Depois de publicada a análise das escolhas de loteria, chegou a hora de apresentar as avaliações das picks restantes de primeira rodada e dos “achados” na segunda rodada.
Antes da segunda e última parte da análise do recrutamento, gostaria de deixar registrado o agradecimento de toda a equipe do Jumper Brasil a vocês, caros leitores, que tanto nos prestigiaram nas postagens sobre o draft durante toda a temporada. O site se preparou para este recrutamento há vários meses, tanto que publicou a ficha de 55 prospectos desde meados de abril.
Levando-se em conta apenas os últimos quatro dias, tivemos mais de 300 mil visualizações de páginas (quase 100 mil delas no dia do draft). Vocês não fazem ideia do quanto isso é gratificante. A responsabilidade de apresentar um bom conteúdo só aumenta a cada ano – e olha que o Jumper Brasil já está na batalha desde 2007. Nos vemos na próxima temporada, com mais uma cobertura sobre o draft da NBA.
15- Denver Nuggets – Juan Hernangomez (ala-pivô/ala, Espanha, 20 anos)
Após selecionar o ala-armador Jamal Murray na sétima escolha, o Nuggets optou por um prospecto internacional, como previsto nos Mocks do Jumper Brasil. Eleito por unanimidade o melhor jovem da Liga ACB na última temporada, Juan Hernangomez é um combo forward que pontua no perímetro e no garrafão, e que tem as ferramentas necessárias para ser um eficiente stretch four na NBA. Com um elenco “cheio” em Denver, o espanhol pode ficar mais um ano na Europa antes de chegar à NBA. Timothe Luwawu e Furkan Korkmaz eram possibilidades aqui.
16- Boston Celtics – Guerschon Yabusele (ala-pivô, França, 20 anos)
Essa foi uma escolha que ninguém entendeu até agora. Guerschon Yabusele era cotado para sair na segunda rodada, mas Danny Ainge deixou sua marca novamente. Até o jogador francês ficou surpreso ao ouvir seu nome na 16a escolha. O “gordinho” de braços longos deve permanecer pelo menos mais um ano no basquete europeu. Obviamente, ele não está pronto para contribuir de imediato na NBA. Quase todo mundo esperava um prospecto internacional sendo selecionado aqui, mas causou estranheza a opção por Yabusele com Timothe Luwawu, Furkan Korkmaz, Ante Zizic e Ivica Zubac disponíveis.
17- Memphis Grizzlies – Wade Baldwin (armador, Vanderbilt, 20 anos)
Com a provável saída de Mike Conley nesta offseason, o Grizzlies decidiu agir por precaução e selecionou o melhor jogador disponível para a posição. Wade Baldwin é dotado de grande envergadura, se movimenta muito bem em quadra e é capaz de defender múltiplas posições. Além disso, ele é um grande arremessador de longa distância e sabe jogar sem a bola nas mãos. Gostei da escolha. Combinou talento disponível com carência na posição.
18- Detroit Pistons – Henry Ellenson (ala-pivô, Marquette, 19 anos)
A dúvida era se o Pistons selecionaria um armador para a reserva de Reggie Jackson ou um ala-pivô com capacidade de espaçar a quadra. O time de Detroit optou pela segunda opção. Henry Ellenson é um ala-pivô forte fisicamente, foi um dos melhores arremessadores de média distância da NCAA, com sólida e rápida mecânica, o que sugere potencial nos tiros de três pontos. Na NBA, ele vai precisar selecionar melhor os arremessos. Acho que Ellenson caiu no time certo. Stan Van Gundy gosta de ter um ala-pivô pouco atlético capaz de espaçar a quadra e jogar ao lado de um pivô tradicional, como Andre Drummond, por exemplo. Van Gundy pode tentar repetir em Detroit o que fez em Orlando anos atrás, quando Ryan Anderson e Dwight Howard fizeram uma boa dupla de garrafão no Magic. Enfim, a escolha faz sentido. O Pistons vai buscar no mercado o reserva para a armação.
19- Denver Nuggets – Malik Beasley (ala-armador, Florida State, 19 anos)
Mais um ala-armador em Denver. Confesso que não entendi a escolha. Não pela qualidade de Malik Beasley, mas qual a necessidade da equipe? O Nuggets vai ter Gary Harris, Jamal Murray, Will Barton e Wilson Chandler para a posição 2. Beasley tem instintos ofensivos muito apurados e é um excelente arremessador de longa distância. Entretanto, ele não deverá ter minutos em quadra em sua primeira temporada na NBA devido à concorrência.
