Chicago Bulls
Campanha em 2016-17: 41-41, oitavo colocado na conferência Leste
Playoffs: eliminado na primeira rodada, pelo Boston Celtics
Técnico: Fred Hoiberg (terceira temporada)
GM: Gar Forman (desde 2009 no cargo)
Destaques: Zach LaVine e Lauri Markkanen
Time-base: Kris Dunn – Zach LaVine (Justin Holiday) – Paul Zipser – Nikola Mirotic – Robin Lopez
Elenco
24- Lauri Markkanen, ala-pivô
8- Zach Lavine, ala-armador
32- Kris Dunn, aramdor
44- Nikola Mirotic, ala-pivô
42- Robin Lopez, pivô
15- Ryan Arcidiacono, armador
9- Antonio Blakeney
31- Jarell Eddie, ala-armador
6- Cristiano Felicio, ala-pivô
2- Jerian Grant, armador
7- Justin Holiday, ala-armador
25- Jaylen Johnson, ala-pivô
18- Bronson Koeing, armador
11- David Nwaba, armador
22- Cameron Payne, armador
20- Quincy Pondexter, ala-armador
5- Bobby Portis, ala-pivô
0- Diamond Stone, pivô
45- Denzel Valentine
16- Paul Zipser
Quem chegou: Lauri Markkanen, Zach Lavine, Kris Dunn, Ryan Arcidiacono, Antonio Blakeney, Jarell Eddie, Jaylen Johnson, Bronson Koeing, David Nwaba, Quincy Pondexter, Diamond Stone
Quem saiu: Jimmy Butler, Isaiah Canaan, Michael Carter-Williams, R.J. Hunter, Joffrey Lauvergne, Anthony Morrow, Rajon Rondo, Dwyane Wade
Revisão
O time até começou bem o campeonato, mas logo ficou claro que tudo não passava de uma ilusão. O tempo se encarregou de escancarar os sucessivos erros dos executivos John Paxson e Gar Forman. O treinador Fred Hoiberg claramente prefere trabalhar com jogadores mais jovens, mas mesmo assim a franquia trouxe na offseason dois veteranos que viriam para assumir liderança, como Dwyane Wade e Rajon Rondo. Óbvio que não deu certo.
Antes da trade deadline, a franquia acabou trocando Taj Gibson e o especialista em arremessos Doug McDermott para o Oklahoma City Thunder. Em contrapartida, recebeu o bench warmer Anthony Morrow, e os jovens Cameron Payne e Joffrey Lauvergne, bem como uma escolha de segunda rodada. Essa troca já indicava as mudanças futuras da franquia, deixando claro que a prioridade agora era em adquirir jogadores mais novos que pudessem se adequar ao perfil do treinador Hoiberg. Na verdade, foi um negócio sem sentido do ponto de vista técnico, pois o elenco já contava com uma série de guards no time. Além disso, o pivô Taj Gibson, apesar de possuir um contrato expirante, era um jogador identificado com a torcida.
O rendimento do time dentro de quadra também não agradou. Em que pese o desenvolvimento de alguns jogadores como Bobby Portis, Paul Zipser e até mesmo do brasileiro Cristiano Felício, é indigerível que o técnico em plena temporada regular, com o time buscando vaga nos playoffs, comece a utilizar uma rotação alternativa e jovem com o propósito de dar início a um rebuild.
No final das contas, com 50% (41-41) de aproveitamento na temporada regular e vantagem nos critérios de desempate com o Miami Heat, o Bulls conseguiu a última vaga nos playoffs da conferência Leste. O ponto forte do time de Illinois no campeonato foi o sistema de defensivo. Nesse ponto, as chegadas de Rondo e Wade fizeram a diferença.
Já na pós-temporada, novamente um início surpreendente. A equipe não só quebrou o mando de quadra do Celtics, dono da melhor campanha do Leste, como venceu as duas primeiras partidas em Boston. Mas parou por aí. Logo em seguida, Brad Stevens e seus comandados viraram a série e fecharam em quatro a dois.
O perímetro
Dizer que o perímetro do time piorou em relação à temporada passada é tão óbvio que nem precisava de destaque. Não se sabe ainda o que ocorreu à mente de Gar Forman e John Paxson, mas o negócio com o Minnesota Timberwolves, que marcou a saída do grande nome da equipe, Jimmy Butler, foi o divisor de águas para definir as pretensões do Bulls para os próximos anos.
