A polêmica saída de Kevin Durant do Oklahoma City Thunder para o Golden State Warriors deixou não só os torcedores enfurecidos, como jogadores e parte da diretoria. A pergunta mais frequente que é ouvida é: e agora?
Sabe-se que todas as posses de bola vão passar por Russell Westbrook. Isso é mais do que um fato. Mas o time terá outras opções no ataque, especialmente depois da chegada de um emergente Victor Oladipo. Tudo bem, o Thunder perdeu Serge Ibaka para ter o ala-armador e com isso, enfraqueceu o sistema defensivo. Mas Oladipo também significa defesa. É um especialista no perímetro, que em três anos de NBA, já pertence ao grupo de melhores no quesito.
O técnico Billy Donovan já tem esboçado o time titular para a próxima temporada. Substituir dois titulares como Durant e Ibaka por outras peças será a grande missão do treinador. Sabe-se que o garrafão é o menor dos problemas para Donovan. Steven Adams ganhou espaço e mostrou serviço dentro da área pintada. Quem não comprometeu, e que de certa forma é uma surpresa, foi Enes Kanter.
Sim, eu sei que Kanter é bom no ataque, que ele arremessa com facilidade de vários pontos da quadra, mas até a última temporada era um queijo suíço na defesa. A marcação no um contra um melhorou, assim como o bloqueio nos rebotes. Está longe de ser elogiável, mas mostra evolução.
Falando em turco, o ala-pivô Ersan Ilyasova chegou na negociação de Ibaka. Experiente, deve ser aquele jogador que na defesa fica mais próximo do garrafão, mas espaça a quadra no ataque.
Os jovens Mitch McGary e Domantas Sabonis terão de lutar por espaço, assim como o interminável Nick Collison. Mas a tendência é vermos o Thunder com formações mais baixas e nisso, todos os três sairão prejudicados.
De novo: quem vai ficar no lugar de Durant?
Ofensivamente, é Westbrook mesmo. Ele será a opção A, a opção B e a opção C. Só que seu arremesso de três ainda é questionável. Jamais passou de 33% de aproveitamento em uma temporada e, em 2015-16, ficou na casa dos 29%. A saída de Dion Waiters também não ajuda. Waiters, por mais que se questione em vários aspectos, o agora atleta do Miami Heat tinha justamente o chute de longa distância como sua melhor característica.
Acredita-se que Andre Roberson, outrora ala-armador titular, será deslocado para ser o ala até que o espanhol Alex Abrines se desenvolva. A maior preocupação da comissão técnica no momento é a parte física de Abrines. Os primeiros treinamentos vão dizer se ele terá condições de brigar por uma vaga. E tem ainda Kyle Singler, mais testado na posição desde os tempos de Detroit Pistons, mas que não contribui o suficiente para ganhar a posição no quinteto titular.
Westbrook pode ganhar minutos como ala-armador em um time bem mais baixo, com o jovem Cameron Payne ao seu lado. A opção é interessante, especialmente porque Payne demonstrou ser uma grande opção para o futuro.
Você pode questionar as decisões de Westbrook, ainda mais agora, que será o dono da bola. Mas salta aos olhos a sua intenção de fazer o seu time melhor. Digo isso pela temporada passada, quando teve mais de 15 assistências por 100 posses de bola, disparada a melhor de sua carreira. Claro que uma coisa era passar para Durant e outra é assistir qualquer outro jogador, mas eu acredito que esta será a temporada em que ele será um dos principais candidatos ao MVP.
Só posso pensar nisso se o Thunder conseguir ficar entre os quatro primeiros da conferência Oeste. Aí está o problema.
O Warriors, todos imaginamos que deverá seguir encabeçando o Oeste. O San Antonio Spurs perdeu Tim Duncan, mas recebeu Pau Gasol. Em 2015-16, teve a sua melhor campanha de todos os tempos. Los Angeles Clippers, Portland Trail Blazers e até o Minnesota Timberwolves aparecem como times melhores que na temporada passada. Será que o Thunder consegue ficar entre eles?
A resposta para isso, ninguém tem. Só a partir de outubro mesmo.