20- Brooklyn Nets – Caris LeVert (ala-armador, Michigan, 21 anos)
Se não fossem as lesões recentes, Caris LeVert provavelmente teria sido uma escolha de loteria. Ele é um ala-armador versátil, ótimo arremessador, dotado de ótimos atributos físicos para atuar entre os profissionais e visão de quadra e qualidade de passe acima da média. Como o Nets está em reconstrução e não tem pressa por resultados, a escolha faz muito sentido. O detalhe é que o médico da equipe de Brooklyn foi o mesmo que operou LeVert. Então, a franquia deve saber o que está fazendo. Pelo menos vimos um padrão nas últimas escolhas do Nets (Hollis-Jefferson e McCullough no ano passado e LeVert este ano): jogadores versáteis e atléticos.
21- Atlanta Hawks – DeAndre’ Bembry (ala-armador, Saint Joseph’s, 21 anos)
Outra bola dentro do Hawks. Depois de ir muito bem na seleção de Taurean Prince, o time de Atlanta foi certeiro ao escolher DeAndre’ Bembry. Em 2016/17, o Hawks vai ter mais um ala versátil e capaz de contribuir de imediato na NBA. Bembry é um jogador all-around (faz de tudo um pouco em quadra). Ele tem uma habilidade especial para passar a bola, é dotado de atributos físico-atléticos de elite (agilidade, força física, braços longos, mãos grandes e explosão) e já tem o corpo praticamente pronto para encarar o basquete profissional. Só não conte com bola de três pontos. Com Prince e Bembry no time, o Hawks provavelmente não deverá renovar o vínculo com o agente livre Kent Bazemore.
22- Sacramento Kings – Malachi Richardson (ala-armador/ala, Syracuse, 20 anos)
O Kings fez mais uma aposta para médio e longo prazo. Na escolha adquirida esta semana junto ao Charlotte Hornets, o time de Sacramento selecionou o ala-armador/ala Malachi Richardson. Ele é atlético, forte e tem as ferramentas necessárias (tamanho, agilidade lateral, competitividade e instintos) para se tornar ao menos um razoável defensor no nível profissional. Mas é um prospecto cru, que precisa melhorar muito a sua tomada de decisões, já que ele não seleciona bem os arremessos e desperdiça a bola de forma tola em determinados momentos. Nas mãos de Dave Joerger, Richardson pode ser moldado a ser um bom defensor de perímetro na NBA. Como escrevi no perfil dele para o site, o time que o selecionar terá que ter paciência para desenvolvê-lo. Seria o Kings o encaixe ideal? Tenha sérias dúvidas quanto a isso…
23- Boston Celtics – Ante Zizic (pivô, Cibona Zagreb, 19 anos)
Enfim, uma escolha que faz sentido em Boston. Ante Zizic é um dos melhores prospectos internacionais deste ano. Pivô com ferramentas físicas avançadas para um jogador da sua idade e posição, ele corre bem a quadra e é um grande finalizador em transição e no pick and roll. Zizic gosta do jogo físico no garrafão, absorve o contato, é efetivo na área próxima à cesta e se destaca como defensor no pick and roll graças à sua mobilidade e intensidade. Zizic tem um físico privilegiado, mas lhe falta técnica, entendimento do jogo. É um prospecto a ser trabalhado com calma, a médio e longo prazo. Candidato ideal para ficar se desenvolvendo pelo menos mais um ano na Europa. Danny Ainge, agora você foi bem.
24- Philadelphia 76ers – Timothe Luwawu (ala-armador, Mega Leks, 20 anos)
Como esperado, o Sixers optou por um jogador de perímetro a esta altura. Cotado para sair na loteria, Timothe Luwawu foi bem produtivo no basquete profissional da Sérvia, mas é um prospecto que carece de refinamento em seu jogo. Ele tem ótimos atributos físicos combinados à condição atlética acima da média para atuar na NBA, visão de quadra e interessante potencial iniciando o ataque com a bola nas mãos. O jogador francês deverá vir de imediato para a NBA. O GM do Sixers, Bryan Colangelo, ficou surpreso quando viu Luwawu cair até a escolha 24 e não perdeu tempo.
