Ano a ano, times e jogadores aparecem entre os favoritos a alguma coisa. Seja ao título, aos playoffs, no caso das equipes, e a prêmios importantes e convocações ao Jogo das Estrelas. O problema é: nunca acontece. Pensando nisso, listo aqui alguns dos melhores “quase” dos últimos anos.
Título
Chicago Bulls
O Chicago Bulls possui seis campeonatos, conquistados de forma praticamente seguida, exceto por dois títulos do Houston Rockets naquele intervalo. O time se desfez com a segunda aposentadoria de Michael Jordan, e as saídas de Scottie Pippen, Dennis Rodman e o técnico Phil Jackson. Demorou um pouco a se reerguer e contou com nomes importantes para a história da franquia, como Luol Deng, Kirk Hinrich, Derrick Rose e Joakim Noah. Mesmo com Tom Thibodeau levando a equipe aos playoffs em todas as oportunidades enquanto esteve no comando, o Bulls sempre foi batido, apesar de certo favoritismo, especialmente na temporada 2011, quando Rose foi o MVP.
Thibodeau acabou demitido após cinco temporadas, depois que a diretoria entendeu que seu trabalho não estava evoluindo. De fato, o Bulls jamais superou a final de conferência e foi eliminado duas vezes na primeira rodada. Na última temporada, com Fred Hoiberg em seu lugar, sequer se classificou.
Los Angeles Clippers
O Los Angeles Clippers é um dos candidatos ao título da NBA nesta temporada, certo? Claro, se você contar que o grande favorito é o Golden State Warriors, então não sobra para ninguém. Mas se pensarmos sobre os melhores grupos de 2016-17, o Clippers tem um grande elenco e conta com um técnico que já foi campeão. Porém, o time californiano nunca sai do quase. Desde a união entre Chris Paul e Blake Griffin, em 2010-11, sempre é cotado para brigar pelo troféu.
O Clippers até se classifica, e bem. Nas últimas quatro temporadas, nunca venceu menos do que 53 partidas na temporada regular. Mas nos playoffs… Já são duas quedas na primeira rodada e outras três em semifinais de conferência.
Sacramento Kings
Faz tempo que o Sacramento Kings não é candidato a nada. Custou a ser aos playoffs no ano passado, quando o time tinha DeMarcus Cousins, Rudy Gay e Rajon Rondo. Não se classificou, claro. Mas aquele Kings de Chris Webber, Peja Stojakovic, Mike Bibby e Vlade Divac, era lindo de se ver. Só não ganhava nada.
Lembra muito o Clippers atual, pois fazia ótimas campanhas na fase regular, chegando a vencer 61 partidas em 2001-02, mas o fim era o mesmo. Rick Adelman, então treinador da equipe, sempre dizia que a próxima temporada seria diferente. Nunca foi. Desde 2005-06 longe dos playoffs, o máximo que o time conseguiu foi ganhar 38 jogos em 2007-08 e Cousins.
Orlando Magic
Por duas vezes, em décadas diferentes, o Orlando Magic disputou a final da NBA. Claro que hoje não tem elenco para isso e há anos sequer se classifica para os playoffs. Mas a diretoria conseguiu montar um grupo forte o suficiente para conquistar o título nos anos 90, com Shaquille O’Neal, Anfernee Hardaway, Horace Grant e Nick Anderson. Tinha Dennis Scott, que é citado pelo carisma e pelas bolas de três.
O Magic tinha uma chance real em 1994-95, quando encarou o Houston Rockets na decisão. Mas aquele primeiro jogo fica na lembrança de todo torcedor da equipe. Jogando em casa, Shaq, Grant e Anderson tinham duplo duplos, sendo que o primeiro beirava o triplo duplo, com nove assistências, além de 26 pontos e 16 rebotes. Porém, quase tudo tem um porém. Anderson teve quatro lances livres nos segundos finais da partida e desperdiçou todos. O Rockets venceu por dois pontos de diferença, ganhou o mando de quadra e os três embates seguintes para garantir o título. Anos mais tarde, com Dwight Howard, Rashard Lewis e Jameer Nelson, a equipe repetiu o feito e foi batida pelo Los Angeles Lakers. Venceu um dos jogos, pelo menos.
Playoffs
New York Knicks
Quando foi a última vez que vimos o New York Knicks disputando os playoffs? Não tem tanto tempo assim, vai. Mas do elenco que foi em 2012-13, só sobrou Carmelo Anthony. De lá pra cá, o astro teve nada menos que 37 companheiros, três técnicos e nada de classificação. Pode até ser que o Knicks consiga quebrar o encanto nesta temporada. Até existe certa expectativa para tal. Mas um time de tanta tradição, no maior mercado do mundo, não pode ficar de fora em nove das últimas 12 temporadas. É muito deboche.
Minnesota Timberwolves
OK, pode até ser que nessa temporada o Minnesota Timberwolves desencante, mas não é tão provável. O time contratou um ótimo técnico, conta com grandes nomes para o futuro, mas provavelmente ainda não está pronto. Daqui um ou dois anos, é nome certo na fase decisiva. Enquanto isso não acontece, o negócio é esperar. Vale lembrar que a equipe está fora dos playoffs desde 2003-04. Foram reformulações atrás de reformulações. Recrutamentos equivocados — como em 2009, quando selecionou dois armadores seguidos, Ricky Rubio e Jonny Flynn — e muitas negociações sem sentido. Receitas de sucesso para quem não quer ir a lugar algum.
