Dirk Nowitzki relutou muito sobre a noção da atual temporada ser uma turnê de despedida na liga. Mas, por onde passou, o craque do Dallas Mavericks recebeu homenagens de franquias e torcedores adversários como se fosse a última visita. Todos pareciam saber algo de que o ídolo alemão não havia sido informado. Algo que, na noite desta terça-feira, não pôde mais ignorar diante da própria torcida.
“Mal posso esperar pela aposentadoria de minha camisa, pois os padrões ficaram bem altos para uma homenagem. Mas, como todos poderiam imaginar, esse é o meu último jogo em Dallas. Isso é emocionante, obviamente. Eu sei que sentirei uma falta absurda de tudo isso, mas a hora chegou”, admitiu o astro, durante a vitória sobre o Phoenix Suns, anunciando a aposentadoria das quadras.
O Mavs criou o ambiente ideal para a despedida do maior jogador de sua história, organizando homenagens que foram desde a recepção na AmericanAirlines Arena com funcionários da franquia enfileirados para cumprimentá-lo até a presença de cinco dos maiores ídolos de Nowitzki no esporte como convidados especiais. E, se depender de Mark Cuban, esse é só o início de um eterno reconhecimento.
“Não há palavras que possam descrever o que você representa para essa franquia, mas posso fazer-lhe algumas promessas. Prometo que tudo o que ensinou-nos vai continuar, que terá um emprego para sempre aqui e vamos aposentar sua camisa. Mais: prometo que colocaremos a maior e mais incrível estátua sua na entrada de nossa arena”, avisou o dono do time de Dallas, em entrevista após o jogo.
Uma das lendas do basquete que estavam em Dallas para comemorar a fascinante carreira de Nowitzki foi Larry Bird. O ex-ala do Boston Celtics chegou a incitar os torcedores locais e puxar gritos de “mais um ano” para o sexto maior pontuador da história da liga. No entanto, o ala-pivô admite que a sua condição física impede de manter-se na NBA após uma longeva trajetória de 21 temporadas.
“Nunca escondi que tive dificuldades com o meu pé ao longo da temporada inteira. Ele simplesmente não estava na condição necessária para competir em alto nível por 82 jogos mais. Foram muitas pílulas, injeções. Por isso, passei a movimentar mais o tornozelo e a artrite surgiu. Foram dias de muita dor. Adoraria continuar jogando, mas, fisicamente, já não faz mais sentido”, lamentou o veterano.
E o que está por vir na carreira de Nowitzki agora? Essa é uma pergunta que nem o próprio jogador sabe como responder: um emprego no Mavericks está assegurado, mas a franquia vai ter que esperar sua tentativa de recuperar um pouco do tempo perdido na vida pessoal. Assim que o último jogo da temporada terminar, o futuro membro do Hall da Fama passará sua dedicação para a família.
“É certo que trabalharei no Mavs um dia, mas eu quero limpar minha cabeça agora. Quero viajar e aproveitar minha família, que sacrificou muita coisa nos últimos anos para que pudesse jogar. Quero parar e viver com os meus filhos. Tenho certeza de que, após um ano ou dois nesse ritmo, pensarei em uma coisa que ame para fazer no futuro”, finalizou Nowitzki, pronto para um novo capítulo em sua vida.