Golden State Warriors (1º) x (3º) Portland Trail Blazers
Como foi o confronto na temporada regular?
23/11 – Warriors 125 x 97 Blazers
27/12 – Warriors 109 x 110 Blazers
29/12 – Blazers 105 x 115 Warriors
13/02 – Blazers 129 x 107 Warriors
Datas do confronto
14/05: Warriors x Blazers – 22h (em Oakland)
16/05: Warriors x Blazers – 22h (em Oakland)
18/05: Blazers x Warriors – 22h (em Oregon)
20/05: Blazers x Warriors – 22h (em Oregon)
22/05: Warriors x Blazers – 22h (em Oakland)*
24/05: Blazers x Warriors – 22h (em Oregon)*
26/05: Warriors x Blazers – 22h (em Oakland)*
* Se necessário
Golden State Warriors (57-25)
Time-base: Stephen Curry, Klay Thompson, Andre Iguodala, Draymond Green, Andrew Bogut
Principais reservas: Kevon Looney, Shaun Livingston
Lesionados: Kevin Durant, DeMarcus Cousins, Damian Jones
Técnico: Steve Kerr
Portland Trail Blazers (53-29)
Time-base: Damian Lillard, C.J. McCollum, Moe Harkless, Al-Farouq Aminu, Enes Kanter
Principais reservas: Seth Curry, Evan Turner, Zach Collins
Lesionados: Rodney Hood, Jusuf Nurkic
Técnico: Terry Stotts
Análise do confronto
O destino reservou um inédito confronto de irmãos nas finais da conferência Oeste desse ano, com Warriors e Blazers disputando uma das vagas na decisão do título da temporada: Stephen Curry lidera a busca pelo pentacampeonato para a equipe de Oakland, enquanto Seth Curry sairá do banco de reservas para tentar ajudar a maior surpresa dos playoffs a seguir chocando o mundo.
Embora o duelo entre irmãos nunca tenha acontecido nessa etapa, os dois times são velhos conhecidos. Eles se enfrentarão pela terceira vez em quatro anos nos playoffs – e, nas duas ocasiões anteriores, a franquia de Oakland levou a melhor. Mais do que isso, na verdade: ganhou oito dos nove jogos disputados. Os atuais campeões possuem considerável soberania aqui.
Trata-se de uma soberania, no entanto, que não se refletiu na temporada regular: foram duas vitórias para cada lado ao longo da campanha, incluindo triunfos por mais de 20 pontos de diferença. Há reservas para analisar esses jogos como um termômetro, pois atletas que podem ser importantes nessa série (Andrew Bogut, Enes Kanter, DeMarcus Cousins) não disputaram nenhuma dessas partidas.
Outra diferença será o desfalque de Kevin Durant – que, como Cousins, não vai disputar as primeiras partidas das finais e é ausência por tempo indeterminado. São faltas que, sendo muito sincero, tem tudo para ajudar a série. A verdade é que, com ambos em quadra, seria uma covardia: nós teríamos uma provável “varrida” em favor de um Warriors totalmente focado.
Se as ausências de Durant e Cousins são chaves para fazer a série equilibrada, outro nome que deve ser nevrálgico para o andamento do duelo é o pivô Enes Kanter. Ele é uma das surpresas do Blazers nos playoffs, chegando como uma “sobra” do mercado de dispensas para manter-se em quadra contra jogadores como Steven Adams e Nikola Jokic.
O turco pode explorar dois dos grandes problemas históricos desse Warriors – em especial, caso os campeões decidam atuar com formações mais baixas –, pegando rebotes ofensivos e explorando seu porte físico para pontuar no garrafão. Essa é a parte mais forte do jogo do titular de Portland e, enquanto Cousins estiver fora, o ponto fraco a ser explorado em Golden State.
Ao mesmo tempo, enquanto estiver em quadra, Kanter vai ser um alvo ambulante para o ataque do técnico Steve Kerr. Stephen Curry vai atacá-lo a todo momento, com a certeza de que criará um bom arremesso forçando-o a defender em espaço aberto ou criando desequilíbrios na marcação – o que leva à movimentação de bola e encontrar arremessadores livres no perímetro.
Isso é o que a equipe de Oakland, no fim das contas, faz melhor: inviabiliza que os adversários mantenham atletas unidimensionais em quadra.
Zach Collins é, provavelmente, a opção mais adequada que o Blazers teria para ser uma defesa mais versátil nas trocas e ainda possuir um pivô de ofício, mas ele não coloca a mesma pressão na marcação em torno da cesta e nos rebotes que Kanter colocaria. Uma alternativa “fora da casinha” seria tentar uma formação baixa com Al-Farouq Aminu como pivô, mas isso deixaria o perímetro do Oregon muito baixo. É o cobertor curto aparecendo.
O Blazers tende a continuar fazendo o seu carro-chefe ofensivo nas finais do Oeste: pick-and-rolls com Damian Lillard e C.J. McCollum, o que costuma ser um condutor de bons arremessos. A dupla pode criar separação para o próprio chute, infiltrar ou encontrar bons passes em movimento. A situação parece ser a mesma do outro lado, mas existem diferenças sensíveis.
O Warriors possui pivôs defensivos mais inteligentes e experientes (Bogut, Kevon Looney), além de um perímetro mais versátil defensivamente, do que o Blazers. A tendência é que Klay Thompson e Andre Iguodala comecem marcando a dupla de armadores de Portland, mas trocas de marcação com Looney, Draymond Green e Durant não deixariam a defesa enfraquecida.
Por outro lado, não há dúvidas de que o treinador Terry Stotts adoraria poder ter alternativas para “esconder” Lillard e McCollum na defesa sem expor seus pivôs no perímetro. Até tem, na verdade: Aminu e Moe Harkless poderiam ser marcadores primários de Curry e Thompson. Mas, aí, em quem a dupla de armação “ficaria”? Um deles precisaria marcar Iguodala ou Durant.
A solução para combater o “cobertor curto” ou reforçar a marcação em cima dos pontos fortes dos adversários é fazer escolhas duras. O Blazers, como a maioria dos adversários dos atuais campeões fazem, deixará Green arremessar de longa distância quanto quiser para ter uma defesa mais equilibrada contra os melhores chutadores de Oakland.
A resposta natural não é difícil de imaginar: o Warriors deixará Aminu e Harkless (ou até Collins) dispararem de longa distância sem preocupações para forçar a marcação sobre McCollum ou Lillard. É nesse momento que, provavelmente, o terceiro colocado do Oeste precisará de atletas como Seth Curry e Rodney Hood saindo “quentes” do banco de reservas, para punir esse tipo de abordagem defensiva.
Tudo isso reflete uma batalha que deve resumir-se ao ritmo de jogo. O Blazers joga um basquete mais lento, de execução com Lillard e McCollum em meia-quadra – e sabe que correr tende a revelar-se uma “sentença de morte”. Em especial, contra a versão que encontrarão agora: sem Cousins e Durant, o que temos é aquele time campeão de 2015 em essência.
Nada mais adequado, em uma pós-temporada onde exorcizou demônios de anos anteriores, do que o Blazers confrontar o seu maior algoz recente nas finais de conferência. E esse é o momento em que, provável e inevitavelmente, a carga ficará pesada demais para os comandados de Stotts. É bom não duvidar desse Portland, mas a lógica diz que a campanha para aqui.
Palpite: Warriors em cinco.