Andre Ingram foi uma das histórias mais marcantes e inspiradoras da temporada passada. O ala-armador de 32 anos disputou dez temporadas da G-League até ter sua primeira oportunidade de atuar na NBA, em duas partidas realizadas pelo Los Angeles Lakers, em abril. Essa é uma trajetória que orgulha o atleta pelo (óbvio) resultado, mas ganhou outro patamar pelo impacto causado em vários meios.
“Foi realmente tão legal quanto pareceu. Não dá para inventar algo assim. Eu sou muito grato por participar de algo assim, pois essas histórias da vida real causam um efeito genuíno nas pessoas. Tantos homens e mulheres, não só dos esportes, falam comigo até hoje sobre como foram inspirados em suas carreiras por minha jornada”, afirmou o veterano, em entrevista ao site oficial da G-League.
O sucesso de Ingram pode ser resumido no primeiro de seus dois jogos pelo time angelino: contra o forte Houston Rockets, ele quase liderou uma surpreendente vitória ao sair do banco de reservas para anotar 19 pontos. A performance foi um resultado de anos ininterruptos de treinamento e dedicação, mas também de sua persistência em um sonho que parecia cada vez mais improvável.
“Todos sabem que fiquei uma década na G-League até ter a minha chance. Muitas vezes, eu pensei em desistir, deixar tudo para trás, tentar outra coisa. Quando se está destinado a fazer algo grande, porém, você não para de ouvir aquela voz na sua cabeça. Você persiste. E, ao chegar lá, aprende a valorizar as adversidades. Tudo vale a pena, no fim das contas”, garantiu o experiente jogador.
A história e a grande atuação de estreia fizeram com que Ingram se tornasse uma sensação instantânea, mas, para o ala-armador, o que a ótima partida representou foi o mais importante. “Cumprimentar Chris Paul e outros jogadores foi surreal. A atmosfera no Staples Center estava incrível. Eu só queria saber que estava NBA e, naquela partida, foi o que eu senti: a sensação de fazer parte da liga”, explicou.
É fato que o veterano foi, provavelmente, a grande história da temporada passada. Agora, ele trabalha para ser mais do que uma nota de rodapé na reta final de uma campanha e confirmar que merece um espaço entre os melhores atletas do mundo. Ingram, que acertou mais de 47% dos tiros de três pontos na última edição da G-League, está focado em não deixar a carreira na NBA encerrar após apenas duas partidas.
“Sempre quis jogar na NBA e aquele foi um sentimento especial. E não pararei por aqui. Minha intenção é disputar a próxima temporada, seguir na liga. Aquele jogo foi incrível, o chamado foi um momento sensacional, mas meu foco agora está no que está por vir: estou pensando em como vou manter-me. Não vou desacelerar”, concluiu o ala-armador, decidido a ser mais do que uma tendência passageira.