Revisão da temporada – Charlotte Hornets

Kemba Walker foi um dos poucos pontos positivos na decepcionante campanha da equipe

Fonte: Kemba Walker foi um dos poucos pontos positivos na decepcionante campanha da equipe

Charlotte Hornets (36-46)

Temporada regular: 11ª colocação da conferência Leste
Playoffs: não se classificou
MVP da campanha: Kemba Walker

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Pontos positivos

– O Hornets manteve uma de suas virtudes recentes na última temporada, voltando a ser o time com menor taxa de erros de ataque da liga: só 10.7% de suas posses de bola terminaram em desperdícios.

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– Kemba Walker foi (justamente) convocado para o Jogo das Estrelas pela primeira vez na carreira depois de cravar a melhor média da carreira em pontuação (23.2), aproveitamento de arremessos de quadra (44.4%) e longa distância (39.9%).

– Embora tenha tido dificuldades com a rotação de garrafão ao longo do ano quase inteiro, a equipe da Carolina do Norte registrou a segunda melhor taxa de rebotes defensivos coletados da campanha passada (79.6%).

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– Charlotte foi quem menos cometeu faltas (16.6) e cedeu lances livres (18.2) por partida aos adversários na última temporada. Esse é um índice importante porque lances livres são, a grosso modo, pontos fáceis.

– Cody Zeller respondeu a altura após receber extensão de US$14 milhões anuais no ano passado. Seu empenho, mobilidade nos dois lados da quadra e melhorado arremesso de média distância potencializaram os melhores momentos do Hornets.

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Pontos negativos

– Sejamos diretos: o Hornets queria ser um time de playoffs em uma conferência Leste repleta de equipes bem pouco competitivos e não conseguiu. Isso dá uma medida da decepção que foi a temporada de Charlotte.

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– A equipe de Charlotte encerrou a campanha com a 14ª ofensiva e defesa mais eficientes da liga. Os números não são ruins, mas refletem grupo que não teve força para dominar os adversários em nenhum dos dois lados da quadra.

– Na última temporada, o Hornets esteve cinco pontos à frente ou atrás do placar nos cinco minutos finais de 51 das 82 partidas que disputou. O time foi derrotado em 29 desses jogos, oitava pior porcentagem da liga.

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– A equipe teve sérios problemas defendendo a linha de três pontos: foi quem mais cedeu tiros de longa distância aos adversários (31.4) e, combinado a isso, permitiu o sexto maior aproveitamento da liga (36.9%).

– Embora dono do melhor índice de conversão de lances livres (81.5%) da última campanha, o Hornets teve a quinta pior marca no aproveitamento de arremessos em quadra em geral (44.2%).

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Análise

O Hornets enfrentou um dilema na offseason passada, com uma série de jogadores importantes tornando-se agente livre e sem condições de renovar com todos. Para manter Nicolas Batum, Marvin Williams e estender vínculo de Cody Zeller, a equipe precisou deixar atletas como Jeremy Lin, Courtney Lee e Al Jefferson irem embora. Garantir a permanência das principais referências custou a saída de alternativas do grupo – e, pode-se dizer, também custou a última temporada.

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Após um ótimo início de competição, a equipe desmoronou ao passo que o limitado e pouco versátil elenco começou a ser exigido. As pequenas lesões de uma série de jogadores foram “minando” as opções do técnico Steve Clifford, que pareceu nunca ter o time completo à disposição, e aumentou a dependência/carga de minutos dos titulares ao acusar a falta dos coadjuvantes que tanto haviam ajudado no primeiro semestre de 2016.

Jeremy Lin não é um craque e Al Jefferson pode estar em acentuada descendente na carreira, mas substitui-los por Ramon Sessions e Miles Plumlee/Roy Hibbert têm seu preço. Perder o experiente Courtney Lee convertendo mais de 40% dos seus arremessos de longa distância e ter que apostar em um menos ativo Jeremy Lamb, acertando 28.1% de suas tentativas, compromete. Titulares como Batum e Williams tiveram queda de rendimento em relação ao ano anterior. E por aí vai.

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Essa má construção do plantel refletiu-se de diversas formas. O time “penou” com cada ausência que enfrentou em seu núcleo principal – chegando a números bem extremos, como perder 17 dos 20 jogos que disputou sem o pivô Cody Zeller. Foi constantemente derrotado pelo cansaço de seus titulares nos minutos derradeiros, passando a impressão de ser um time sem “gás” para decidir pela necessidade de manter esses titulares em quadra para ter alguma chance de vitória até o fim.

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E isso aconteceu mesmo com a equipe preservando várias das virtudes que Clifford implantou em Charlotte. O time continuou apresentando segurança com a bola nas mãos no instante ofensivo (menor índice de erros de ataque da liga e 11º que mais trocou passes), com uma defesa ultraconservadora que priorizou não ceder pontos fáceis aos oponentes (além dos números já citados de rebotes defensivos e lances livres, a franquia teve a quinta menor porcentagem de ações adversárias em transição).

Ou seja, em termos de estilo de jogo, foi um Hornets muito parecido com os anos anteriores. Fica a impressão de que, com um grupo mais limitado em termos de talento e opções, ousar seria necessário para subir de patamar. Isso sem contar que os adversários escancaram a defesa da equipe na linha dos três pontos de Charlotte no ano inteiro, não importa quem estivesse em quadra.

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No fim das contas, a forma como o elenco sentiu pequenas baixas na campanha e as 46 derrotas não foram o pior. O pior é notar que o Hornets queria ir aos playoffs, trabalhou com esse objetivo em mente e manteve muito de seu modo de atuação. Ainda assim, não conseguiu fazê-lo em uma enfraquecida conferência.

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Futuro

O Hornets segue engessado financeiramente, mas deu sinais de que identificou – e, na medida do possível, sanou – várias das lacunas de seu elenco nesta offseason com os poucos recursos que tinha à disposição.

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O principal reforço foi Dwight Howard, um pedido antigo do treinador Steve Clifford (que comandou-o anteriormente em Orlando e Los Angeles). O veterano pode não viver a melhor fase da carreira, mas é o tipo de pivô de serventia em Charlotte: trata-se da presença física que gera espaço, na forma de pensar do técnico, por “achatar” defesas e empurrá-las para próximo da cesta. E, embora não tenha a mobilidade de Cody Zeller, seria a peça ideal para o sistema defensivo conservador do técnico com sua capacidade de pegar rebotes defensivos e proteger o aro.

Além disso, o time selecionou dois dos melhores alas-armadores (possíveis steals) do último draft em Malik Monk e Dwyane Bacon. Monk, em especial, poderá ser importante na reconstrução da rotação sendo a opção de pontuação e dinamismo ofensivo que o banco de reservas carece desde a saída de Jeremy Lin. Limitações de estatura, porém, deverão mantê-lo longe de formações com Kemba Walker.

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Neste sentido, a chegada do contestado Michael Carter-Williams para a reserva da armação pode ser providencial. Sua altura e capacidade de enxergar acima das defesas funciona na teoria como um inverso de Walker e complemento eficaz para encontrar Monk aberto no lado ofensivo da quadra, enquanto também capaz de cobri-lo defensivamente contra os mais diversos matchups.

O Hornets não tinha muita flexibilidade para trabalhar na offseason, mas uma visão aparentemente bastante lúcida dos “buracos” escancarados do elenco na última temporada deverá ter sido o bastante para recolocar a equipe nos playoffs do Leste em 2018.

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