Tom Thibodeau não é mais o técnico do Minnesota Timberwolves. A medida tomada pela direção da franquia surpreendeu jogadores e o próprio treinador, na noite desse domingo, já que, poucas horas antes, o time de Minneapolis havia atropelado o Los Angeles Lakers por 108 a 86. Além dele, o assistente Andy Greer também deixa de fazer parte da comissão técnica da equipe.
“Gostaríamos de agradecer Tom por seus esforços e desejar a ele tudo de bom. Essas decisões nunca são fáceis de serem tomadas, mas sentimos que era necessário levar a nossa organização adiante”, disse Glen Taylor, proprietário do Timberwolves, em um comunicado enviado à imprensa.
Com a saída de Thibodeau, o auxiliar Ryan Saunders, filho do falecido Flip Saunders, assume o comando do Timberwolves até o final da temporada. De acordo com Adrian Wojnarowski, da ESPN, os nomes de Fred Hoiberg, ex-técnico do Chicago Bulls, e de Monty Williams, ex-treinador do New Orleans Pelicans e atual assistente técnico do Philadelphia 76ers, estão no radar da franquia.
O gerente-geral Scott Layden permanece no cargo, mas tem um futuro incerto em Minnesota, tanto que o ex-jogador Chauncey Billups, que trabalha atualmente como comentarista na ESPN, é cotado para assumir a função.
Contratado em abril de 2016 para os cargos de treinador e presidente de operações de basquete, Thibodeau chegou ao Timberwolves com plenos poderes, mas teve uma passagem de altos e baixos pela franquia de Minneapolis. Sob o comando dele, a equipe venceu 97 de 204 jogos possíveis, o que representa um aproveitamento de quase 48%.
Em 2017/18, Thibodeau conseguiu levar o time à pós-temporada, encerrando um incômodo jejum que já durava 14 anos. Oitavo colocado da Conferência Oeste, o Timberwolves foi derrotado pelo Houston Rockets na primeira rodada dos playoffs, em uma série de cinco partidas.
Responsável também pelas movimentações da equipe, Thibodeau executou algumas trocas que mudaram o time de patamar. Na agência livre de 2016, ele fechou uma extensão contratual de US$64 milhões, válida por quatro anos, com o pivô senegalês Gorgui Dieng.
Na offseason seguinte, Thibodeau foi mais ousado e fechou uma troca na noite do draft. Trouxe o astro Jimmy Butler e adquiriu os direitos do pivô Justin Patton. Em contrapartida, cedeu o armador Kris Dunn, o ala-armador Zach LaVine e os direitos do ala-pivô finlandês Lauri Markkanen ao Chicago Bulls. Uma semana depois, ele enviou o armador Ricky Rubio para o Utah Jazz em troca de uma escolha de primeira rodada do recrutamento de 2018 (que viria a ser o ala-armador Josh Okogie).
Além disso, na mesma offseason, Thibodeau assinou com os agentes livres Jeff Teague, Taj Gibson e Jamal Crawford, e estendeu o contrato do ala Andrew Wiggins até 2022, no valor de US$148 milhões de dólares. Em março do ano passado, trouxe um velho conhecido: o armador Derrick Rose, comandado por ele no Bulls.
Nesta temporada, Thibodeau não estendeu o vínculo com o ala-pivô sérvio Nemanja Bjelica, dispensou o pivô Cole Aldrich, contratou o ala-pivô Anthony Tolliver e o ala James Nunnally, renovou o contrato de Rose e trouxe outro ex-pupilo dos tempos de Chicago: o veterano ala Luol Deng, que havia sido dispensado pelo Los Angeles Lakers.
No entanto, o técnico/dirigente se envolveu em uma polêmica com o insatisfeito Butler. Ainda no período de férias, o jogador avisou que não renovaria com o time, em 2019, e que, por isso, desejaria ser trocado antes do início da temporada. Thibodeau resistiu ao máximo à ideia de negociar o ala, até que, no início de novembro, já com a temporada em andamento, Butler foi trocado com o Philadelphia 76ers, junto com Patton. Na negociação, o Timberwolves adquiriu o armador Jerryd Bayless, o ala Robert Covington, o ala-pivô Dario Saric e uma escolha de segunda rodada do draft de 2022.
Com todas essas mudanças e afetada pela ‘novela’ envolvendo a saída de Butler, a equipe de Minnesota faz uma campanha decepcionante em 2018/19, com 19 vitórias em 40 jogos disputados, ocupando apenas a 11ª colocação no Oeste.
Um dos treinadores mais bem pagos da NBA, Thibodeau tinha contrato com a franquia até 2021, com direito a um salário de aproximadamente US$8 milhões por temporada.