Sacramento Kings
Olha o Sacramento Kings aqui outra vez. Se até a primeira metade dos anos 90, o Kings era um candidato ao título que nunca disputava uma final, desde então o time virou uma piada. São dez anos longe dos playoffs e sem qualquer perspectiva em 2016-17. DeMarcus Cousins e Rudy Gay seguem no elenco, sabe-se lá até quando. Rumor é o que não falta. Tudo bem, eu entendo. O Kings não é candidato a nada há várias temporadas e até que se mude a mentalidade da franquia. De ginásio, já mudou.
Candidatos ao Jogo das Estrelas
Al Jefferson
Nunca vai acontecer. A melhor fase de Al Jefferson já passou e agora, como reserva no Indiana Pacers, é certo que ele jamais vai disputar um Jogo das Estrelas. Após a troca em que foi envolvido com Kevin Garnett, Jefferson ganhou a chance de ser o cara da franquia no Minnesota Timberwolves. Nunca defendeu um prato de comida, é verdade. Mas é muito talentoso no ataque e pode arremessar de média distância com facilidade. Mas aos 31 anos, e no banco do Indiana Pacers, já era.
Josh Smith
É incrível, mas Josh Smith nunca foi para o Jogo das Estrelas. E oportunidades não faltaram. Durante nove anos no Atlanta Hawks, Smith foi campeão do Torneio de Enterradas, fez parte do segundo time de defesa da NBA, mas jamais conseguiu ser lembrado. E olha que no Hawks, ele beirou uma temporada de duplo duplo, com médias de 18.8 pontos, 9.6 rebotes, além de 3.9 assistências, 1.7 bloqueio e 1.4 roubada. E adivinha? Não foi chamado. Ah, hoje, Smith é um veterano de 30 anos. Sim, ele pulou o basquete universitário e hoje é agente livre.
Mike Conley
Não sei se você esteve em contato com a internet nos últimos meses, mas caso não saiba, Mike Conley é o segundo jogador mais bem pago da atualidade. O armador do Memphis Grizzlies recebeu uma extensão de mais de US$ 150 milhões pelas próximas cinco temporadas. Apesar de ser um ótimo defensor, Conley jamais foi chamado para o All Star Game. Que ele é subestimado, todo mundo sabe. Agora, quando vai ganhar sua chance? Com tanta concorrência, e se até Damian Lillard não foi no ano passado, difícil dizer se algum dia vai.
DeAndre Jordan
Líder em rebotes por duas temporadas e nas últimas quatro em porcentagem de arremessos, DeAndre Jordan foi um dos medalhistas de ouro nas Olimpíadas do Rio de Janeiro e fez parte do primeiro time ideal de defesa e da NBA em 2015-16. Só que o pivô do Los Angeles Clippers nunca fez parte de qualquer Jogo das Estrelas. Não sabe arremessar lance livre, é fato. Mas uma hora ele consegue. Não é possível.
Gordon Hayward
Quem joga algum fantasy da NBA, sabe que Gordon Hayward é escolha de primeira ou segunda rodada. Em números, é um jogador completo. No entanto, isso não se repete quando falamos sobre All Star Game. Hayward é talentoso e certamente um dia estará lá, assim como vai levar o Utah Jazz aos playoffs. Mas não. Até o momento (seis temporadas), ele ainda não conseguiu nenhum dos dois.
Candidatos a MVP
Carmelo Anthony
Se o New York Knicks não vai aos playoffs, as chances de Carmelo Anthony ganhar o MVP são nulas. Isso acontece há pelo menos três anos e Anthony não está ficando mais jovem. O astro já caiu de produção na temporada passada, e com a chegada de Derrick Rose, não tenho tanta certeza se vai voltar a produzir na mesma intensidade que o fez nos anos anteriores. Mesmo que consiga levar o Knicks ao próximo passo, dificilmente vai conseguir voltar a ser candidato.
James Harden
Há duas temporadas, James Harden perdeu o prêmio de MVP para Stephen Curry. Em 2015-16, sequer fez parte dos times ideais da NBA. Seus números, porém, foram ainda melhores. Faltou ao Houston Rockets vencer o suficiente para Harden ter alguma chance. Sem Dwight Howard ao redor, é provável que estatisticamente, seja ainda mais impactante. Resta saber se o Rockets consegue ter um ano sem problemas.
DeMarcus Cousins
Não faz muito tempo, mas DeMarcus Cousins tornou-se um dos melhores (se não for o melhor) pivôs da NBA. O problema é que, enquanto estiver no Sacramento Kings de hoje, é bom esquecer. Sem chances. O Kings não vai aos playoffs e conseguiu piorar o elenco. Inacreditável. Cousins fez nada menos que 26.9 pontos, 11.5 rebotes, 3.3 assistências e 1.4 bloqueio em 2015-16. Números de MVP.
Russell Westbrook
O caminho está livre, Russell. O armador do Oklahoma City Thunder deverá ter a sua melhor temporada da carreira em 2016-17 depois da saída de Kevin Durant para o Golden State Warriors. Eu entendo que Stephen Curry tenha feito um 2015-16 de outro mundo, quebrando recordes para todos os lados, mas acredito muito que este será o ano de Russell Westbrook. Pode até ser que o Thunder não se coloque entre os quatro melhores do Oeste, o que lhe custaria o prêmio de MVP, mas números, com certeza ele terá para se credenciar.
Chris Paul e Blake Griffin
Não há dúvidas que Chris Paul e Blake Griffin tiraram o Los Angeles Clippers da lama e elevaram o time a um novo patamar. Juntos desde 2011-12, venceram juntos 262 partidas em 394 possíveis (66.5% de aproveitamento), contra 143 triunfos em 410 jogos (lembrando que em 2011-12, a temporada foi encurtada pelo locaute), com 34.9% de aproveitamento nas mesmas cinco temporadas antes da união. Não conseguem sucesso nos playoffs, é fato. Mas sempre são candidatos ao MVP e nunca passam disso.