O Los Angeles Lakers está fora dos playoffs pelo terceiro ano consecutivo, algo que não acontecia desde… nunca. O time californiano jamais ficou tanto tempo longe da pós-temporada. Até então, o recorde negativo estava em dois anos, lá nos anos 70. Mas depois disso, a equipe engrenou e obteve cinco títulos até 1992-93, quando voltou a se ausentar da fase mais importante.
No entanto, um dos jogadores mais importantes da franquia na década de 90 ficou famoso por um caso que chegou ter uma conotação um tanto adversa. Mais precisamente, Nick Van Exel.
Nos tempos de vacas magras, logo depois da primeira aposentadoria de Magic Johnson, o Lakers selecionou o armador na segunda rodada do draft de 1993. De cara, ele deixou uma ótima impressão e já nos jogos de pré-temporada, ganhou a vaga de titular.
Van Exel tornou-se logo um dos principais jogadores da equipe nos anos seguintes, ao lado de Vlade Divac, Eddie Jones e Cedric Ceballos. Isso, até Shaquille O’Neal desembarcar de Orlando, e elevou o Lakers novamente à condição de candidato ao título, em 1996-97.
Até aí, tudo bem. Van Exel era um armador muito rápido e tinha ótima pontaria nos arremessos de longa distância. Kobe Bryant, aquele que o mundo vai parar para assistir seu último jogo amanhã, estava apenas engatinhando na NBA.
Mas em 1997-98, depois de conseguir sua primeira e única convocação para o Jogo das Estrelas, Van Exel pediu para ser sacado do time titular pelo então técnico Dell Harris, dando lugar a um jovem armador chamado Derek Fisher.
Van Exel não estava gostando de suas últimas performances. Porém, para algumas pessoas dentro dos vestiários, ele estava apenas desistindo. Verdade seja dita, o camisa 9 estava em um momento muito ruim. Em seis jogos, o Lakers havia perdido quatro, e naquele período, o atleta converteu apenas 36% dos arremessos, incluindo nove chutes sem acerto contra o Houston Rockets. Deixou o quinteto inicial já no próximo embate e tornou-se uma espécie de principal reserva.
“Bem, eu tenho certeza que eles vão olhar para isso e tentar me culpar por tentar sair de lá. Derek, durante a temporada, teve sua confiança subindo e descendo, subindo e descendo”, afirmou. “Então, eu imaginei que se ele fosse o titular, sua confiança estaria lá em cima. Eu sempre terei confiança em mim. Acho que eles não viram dessa forma. Acho que eles sentiram que eu estava desistindo”.
Depois de ser pouco efetivo na série diante do Portland Trail Blazers, Van Exel acordou contra o Seattle Supersonics. Porém, o Lakers perdeu o caminho de casa na final do Oeste, contra o Utah Jazz.
Pouco antes do jogo da eliminação, ele sabia que sua imagem na equipe estava arranhada e que sua situação ali estava por um fio. Quando o time se reuniu para fazer o grito de guerra, Van Exel não titubeou e gritou: “Um, dois, três, Cancún”.
Sem cerimônias, ele explicou aos seus colegas.
“Bem, este é o meu último jogo com vocês. Vejo vocês novamente quando eu voltar aqui fazendo 40 pontos”, disse.
A ideia era fazer seus companheiros rirem e deixá-los soltos para o jogo. Só que deu errado. Ao invés de ficarem mais tranquilos para a partida eliminatória, acabou inflamando alguns atletas e a coisa tomou proporções devastadoras. Mesmo se desculpando e dizendo que não queria fazer nada de errado, seus dias de Lakers haviam acabado.
Em junho de 1998, ele foi trocado por Tony Battie e Tyronn Lue, para o Denver Nuggets. Por lá, Van Exel ainda ficou por mais quatro anos até começar a rodar a NBA, com passagens por Dallas Mavericks, Golden State Warriors, Portland Trail Blazers e por fim, San Antonio Spurs.
O Lakers?
Bem, o Lakers foi campeão entre 2000 e 2002, com Shaq, Kobe e Phil Jackson, como técnico.