Não tenho o menor problema com Kevin Durant no Golden State Warriors. É, certamente, um movimento que vai deixar muita gente chateada, mas precisamos entender que essa é uma decisão muito pessoal de um jogador que luta pelo título há nove anos.
Sim, é um dos melhores da NBA no melhor time da liga. Sim, o Warriors agora é o franco favorito ao título da próxima temporada. E sim, teremos de conviver com isso. Simples assim.
Durant sabe que, no Warriors, as chances de sagrar-se campeão são grandes e imediatas. Assim como as comparações com LeBron James, quando deixou o Cleveland Cavaliers para jogar no Miami Heat.
Diferentemente de LeBron, Durant não tinha raízes fincadas em Oklahoma City. Ele não é nascido na região e tampouco precisa retornar. James tinha um compromisso com a cidade de Cleveland, com o estado de Ohio. Por isso, aquele ódio destilado por torcedores, quando queimavam suas camisas. Quem o fizer agora, está sendo otário. Desculpe a sinceridade.
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No Warriors, Durant vai jogar ao lado de astros como Stephen Curry, Klay Thompson e Draymond Green. É uma equipe pronta para vencer, com talento de sobra, e cercada de aspectos positivos quando falamos sobre a mudança do estilo de jogo. O Warriors está revolucionando a NBA, queira você ou não.
Na parte basquetebolística da coisa, é óbvio que vai existir uma disparidade. As chances de uma dinastia acontecer são enormes. E quer saber? É ótimo para a cultura do esporte. Torna-se o time a ser batido, o mais amado e, ao mesmo tempo, o mais odiado. Será o mais assistido, comentado e procurado. O Warriors tem a chance de marcar seu lugar na história, isso se você quiser ignorar o fato de que a equipe já o fez ao bater o recorde de vitórias em uma só temporada.
Particularmente, não torço para o Warriors. Muitos aqui sabem que sou torcedor do Boston Celtics e eu teria diversos motivos para estar irritado com essa decisão. Mas isso pouco importa quando precisamos analisar o que está acontecendo. Panela? Isso é um termo fácil de usar, especialmente se seu time não fez a lição de casa e não conseguiu atrair a atenção de astros. É só lembrar de episódios recentes.
O mesmo Celtics o fez, em 2007-08, quando levou Kevin Garnett e Ray Allen para um time que já tinha Paul Pierce e um ascendente Rajon Rondo. O Los Angeles Lakers, idem. Já tinha Shaquille O’Neal, Kobe Bryant e adicionou Karl Malone e Gary Payton, em 2003-04. O Miami Heat, de Dwyane Wade, recebeu Chris Bosh e LeBron. Eu posso citar exemplos até amanhã, se quiser. Vamos encontrar. Equipes que querem o título fazem de tudo para que seus elencos estejam reforçados. O Warriors está fazendo isso.
E não, a NBA não deveria nem pensar em vetar o negócio, pois é legal. O que aconteceu com Chris Paul naquela troca para o Lakers não tem nada a ver com isso aqui. Na época, a liga controlava o então New Orleans Hornets, que estava sem dono. Então, tinha o direito de vetar e foi o que aconteceu. Aqui, por mais que você não goste, esperneie, e xingue muito no Twitter, não tem nada de errado.
Sinto pena de Russell Westbrook, mas até a segunda página. Agora é a hora de ele provar ser um real candidato ao prêmio de MVP, de liderar o Thunder aos lugares mais altos da conferência Oeste. E, com o espaço deixado por Durant, o time pode crescer de sua própria maneira, adicionar peças fundamentais para obter sucesso.
Hoje, Durant é o novo astro do Warriors. Mas a pressão vai junto e, agora, é muito maior.
