Já se passaram quase 16 anos da estreia na NBA de Kyle Korver, um especialista em arremessos de três pontos vindo do fim da segunda rodada do draft. E, se não tivesse sido adquirido pelo Philadelphia 76ers ainda no dia do recrutamento, ele aposta que sua carreira seria menos brilhante. Por que? O veterano revela que a tutoria de Allen Iverson fez com que acreditasse que merecia jogar na liga.
“Com o passar do tempo, eu comecei a entender cada vez mais como a influência de Allen foi fundamental no início de minha carreira. Ele sempre estava no pé do meu ouvido, oferecendo apoio e passando confiança. Ter um astro do seu quilate disposto a ser meu mentor, quase forçando-me a fazer jogadas e arremessar, é algo gigante”, contou o ala de 37 anos, em entrevista ao jornal Deseret News.
Korver jogou com Iverson nas primeiras quatro temporadas da carreira e, sob as asas do integrante do Hall da Fama, passou de um novato no final da rotação da equipe para a titularidade do Sixers em mais de 100 jogos. A parceria chegou ao fim, mas a influência positiva do craque ressoou ao longo da carreira inteira do veterano – que, hoje, tem mais de 2.300 cestas de longa distância na NBA.
“Eu cheguei à liga como uma escolha de segunda rodada e Allen não queria passar a bola para alguém a não ser que soubesse que seria cesta. Mesmo assim, ele me procurava em quadra, dizia para que arremessasse sempre que recebesse passes com liberdade. Existem jogadores que são muito talentosos, mas não conseguem passar essa confiança. Devo muito do sucesso de minha carreira a ele”, admitiu.
Desde que chegou ao Utah Jazz, no início desta temporada, Korver vê o “ciclo da vida” na NBA fechar-se passando a ser mentor de um dos maiores jovens talentos da liga. O ala-armador Donovan Mitchell, para muitos em Salt Lake City, guarda diversas semelhanças com Iverson. O experiente ala é muito mais cauteloso com comparações, mas não nega ver traços de “AI” ao ver o “Spyda” atuar.
“Há similaridades entre ambos, claro. Allen possuía aquele instinto em quadra que não se ensina. Era um cara que sabia arremessar, mas, acima de tudo, tratava-se de um criador de arremessos. Ele jogava e sentia o jogo. E, pelo que já puder ver, acho que Donovan também tem essa habilidade natural. Você simplesmente não desenvolve algo assim”, finalizou um agradecido Korver.