25- Los Angeles Clippers – Brice Johnson (ala-pivô, North Carolina, 21 anos)
Brice Johnson é uma escolha sólida para o Clippers. Ala-pivô atlético, grande reboteiro e ótimo em estabelecer posição na área próxima à cesta. Entretanto, Johnson parece ter atingido seu teto como jogador. Mas ele chega à NBA pronto para ter minutos vindo do banco e contribuir de imediato. O Clippers precisa de ajuda no garrafão, pois conta apenas com Blake Griffin e DeAndre Jordan com contratos garantidos na próxima temporada.
26- Philadelphia 76ers – Furkan Korkmaz (ala-armador, Anadolu Efes, 18 anos)
Mais um jogador de perímetro. Mais um prospecto estrangeiro. O Sixers foi bem em selecionar o turco Furkan Korkmaz, uma das maiores revelações do basquete europeu e que era cotado para ser escolha de loteria. Nessa primeira rodada maluca, o time da Philadelphia deu sorte. Não é todo dia que a gente vê surgir um ala-armador europeu atlético, bom arremessador, com capacidade de jogar como playmaker e que já atua entre os profissionais aos 18 anos. Korkmaz é uma aposta válida para um time que pensa em utilizá-lo a médio e longo prazo. Provavelmente, ele deverá permanecer na Europa por mais algum tempo. O detalhe é que ele é companheiro de equipe do talentoso Dario Saric, que deverá vir para o Sixers na próxima temporada.
27- Toronto Raptors – Pascal Siakam (ala-pivô, New Mexico State, 22 anos)
O Raptors fez uma aposta ao selecionar o ala-pivô Pascal Siakam. Dotado de ótima combinação de atributos físicos e atléticos, grande reboteiro, que atua com inquestionável intensidade, mas que carece de refinamento. O que sobra em atleticismo, falta em técnica. Apesar de ter 22 anos, Siakam disputou apenas duas temporadas na NCAA. Pelas opções disponíveis para a posição (como Skal Labissière e Deyonta Davis, por exemplo) eu não teria selecionado o camaronês, mas não vou criticar a aposta do time de Toronto no final da primeira rodada.
28- Sacramento Kings* – Skal Labissière (ala-pivô, Kentucky, 20 anos)
No início da temporada do basquete universitário, Skal Labissière era cotado para ser uma das três primeiras escolhas do recrutamento. Mesmo com a inconsistência apresentada em Kentucky, fiquei muito surpreso ao vê-lo cair para o final da primeira rodada. Labissière é dono de enorme potencial a ser trabalhado, já que ainda não possui compreensão da dinâmica do jogo. Espero que Dave Joerger tenha paciência com o haitiano. O problema é que o Kings não é o melhor dos times para desenvolver jogadores. Sobrevivente dos terremotos sofridos pelo Haiti, em 2010, Labissière vai ter que “sobreviver” em Sacramento para não ser queimado. Mas no final da primeira rodada, a aposta é mais do que válida. A recompensa pode ser alta.
29- San Antonio Spurs – Dejounte Murray (ala-armador, Washington, 19 anos)
Essa escolha me surpreendeu bastante. Dejounte Murray não faz o estilo Spurs de concepção de basquete. Ele é atlético, tem uma mentalidade muito agressiva com a bola nas mãos, está sempre ativo e pensando em atacar o aro, mas tem um controle corporal bastante questionável e deixa muito a desejar na tomada de decisões, nos arremessos e na defesa. Com tantas lacunas em seu jogo, o time de San Antonio pode ser o cenário ideal para que Murray não seja apenas um “peladeiro” na NBA. Cotado como escolha de loteria (a meu ver, inexplicavelmente), ele pode se tornar um steal. Mas diferente da maioria dos analistas, que elogiam o Spurs em todos os drafts recentes, independente do que façam, não gostei da escolha. Deyonta Davis, Damian Jones, Tyler Ulis ou alguma revelação do basquete europeu como Ivica Zubac, Paul Zipser e Rade Zagorac fariam mais sentido em San Antonio. Mas é claro, daqui a alguns anos, posso cair do cavalo e Murray se tornar um grande jogador na NBA. Essa é a graça do draft.
