draftado este ano após um hiato de cinco anos sem novos brasileiros na liga americana. Alguns nomes se destacaram, como Tiago Splitter e Leandrinho, que chegaram até mesmo a se tornar campeões. Contudo, é notório como a grande maioria dos jogadores acabam passando despercebidos ou não consegue se manter na liga por muito tempo, o que nos leva a questão: por que os brasileiros possuem tanta dificuldade para se destacar na NBA?
Pouco espaço para os calouros
Destaque nos torneios universitários não é uma garantia de espaço na NBA. O atleta precisa, também, ir parar em um time que esteja preparado para lidar com os novatos, o que nem sempre ocorre. O pivô Bábby foi selecionado em uma posição de destaque no draft, mas sua introdução no Toronto Raptors não foi nada fácil.
“Eu era titular na minha faculdade, o melhor da minha conferência, mas quando cheguei no Toronto o técnico tinha a filosofia de não jogar calouro. Pra mim foi um baque”, comenta.
De acordo com o atleta, que atuou na NBA durante três anos, é comum que essa realidade afete os jogadores também fora das quadras. Como exemplo, cita o caso de um colega angolano que acabou por desenvolver um quadro de depressão devido ao fato de nunca ser selecionado para jogar.
Tristeza e decepção
Um dos principais nomes da seleção brasileira de basquete, o ala Marquinhos, atuou na NBA durante dois anos, período em que relata ter tido poucas alegrias. Nesse período, o atleta participou de apenas 26 jogos.
“Cheguei em um time em formação e que tinha acabado de contratar um cara grande para a minha posição (Peja Stojakovic). Fui para a liga de desenvolvimento, fiz bons jogos e voltei. Mas não foi o suficiente para o técnico me dar minutagem. No meu segundo ano, vi que não tinha espaço mesmo, estava sempre no banco. Ficava muito triste”, revela.
Em 2014, após de destacar no mundial, o ala foi convidado por franquias da NBA para retornar à liga, proposta que recusou: “Eu estava em um momento muito bom no Flamengo, então acabei optando por permanecer pela história que eu tenho no clube”.