Em contrapartida, a franquia de Illinois recebeu o armador Kris Dunn, que teve uma temporada de estreia péssima, e o ala-armador Zach LaVine, que chega para ser o principal jogador da equipe. São dois jovens jogadores, com potencial para desenvolvimento. Porém, nada que deixe o torcedor de Chicago entusiasmado. Além deles, Paul Zipser e Denzel Valentine são nomes que devem ser ainda mais utilizados na próxima campanha, bem como o já experiente ala-armador Justin Holiday, que deve ganhar titularidade até o retorno de LaVine.
A verdade é que o setor ficou muito fraco, quase sem recursos e qualidade técnica. Os arremessos de longa distância devem continuar sendo um problema dentro da equipe também. Ainda existe uma agravante: o perímetro ficou bem mais fraco defensivamente, que era uma nota característica positiva do time de Chicago.
O garrafão
Poucas mudanças ocorreram da temporada passada para essa em relação ao garrafão da equipe. A dupla titular será formada por Nikola Mirotic e Robin Lopez. Isso se não houver novo colapso no treinador Fred Hoiberg, que na última campanha restringiu alguns minutos de Mirotic. O montenegrino naturalizado espanhol é uma das armas da equipe, pois é um jogador que pode ser improvisado de ala ou utilizado como pivô.
Por sua vez, Robin Lopez é um dos melhores protetores de aro que a NBA tem hoje. Com um salário relativamente baixo, isto é, um custo-benefício razoável pelo seu desempenho, o pivô tem aproveitamento de 52.7% nos arremessos de quadra na carreira. Por outro lado, Lopez é um reboteiro ruim. Na última campanha, sua média foi de 6.4 rebotes por partida. Considerando o momento de reconstrução da equipe, o jogador mais alto da equipe pode ser negociado.
Se por um lado a offseason do Bulls foi um desastre, considerando os negócios realizados, bem como o confuso trabalho desenvolvido pela diretoria e pelo treinador, o Brasil tem motivos para comemorar, pois terá um representante do país garantido na NBA por mais algum tempo. Cristiano Felício renovou o seu contrato e permanece em Illinois por mais quatro anos. Pelo visto, o Bulls aposta no futuro do brasileiro de 24 anos.
Um jogador que pode ganhar mais minutos no garrafão de Chicago é Bobby Portis. Embora tenha que enfrentar forte concorrência na posição, o ala-pivô será a primeira opção do técnico no banco de reservas e, com isso, deve ter mais destaque e produzir mais números.
Por fim, o jogador que cria expectativa e terá todos os holofotes voltados para si, será o novato Lauri Markkanen. O finlandês é alto e possui boa mobilidade. Sua principal característica é o arremesso de longa distância – o melhor da sua classe nesse fundamento. Com tais atributos, o jogador de 20 anos ainda poderá ser utilizado como ala. O único ponto negativo fica por conta da defesa, onde Markkanen deverá ter dificuldades na adaptação ao basquete americano.
Análise geral
Há tempos que o Bulls ensaiava ingressar em um rebuild, desde que Derrick Rosse e Joakim Noah afundaram suas carreiras em seguidas lesões. No entanto, somente agora em 2017-18 que o processo será profundo. As saídas de Rajon Rondo, Dwyane Wade e, principalmente, Jimmy Butler declaram que a franquia deve passar um bom momento na penumbra.
Agora, com a debandada de jogadores que ocupavam parte significativa da folha salarial da equipe, o Bulls possui muito mais espaço para investir no mercado do que costumava ter nos últimos anos. A franquia está bem abaixo do teto salarial. O problema é que um elenco jovem não atrai bons agentes livres. Mas faz parte de qualquer processo de reconstrução.
Com a saída de Wade, o elenco está definido para a disputa da próxima temporada, porém, difícil prever a estratégia que será adotada por Hoiberg. O que se sabe é que os jovens terão muito mais espaço na rotação. O foco, contudo, será o famoso tanking, onde perder jogos é ter mais chance de se dar bem na loteria do draft 2018. A tendência é que o Bulls fique com uma das três piores campanhas da liga, com menos de 30 vitórias na temporada. Com isso, é bem provável que a franquia não acelere a recuperação de Zach LaVine, até mesmo para poder dar espaços para outros jovens.
Previsão: 15º lugar na conferência Leste