Já acabou, Jéssica?

Curry e Thompson não precisaram ser protagonistas nos dois primeiros jogos

Fonte: Curry e Thompson não precisaram ser protagonistas nos dois primeiros jogos

Na história da NBA, nenhum time sofreu tanto em uma final para entender o que está fazendo ali quanto o Cleveland Cavaliers nesta temporada. O time do técnico Tyronn Lue parece perdido, sem forças e sem respostas. Como vai encarar a terceira partida da série é a chave para descobrirmos se o Golden State Warriors já é o campeão de 2015-16 ou se terá algum tipo de luta.

Até o momento, tudo o que o Cavs faz parece em vão. Na realidade, parece que não faz nada.

Precisamos ser justos. O Warriors é o atual campeão, superou o Oklahoma City Thunder na final do Oeste após estar perdendo por 3 a 1 e, por fim, é o recordista de vitórias de todos os tempos em apenas uma temporada, com 73.

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Mas o Cavaliers precisa mudar isso para tentar, no mínimo, ser competitivo.

De fato, até é em alguns momentos. Mas a sensação que dá é que o Warriors acelera seu jogo quando quer e define quando vai liquidar a partida. É como se estivesse apenas aquecendo para, então, derrotar seu oponente.

Uma coisa que não pode acontecer, em qualquer época, é deixar jogadores livres para o arremesso, “pagando para ver” se o adversário vai acertar de lá. Invariavelmente, Draymond Green está aparecendo sozinho de frente para a cesta e, sem grandes problemas, executa sua tentativa. No vídeo abaixo, fica evidente que o Cavs não está prestando a atenção necessária.

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https://www.youtube.com/watch?v=HVxR9ejQnsU

De nada adianta vencer a batalha dos erros de ataque ou nos lances livres se um atleta está livre para arremessar quando bem entender. Está uma bagunça, que Lue não está sabendo resolver. É o que o Warriors faz contra quem não se importa com detalhes.

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Quando o Warriors bateu o Thunder e ficou definido que seria o adversário do Cavs, o que se esperava era Stephen Curry e Klay Thompson liderando o time californiano, certo? Mas no primeiro jogo, eles fizeram, somados, 20 pontos. Exatamente o que Shaun Livingston anotou. No segundo, foram coadjuvantes de Green. Ou seja, tudo isso que está acontecendo sem que seus principais cestinhas sejam tão importantes. O Warriors não está dependendo deles até o momento. Imagine isso.

O brasileiro Leandro Barbosa e Livingston possuem 49 pontos nesta série. Kevin Love e Kyrie Irving, dois dos melhores jogadores do Cavaliers, somam 58. É esse tipo de ajuda que LeBron James precisa?

James não anotou um ponto sequer no primeiro quarto do segundo embate e adivinha? O Cavs venceu parcialmente por 21 a 19. A equipe chegou a estar na frente por seis pontos no segundo período e, de repente, o Warriors liderava por 15 antes do intervalo.

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Na temporada passada, Love e Irving não estavam lá e o Cavs conseguiu levar a série para seis jogos. LeBron tem que ser LeBron para o Cavaliers ter algum tipo de chance. Não é dividir a responsabilidade. É assumir o protagonismo dado a ele durante todos esses anos. Se seus colegas pontuarem, é lucro.

Falta movimentação, espaçamento em quadra. Falta Channing Frye. Não que ele seja a solução dos problemas ou que ele tenha treinado exaustivamente em particular com Michael Jordan. Mas é uma peça útil, um sujeito que dá opções e faz com que o adversário se preocupe. Ou alguém acha que a defesa do Warriors se importa que LeBron arremesse, contestado, de três? Para o time, é vantagem tirar um sujeito grande e forte do garrafão. Está meio que “dane-se, Tristan Thompson, pegue o rebote ofensivo”. Lue precisa ser Steve Kerr do ano passado, quando sacou Andrew Bogut do time titular e jogou com a formação baixa. Precisa surpreender. Do contrário, essa série acabou.

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Das duas, uma. Ou Lue está blefando ou está perdido. Primeiro, disse que o Cavaliers iria fazer o jogo corrido. Depois, afirmou que Frye jogaria mais. Não aconteceu nenhum dos dois. Se é blefe, é bem ruim.

Para vencer times com um ímpeto ofensivo como o Warriors é necessário diminuir a velocidade do jogo. Foi assim que o San Antonio Spurs e o Los Angeles Lakers superaram o Phoenix Suns de Steve Nash. Precisa cansar o oponente, usando a rotação. Se é boa o suficiente, não importa agora. A hora de ajustar isso era na trade deadline. Agora é importante fazer o ritmo diminuir, tirar o Warriors da zona de conforto. É parar com faltas, quando um jogador do time se machuca, vide os casos de J.R. Smith e Love, que estão no vídeo.

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Por falar em Smith, é bom alguém avisar a ele que está na final da NBA. Oito pontos em 70 minutos significam pouco ou quase nada para um atleta acostumado a arremessar sob pressão. Enquanto isso, o brasileiro Leandro Barbosa já fez 21 em 28 minutos. E quando ele entrou em quadra no terceiro quarto, substituindo Curry, ele manteve o ritmo da equipe e tirou a chance de o Cavs cortar a diferença, como no primeiro tempo. O camisa 30, com excesso de faltas no segundo quarto, foi para o banco com o time vencendo por 15 e, no intervalo, estava em oito. Leandrinho não deixou isso acontecer.

O Cavs perdeu quatro das últimas cinco partidas fora de casa. O time foi derrotado pelo Toronto Raptors nos jogos 3 e 4, e agora, pelo Warriors. Terá a chance de mostrar serviço em Cleveland, onde está invicto nos playoffs.

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