30- Golden State Warriors – Damian Jones (pivô, Vanderbilt, 20 anos)
Essa é uma escolha que faz muito sentido. Prestes a perder o nigeriano Festus Ezeli na agência livre, o Warriors agiu bem em selecionar mais um big man oriundo de Vanderbilt com baixo QI de basquete. Damian Jones é um dos pivôs desta classe mais privilegiados do ponto de vista físico-atlético. Ele é forte, ágil, se destaca como saltador e tem potencial para ser um bom protetor de aro na NBA. O que sobra em atributos físico-atléticos falta em fundamentos. Mas como deverá ter o papel de fazer o “trabalho sujo” no garrafão, Jones é uma escolha certeira para o Warriors, que terá paciência em desenvolvê-lo. Para a última escolha da primeira rodada, ele pode ser considerado um steal.
Destaques da segunda rodada
31- Memphis Grizzlies – Deyonta Davis (ala-pivô, Michigan State, 19 anos)
Deyonta Davis era cotado para sair no final da loteria ou até na escolha 16 do Boston Celtics. Só que, inexplicavelmente, caiu bastante no recrutamento e sobrou na segunda rodada. O Grizzlies, que adora jogadores de garrafão, não perdeu a chance e fechou uma troca com o Celtics para ter o direito de escolher na 31 e na 35. Davis é um dos prospectos mais crus deste ano, mas tem um grande potencial e o time de Memphis parece um cenário ideal para desenvolvê-lo. Ele compensa falta de refinamento técnico com excelentes instintos nos dois lados da quadra. Capaz de sair do garrafão e marcar jogadores de perímetro por sua mobilidade e agilidade, Davis parece um prospecto perfeito para atuar como pivô em formações mais baixas, tendência da NBA atual. O Grizzlies foi muito bem em apostar nele. Já o Celtics deixou passar esse talento, mas ganhou mais uma escolha de primeira rodada para o futuro (2019).
32. Los Angeles Lakers – Ivica Zubac (pivô, Mega Leks, 19 anos)
Ivica Zubac estava cotado para sair na metade da primeira rodada, mas sobrou na segunda e o Lakers não perdeu a oportunidade. O jogador croata tem atributos físicos mais do que ideais para ser pivô na NBA. Ele sabe se impor na área pintada para estabelecer posição, é um passador sólido, tem instintos ofensivos e trabalho de pernas bem apurados e exibe enorme potencial no pick and roll, mas mostra mostra péssimos fundamentos defensivos e sofre com lesões recentes nos pés e joelhos. Para uma escolha de segunda rodada, o time de Los Angeles foi muito bem em apostar em Zubac, que deverá vir para a NBA já na próxima temporada. Em entrevista após o recrutamento, o jogador se mostrou radiante por ter sobrado para o Lakers e revelou que é torcedor da franquia desde pequeno.
34. Phoenix Suns – Tyler Ulis (armador, Kentucky, 20 anos)
Tudo bem que o Suns já tem Eric Bledsoe e Brandon Knight para a posição 1, mas o time não poderia desperdiçar a chance de selecionar o segundo melhor armador do basquete universitário da última temporada. O baixinho Tyler Ulis é mais um prospecto de perímetro vindo de Kentucky a jogar em Phoenix. Ele tem excelente visão de quadra, alto QI de basquete, ótimo controle de bola e foi um dos defensores mais ‘enjoados’ do basquete universitário. Cotado para sair na metade da primeira rodada, Ulis caiu no recrutamento após a notícia de que teria um problema no quadril. O Suns reconhecidamente tem o melhor staff médico da NBA, que já foi capaz de recuperar Grant Hill para o basquete. Com Ulis no elenco, a equipe de Phoenix pode ficar tranquila caso pense em negociar algum dos armadores veteranos.
35. Memphis Grizzlies – Rade Zagorac (ala-armador/ala, Mega Leks, 20 anos)
O Grizzlies conseguiu outro bom talento na troca que fechou com o Celtics. Rade Zagorac, o mini Bodiroga, é uma das maiores revelações do tradicional basquete sérvio e já faz parte da seleção principal de seu país. Ele é um habilidoso ala-armador/ala com altura privilegiada, capaz de criar o próprio arremesso e que se movimenta muito bem em quadra. O jovem sérvio ainda tem instintos de playmaker (visão de quadra privilegiada e alto QI de basquete) e é um passador em franca evolução. Enfim, Zagorac tem potencial para estabelecer uma carreira sólida na NBA e é um candidato ideal para o draft and stash (selecionado no recrutamento, mas que continua atuando mais uma ou duas temporadas na Europa com o objetivo de aprimorar seu jogo). Mais uma bola dentro do Grizzlies.
