Atlanta Hawks
2015-16: 48-34, 4º lugar na conferência Leste
Playoffs: eliminado nas semifinais de conferência para o Cleveland Cavaliers em quatro jogos
Técnico: Mike Budenholzer (quarta temporada)
GM: Wes Wilcox (segunda temporada)
Destaques: Paul Millsap e Dwight Howard
Time-base: Dennis Schroder – Kyle Korver – Kent Bazemore – Paul Millsap – Dwight Howard
Elenco
17 – Dennis Schroder, armador
5 – Malcolm Delaney – armador
3 – Jarrett Jack, armador
6 – Will Bynum, armador
26 – Kyle Korver, ala-armador
10 – Tim Hardaway Jr., ala-armador
95 – DeAndre Bembry, ala-armador
24 – Kent Bazemore, ala
25 – Thabo Sefolosha – ala
12 – Taurean Prince – ala
4 – Paul Millsap, ala-pivô
43 – Kris Humphries, ala-pivô
32 – Mike Scott, ala-pivô
30 – Ryan Kelly – ala-pivô
8 – Dwight Howard – pivô
25 – Tiago Splitter, pivô
31 – Mike Muscala, pivô
22 – Walter Tavares, pivô
Quem chegou: Dwight Howard, Ryan Kelly, DeAndre Bembry, Taurean Prince, Will Bynum, Jarrett Jack, Malcolm Delaney
Quem saiu: Al Horford, Jeff Teague, Kirk Hinrich, Lamar Peterson
A primeira dúvida da diretoria do Atlanta Hawks era saber o quanto a falta de DeMarre Carroll seria sentida. Claro, um dos melhores defensores de perímetro da liga havia saído para o Toronto Raptors e o time não fez nenhuma contratação para a sua reposição. Assim, Kent Bazemore assumiu a posição no quinteto titular e, em pouco tempo, já era peça importante no elenco.
Mas a pedra no sapato do Hawks era a pós-temporada. Após perder para o Cleveland Cavaliers na final de conferência em quatro jogos, a expectativa era superar a barreira e disputar a decisão da NBA. O time ainda era aquele que impressionava pela troca de passes e por uma defesa incontestável, com uma das melhores duplas de garrafão da liga, formada por Al Horford e Paul Millsap. No entanto, isso não era suficiente. O Hawks precisava de progredir, mas estagnou de um ano para o outro.
Tudo bem. A fase regular do Leste em 2015-16 foi uma das mais disputadas das últimas décadas e quatro times tiveram o mesmo número de vitórias, com 48. O Hawks foi um deles. Esse equilíbrio, incomum na conferência, deixou os playoffs ainda mais interessantes, com confrontos importantes já na primeira rodada.
Ali, o Hawks encontrou um adversário duríssimo, o Boston Celtics. Depois de vencer os dois primeiros jogos, por pequena vantagem, a disputa foi para Massachusetts, onde o Celtics igualou em 2 a 2. No entanto, time da Geórgia ganhou os dois embates seguintes, incluindo um fora de casa e confirmou sua presença na semifinal, onde pegaria mais uma vez o Cavaliers.
Para quem esperava mais do Hawks, saiu frustrado. O Cavs varreu a equipe pelo segundo ano consecutivo e seguiu em frente na pós-temporada, onde sagraria-se campeão pela primeira vez em sua história.
Após o fim da temporada, a dúvida era se Horford, agente livre irrestrito, voltaria ao time. Um dia antes da decisão do pivô, no entanto, a diretoria negociou o armador Jeff Tegue, por conta da clara necessidade de dar mais tempo de quadra ao jovem Dennis Schroder, além do fato de que Teague seria free agent após 2016-17 e corria o risco de perdê-lo por nada no mercado. Chegou o calouro Taurean Prince, vindo do Utah Jazz em troca tripla, que contou ainda com o Indiana Pacers.
Horford, então, optou por se juntar ao Celtics pelas próximas quatro temporadas, enquanto os rumores sobre a chegada de Dwight Howard, nativo de Atlanta, esquentavam a cada dia. De fato, Howard fechou com a equipe quatro dias depois.
O perímetro
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Sem Teague, o Hawks aposta todas as suas fichas em Schroder. O alemão, de 23 anos, tem um ímpeto mais ofensivo que seu antecessor, embora ainda esteja engatinhando na qualidade do arremesso. Explosivo, o camisa 17 terá a grande oportunidade da carreira para comandar um time acostumado com vitórias, que vai aos playoffs em sequência desde 2007-08.
