A decepcionante temporada do Boston Celtics terminou, como não poderia deixar de ser, em decepção. O absoluto favorito do Leste no início da campanha terminou eliminado nas semifinais de conferência, em apenas cinco jogos, pelo Milwaukee Bucks. E o técnico Brad Stevens possui convicção de que existe uma pessoa para quem apontar o dedo sobre o fracasso da equipe: ele mesmo.
“Eu serei o primeiro a admitir que este ano, mais do que qualquer outro da minha carreira, foi o que mais testei possibilidades. E, no fim das contas, fiz um trabalho ruim. Se você é o treinador e o time não encontra o melhor modo de render junto, a responsabilidade é sua. Então, agora, eu vou atrás de opções para melhorar”, reconheceu o comandante, após a derrota final do Celtics na campanha.
Houve muito mais fatores do que o trabalho de Stevens, obviamente, na trajetória tortuosa do Celtics nos últimos meses. A franquia esteve envolta em vários boatos de problemas de relacionamento, trazidas pelo confronto de egos dentro de um elenco muito cobrado externamente. O pivô Al Horford assegura, porém, que tais questões não interferiram na dedicação do time dentro de quadra.
“Acho que lidar com as altas expectativas foi um desafio para o grupo e realmente tentamos fazer o nosso melhor. Eu sinto que cada um em nosso vestiário entregou os melhores esforços e energias. Quando foi bom, nós fomos muito bons. Mas não conseguimos em nenhum momento elevar o nível consistentemente, ser a equipe que poderíamos e queríamos”, avaliou o experiente jogador.
A tendência agora é que mudanças aconteçam em Boston. Criticado, Kyrie Irving será agente livre e a aposta geral é que ele não vai renovar vínculo com a equipe. Horford, Marcus Morris, Aron Baynes e Terry Rozier são outros atletas do elenco que testarão ou poderão testar o mercado em julho. Stevens afirma que ainda não vislumbra alterações e recusa a necessidade de uma reformulação no grupo.
“Eu realmente não quis pensar sobre mudanças. Sei que muita gente falou bastante coisa sobre agência livre nos últimos tempos, mas não prestei atenção. Esse não é meu trabalho, embora sempre vá ser consultado. O que posso dizer é que, quando esse elenco estava alinhado, foi ótimo. Só não conseguimos levar isso para dentro de quadra como esperávamos”, explicou o jovem treinador.
Muitas pessoas acreditam que, diante dos problemas internos e ambiente incerto, o trabalho de Stevens nunca teve chance de “decolar”. Mas o próprio técnico rejeita sair isento, sem culpa, da temporada. “Admito que não atingimos a expectativa e vivemos em uma montanha russa o ano inteiro. Foi difícil. Mas acredito que esse grupo mostrou muito caráter e permaneceu unido na atual campanha”, finalizou.