36. Milwaukee Bucks – Malcolm Brogdon (ala-armador, Virginia, 23 anos)
Depois de chocar o mundo ao selecionar o enigmático Thon Maker na décima escolha, o Bucks fez uma opção segura na segunda rodada. Malcolm Brogdon tem envergadura invejável e o corpo preparado para a competição profissional. Não é muito atlético, mas é um dos jogadores mais inteligentes e com compreensão mais avançada da dinâmica do jogo da classe deste ano. Sólido arremessador, Brogdon não precisa da posse da bola para ser efetivo em quadra e tem potencial para ser um grande defensor na NBA. Boa escolha, Bucks.
37. Houston Rockets – Chinanu Onuaku (pivô, Louisville, 19 anos)
Sabedor de que Dwight Howard não vai permanecer na equipe para próxima temporada, o Rockets foi bem em selecionar um pivô que esteve cotado até para sair na primeira rodada. Chinanu Onuaku é um pivô dotado de muita força física (corpo pronto para encarar a NBA, o que é impressionante pela sua idade), mobilidade e que adora o jogo de contato no garrafão. Muito cru no ataque, ele é um especialista em fazer o trabalho sujo na área pintada. Onuaku joga com muito vigor e se destaca como bloqueador de arremessos graças à combinação de envergadura, agilidade, timing e impulsão, tanto que foi um dos melhores protetores de aro na última temporada da NCAA. Pode ser muito útil no run and gun de Mike D’Antoni.
38. Golden State Warriors – Patrick McCaw (ala-armador, UNLV, 20 anos)
Patrick McCaw na 38 é outro potencial steal. Cotado para ser escolhido no fim da primeira ou no início da segunda rodada, o ala-armador é muito atlético e se destaca nos dois lados da quadra. Ele utiliza bem sua altura, envergadura, agilidade lateral de elite e instintos para ser um defensor implacável. No ataque, McCaw se sai muito bem no jogo de transição e como finalizador, e tem capacidade de criar o próprio arremesso. No entanto, ele é um prospecto cru. Mecânica de arremesso e controle de bola merecem reparos e ele ainda deixa a desejar no quesito esforço. Enfim, McCaw precisa ser trabalhado com paciência. O contender Warriors não deverá ter pressa com ele, que parece ser o cenário ideal para o jovem. Outra boa escolha do time de Oakland.
45. Boston Celtics – Demetrius Jackson (armador, Notre Dame, 21 anos)
Demetrius Jackson foi o prospecto que mais caiu no recrutamento. Cotado para sair na metade da primeira rodada, o ex-armador de Notre Dame só foi selecionado na escolha 45. Ele deve ter ido muito mal nos treinamentos antes do draft. Não vejo outra explicação para sua queda. O Celtics, que já tem muitos armadores, não deixou Jackson passar. Ele é um armador que chama a atenção por causa de seus atributos físico-atléticos de elite, que o ajudam a ser efetivo nos dois lados da quadra. No ataque, ele é um sólido passador e ótimo no jogo de transição. Possui um alto QI de basquete, cuida bem da bola e não compromete na tomada de decisões. Na outra extremidade, ele é um grande defensor no um contra um. O Celtics não perdeu a chance de escolher o melhor talento disponível. Por causa da concorrência, Jackson deverá ser pouco aproveitado em seu primeiro ano em Boston. Pelo menos ele pode se tornar mais um ativo do time de Boston em uma eventual grande troca, ou até mesmo uma “segurança” caso um dos armadores (Marcus Smart ou Terry Rozier) seja negociado.
48. Chicago Bulls – Paul Zipser (ala, Bayern, 22 anos)
Outro prospecto estrangeiro cotado para sair no final da primeira ou início da segunda rodada, Paul Zipser acabou “caindo no colo” do Bulls na escolha 48. O alemão é um ala dotado de sólidos atributos físico-atléticos e já acumula experiência na seleção principal do seu país (inclusive é titular). Zipser tem uma mecânica consistente de chute, é um exímio arremessador de bolas de três pontos e também tem bom entendimento e leitura de jogo. Na defesa, ele utiliza bem seus atributos físico-atléticos (agilidade lateral impressiona) para ser um sólido marcador no um contra um. Enfim, Zipser tem características que agradam bastante ao técnico Fred Hoiberg. Ele tem as ferramentas necessárias para se tornar um role player na NBA como potencial contribuidor em bolas de três e defesa. É esperado que Zipser se junte ao Bulls já na próxima temporada.