Para a reserva, ainda não tem um favorito. Jarrett Jack, titular até se contundir pelo Brooklyn Nets em 2015-16 e o calouro Malcolm Delaney, que carrega a experiência do basquete europeu, brigam para saber quem será o substituto imediato de Schroder.
Kyle Korver segue no grupo. Pasmem: o veterano, de 35 anos, teve em 2015-16 o seu pior aproveitamento em arremessos de longa distância desde 2008-09. Sim, para Korver, acertar 39.8% de três é pouco. Foi apenas a quarta temporada da carreira em que ficou abaixo dos 40%. Ele terá ainda a companhia de Bazemore, que ganhou a titularidade na campanha passada e produziu 11.6 pontos e 5.1 rebotes, além de 35.7% de acertos de três. O suíço Thabo Sefolosha, especialista em defesa e em chutes de três, pode ocupar qualquer uma das posições e deve ser um dos reservas com mais tempo de quadra na equipe. Recuperado de uma lesão na perna, adquirida após um problema com a polícia em 2015, Sefolosha atuou por quase 24 minutos em 75 jogos. Ainda no banco, o Hawks conta com Tim Hardaway Jr., e os novatos DeAndre Bembry e Taurean Prince.
O garrafão
Perder um jogador do calibre de Horford deixaria qualquer time preocupado com o futuro, mas o Hawks agiu rápido e trouxe Dwight Howard, vindo do Houston Rockets. Por mais que tenham características diferentes e o primeiro seja tecnicamente melhor e com mais fundamentos, como arremesso e passe, Howard é mais atlético e é, ainda, um intimidador na área pintada. Sofre com o excesso de faltas, é verdade. Invariavelmente, o camisa 8 é visto no banco de reservas por acúmulo de infrações. Mas o Hawks é um time mais acertado defensivamente e os buracos pouco aparecem para que o pivô seja obrigado a cobrir fora de sua zona de conforto.
Falando em defesa, Millsap brilhou em 2015-16. Teve uma temporada tão sólida que garantiu o seu nome no segundo time de defesa da liga, quando obteve médias de 9.0 rebotes, 1.8 roubada e 1.7 bloqueio, as melhores da carreira. Mas o ala-pivô é completo e responde bem do outro lado da quadra. Fez 17.1 pontos nos 81 jogos disputados e tem melhorado a cada ano o arremesso de média distância e o passe (3.3 assistências).
O brasileiro Tiago Splitter segue no time, mas começa a temporada machucado. O pivô, ex-San Antonio Spurs, sofre com contusões desde a sua chegada ao Hawks e deverá ficar de fora por até quatro semanas, por conta de lesão no músculo da coxa. Quando retornar às quadras, enfrentará competição por minutos com Mike Scott, Ryan Kelly, Mike Muscala e Walter Tavares. Em tese, é o melhor jogador do banco para o garrafão. Resta saber se poderá contribuir regularmente.
Análise geral
O Hawks encontra-se entre a cruz e a espada. Howard não é Horford. Um time que utiliza o passe (segundo melhor da liga em 2015-16) como seu principal artifício, perde um jogador essencial que fazia o diferente dentro do garrafão. É certo que Howard impõe um pouco mais de respeito perante os adversários na área pintada, mas a diferença nesse quesito para Horford não chega a ser tão grande. Sabe-se que Howard treinou muito o arremesso, seja de lance livre ou de média distância, durante as férias da liga. Será o necessário para evoluir?
Outra mudança ficou por conta de Schroder na armação. A diretoria não trocaria Teague se não visse um mínimo de potencial em seu novo titular. Então, presume-se que o alemão vai expandir seu jogo para tornar-se um dos principais atletas do elenco.
Existe a esperança de que as mudanças tragam efeito positivo imediato. Saem dois titulares que estavam no grupo há anos e chega um pivô acostumado em reter a bola de costas para a cesta, enquanto o time se faz valer da velocidade na busca por um companheiro livre.
Pela primeira vez na carreira, Millsap é o franchise player. Selecionado para o Jogo das Estrelas nos últimos três anos, o ala-pivô é consistente e deve liderar o grupo tanto no ataque quanto na defesa. A dúvida é se Howard e ele vão “casar” o jogo. Horford saía muito do garrafão e Millsap flutuava mais próximo ao aro em algumas ocasiões. Com Howard centralizado, seu trabalho deverá ser um pouco diferente neste ano.
Enquanto a defesa segue sendo uma das melhores da liga (permitiu apenas 43.2% de aproveitamento nos arremessos dos adversários no ano passado), a preocupação é fazer o time esquecer seu antigo pivô. Espera-se mais do mesmo em termos de classificação, no entanto.
Previsão: quarto lugar na conferência Leste