Portland Trail Blazers (44-38)
Temporada Regular: quinto colocado na conferência Oeste
Playoffs: eliminado na semifinal pelo Golden State Warriors
MVP da campanha: Damian Lillard (25.1 pontos, 6.8 assistências, 4.0 rebotes)
Pontos positivos
– A ascensão de C.J McCollum foi um dos pontos principais da campanha da equipe. Com a saída de Wesley Matthews, já era esperado que o jogador se tornasse titular, mas muitos não contavam com o rápido crescimento do ala-armador, que registrou médias de 20.0 pontos e levou o prêmio de jogador que mais evoluiu.
– O Blazers perdeu quatro titulares em uma única offseason, algo que quase sempre indica que um período de reconstrução e resultados negativos se aproxima, ainda mais quando todos os atletas que saíram eram de qualidade e um deles era LaMarcus Aldridge, melhor jogador do time. Não foi o que aconteceu. Damian Lillard assumiu o posto de “dono” da equipe e o técnico Terry Stotts fez um ótimo trabalho na reformulação do esquema com os novos jogadores.
– Mesmo com todas as mudanças, o time conseguiu melhorar seu desempenho ofensivo. A equipe obteve a sexta melhor média de pontos, com 105.1. Também conseguiu o sexto melhor offensive rating, com média de 108.8 pontos a cada 100 posses de bola.
– A equipe também se saiu bem nos arremessos de três pontos. Sendo um dos times que mais utilizou o recurso, o Blazers terminou a campanha com 37% de aproveitamento, quarta melhor marca da temporada.
Pontos negativos
– Se na parte ofensiva a equipe foi muito bem, no lado defensivo algumas falhas ainda foram perceptíveis. Os adversários registraram a média de 105.6 pontos a cada 100 posses de bola contra a defesa de Portland.
– Roubadas de bola foram algo incomum para o time. Com 6.9 bolas recuperadas por jogo, os comandados de Stotts registraram a sexta pior marca da temporada.
– O Blazers foi uma das equipes mais faltosas da temporada regular, com quase 22 faltas por partida. Apenas Grizzlies, Rockets, Suns e Celtics obtiveram médias maiores.
Análise
O Blazers surpreendeu muito positivamente na última temporada. Ver uma equipe perder quatro titulares de uma vez e não repor as peças com jogadores teoricamente à altura, levou a maioria das pessoas a pensar que, no mínimo, a franquia ficaria de fora dos playoffs. Mas o Blazers renasceu tão rapidamente, que o fato de que Aldridge, Nicolas Batum, Wesley Matthews e Robin Lopez deixaram o elenco ficou em segundo plano.
Lillard viveu sua melhor temporada na NBA, com muitas atuações espetaculares e o ótimo ritmo ofensivo que já é característico. Quando muitos achavam que o armador ficaria “sozinho” na equipe, sendo o único jogador a atuar em alto nível e se destacar na pontuação, McCollum surgiu e se tornou uma peça essencial no elenco reformulado, sendo o principal “ajudante” de Lillard.
Outro nome que merece elogios é o de Al-Farouq Aminu. O ala, que também atuou como ala-pivô em alguns momentos, foi muito bem defensivamente, às vezes ficando com a tarefa de marcar o melhor jogador da equipe adversária, para “esconder” alguns companheiros de equipe com deficiências defensivas. Além disso, melhorou seus números no ataque, obtendo 36% de aproveitamento em arremessos de três. Mason Plumlee viveu uma boa temporada, apesar das limitações já conhecidas em seu jogo e Allen Crabbe contribuiu muito bem entre os reservas.
Lillard e McCollum podem ter sido os destaques da equipe, mas não foram os únicos responsáveis por tudo. O que fez o Blazers se recuperar tão rápido foi a união de jogadores capazes de desempenharem suas funções com um talento de altíssimo nível em Lillard e um ótimo técnico em Terry Stotts, que adaptou seu plano de jogo ao elenco totalmente diferente. Tudo isso resultou na quinta melhor campanha do Oeste.
Nos playoffs, a equipe enfrentou o Los Angeles Clippers na primeira rodada, em uma série que poderia ser muito mais equilibrada, como os primeiros jogos mostraram. Porém, o Clippers foi “destruído” por lesões durante a série e o Blazers conseguiu vencer com mais tranquilidade, por 4 a 2. Na semifinal o desafio era muito maior e a equipe não foi páreo para o Golden State Warriors, que venceu por 4 a 1. Mas após tantas perdas no elenco, chegar até a semifinal foi uma grande conquista do time de Portland.
Futuro
Agora que as saídas de Aldridge e cia. já são passado, a equipe continuará a se reforçar e evoluir a partir do que foi construído na última campanha, tendo Lillard como a principal referência do elenco. Nesta offseason, além de buscar novos jogadores, a franquia se concentrou em renovar o contrato de peças que já são importantíssimas para o elenco ou possuem alguma característica que auxilie o esquema e potencial para evoluir.
McCollum, prioridade da diretoria, fica em Portland pelos próximos quatro anos, garantindo a continuidade da dupla de armação ao lado de Lillard. Além dele, Allen Crabbe, Meyers Leonard e Maurice Harkless também eram agentes livres e acertaram suas permanências.
O principal e mais caro reforço do time foi o ala Evan Turner, que chegou à equipe após ótimo ano no Boston Celtics como sexto-homem. No Blazers, ao que tudo indica, o jogador chega para ser titular e auxiliar na organização de jogadas no ataque, sua especialidade. Outra adição interessante é a do pivô Festus Ezeli, que traz mais variedade para a posição, já que possui características diferentes de Plumlee, apesar de sofrer com lesões.
O Blazers da última temporada foi uma surpresa, mas agora a equipe já pode ser incluída entre as que possuem grandes chances de estarem nos playoffs na próxima campanha. A base do time foi mantida e os reforços se encaixam no que o técnico Stotts procura. A tendência é que mais uma temporada com resultados positivos ocorra em 2016-17.